Preços do ar-condicionado caem mesmo após onda de calor

As altas temperaturas registradas no Brasil nos últimos meses têm levado muitos consumidores a procurarem formas de amenizar o calor dentro de casa. Em meio a ondas de calor que afetam diversas regiões do país, a expectativa era de que os preços dos aparelhos de ar-condicionado e outros itens de climatização disparassem. No entanto, os dados do Índice Fipe/Buscapé revelam um movimento contrário: os preços desses produtos apresentaram queda, tornando-se mais acessíveis para o bolso do consumidor.

Segundo o levantamento, os preços dos aparelhos de ar-condicionado no e-commerce caíram 1,3% em janeiro de 2025, em comparação com dezembro de 2024. No acumulado de um ano, a retração foi ainda maior, chegando a 6,5%. Esse cenário contrasta fortemente com o de janeiro do ano passado, quando os preços haviam subido 25,7% devido a um desequilíbrio entre oferta e demanda. Além dos aparelhos de ar-condicionado, os ventiladores também registraram queda nos preços, ficando 4,6% mais baratos em 12 meses.

A tendência de redução nos preços desses eletrodomésticos contribuiu para um recuo de 3,8% no segmento de eletrodomésticos como um todo. Esse fenômeno ocorre mesmo diante de um aumento da procura por esses produtos, motivado pelas intensas ondas de calor que vêm assolando o país.

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Por que os preços estão caindo?

A queda nos preços dos aparelhos de ar-condicionado, mesmo em meio a um período de forte calor, pode ser explicada por diferentes fatores. Francisco Donato, superintendente executivo da Mosaico no Banco Pan, destaca que é essencial analisar diversos aspectos que impactam as variações de preço, como oferta e demanda, lançamentos de novos produtos, logística e fatores climáticos.

“Os aparelhos de ar-condicionado, por exemplo, continuam registrando baixa nos valores mesmo estando em um período de calor, apontando uma oportunidade para a aquisição de itens de climatização”, afirma Donato.

Outro fator relevante é a maior regularização da cadeia de suprimentos. Em 2024, a forte demanda por aparelhos de ar-condicionado em meio a temperaturas extremas resultou em um descompasso entre oferta e demanda, o que impulsionou os preços para cima. Com o passar do tempo, fabricantes e varejistas conseguiram equilibrar os estoques, possibilitando uma redução gradual nos valores.

Além disso, a desvalorização do real também tem impacto sobre os preços. Conforme apontado pelo pesquisador da Fipe, Sérgio Crispim, esse movimento pode influenciar os custos de importação de componentes, levando a ajustes nos preços ao consumidor final.

“Se essa tendência continuar neste ano, existe a possibilidade de a variação anual se tornar positiva no primeiro semestre de 2025”, avalia Crispim.

O impacto do calor na demanda por climatização

Apesar da queda nos preços, o calor extremo continua sendo um fator determinante no comportamento de compra do consumidor. A nova onda de calor iniciada na quarta-feira (12) atinge principalmente as regiões Sudeste e Sul, além do Centro-Oeste e Nordeste, levando a um aumento na busca por soluções para amenizar as altas temperaturas.

“As ondas de calor intensificam a busca por aparelhos de ar-condicionado, especialmente em períodos prolongados de temperaturas elevadas. A tendência é que essa demanda continue crescendo à medida que o verão avança”, ressalta Donato.

Esse movimento reflete diretamente no varejo. Grandes redes de lojas e marketplaces registram um aumento significativo nas buscas por aparelhos de climatização, e muitos consumidores aproveitam as promoções para adquirir os produtos antes que os preços possam voltar a subir.

Tendências do setor para 2025

Com a continuidade das altas temperaturas e a possibilidade de novas ondas de calor nos próximos meses, o mercado de climatização segue aquecido. No entanto, especialistas apontam que, apesar da queda recente nos preços, oscilações ainda podem ocorrer ao longo do ano.

Algumas tendências devem marcar o setor em 2025, incluindo:

Maior procura por aparelhos mais eficientes

A preocupação com o consumo de energia elétrica tem levado muitos consumidores a optarem por modelos de ar-condicionado mais eficientes, com tecnologia inverter, que reduz o gasto energético. Além disso, aparelhos com selo Procel A são cada vez mais procurados, pois garantem um melhor desempenho com menor impacto na conta de luz.

Expansão de novas formas de pagamento e financiamento

O varejo tem apostado em condições facilitadas para atrair consumidores, incluindo parcelamentos em mais vezes sem juros e planos de financiamento acessíveis. Essa estratégia tem impulsionado as vendas, permitindo que mais pessoas consigam adquirir aparelhos de climatização sem comprometer excessivamente o orçamento.

Promoções sazonais e descontos estratégicos

A queda nos preços também tem sido influenciada por estratégias do varejo para incentivar a compra. A Black Friday e promoções sazonais de verão podem gerar novas reduções nos valores ao longo do ano, beneficiando consumidores que souberem aproveitar as oportunidades.

Vale a pena comprar um ar-condicionado agora?

Diante do cenário de queda nos preços, a aquisição de um aparelho de ar-condicionado pode ser uma boa oportunidade para quem deseja mais conforto térmico sem pagar valores excessivos. No entanto, é essencial que os consumidores fiquem atentos a alguns fatores antes da compra:

• Compare preços: Utilize ferramentas de comparação online para garantir o melhor custo-benefício.
• Fique de olho na eficiência energética: Modelos inverter ou com selo Procel A podem reduzir o consumo de energia a longo prazo.
• Avalie o custo de instalação: Além do preço do aparelho, considere o valor da instalação, que pode variar conforme a região.
• Acompanhe promoções: Algumas redes varejistas realizam campanhas promocionais que podem reduzir ainda mais os preços.

Com a previsão de que o calor intenso persista nos próximos meses, a tendência é que a busca por climatização continue em alta. A queda nos preços pode representar uma janela de oportunidade para quem deseja investir em conforto térmico sem comprometer o orçamento.

Imagem: ifeforstock/ Freepik