Mercado financeiro aumenta previsões de inflação para 2025 a 2028

juros

O mercado financeiro elevou, pela 18ª semana consecutiva, a projeção para a inflação de 2025, conforme o Relatório Focus divulgado na segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC). Segundo os analistas consultados, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,6%.

A estimativa reforça um cenário de inflação persistente acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O aumento das previsões ocorre em meio a preocupações com o ritmo da atividade econômica e os impactos da política monetária.

Leia mais:

Inflação nos EUA dispara, mas dólar mantém estabilidade; entenda

Inflação prevista para 2025 supera teto da meta

A projeção de 5,6% para o IPCA de 2025 representa um aumento em relação à semana anterior, quando o mercado previa uma alta de 5,58%. Há quatro semanas, a expectativa era de 5,08%, o que mostra uma tendência de aceleração.

Caso a inflação ultrapasse a meta estabelecida pelo CMN, o Banco Central precisará apresentar justificativas formais. A nova regra determina que a autoridade monetária deve se explicar a cada vez que a inflação acumulada em 12 meses ultrapassar o limite da meta por seis meses consecutivos.

Expectativas para os próximos anos também aumentam

As projeções para a inflação não se limitam a 2025. O mercado também revisou para cima as estimativas para os anos seguintes:

  • 2026: 4,35%, ante 4,3% na semana anterior.
  • 2027: 4%, ante previsão anterior de 3,9%.
  • 2028: 3,8%, ligeiramente acima dos 3,75% projetados antes.

Os dados indicam que a inflação deve permanecer acima do centro da meta por um período prolongado, gerando preocupações entre investidores e formuladores de políticas econômicas.

Previsão para o dólar se mantém estável

Diferente do IPCA, a projeção para o dólar seguiu estável. Segundo os economistas consultados pelo Banco Central, a moeda norte-americana deve encerrar 2025 e 2026 cotada a R$ 6,00.

Para 2027 e 2028, no entanto, houve uma leve revisão para baixo, com a expectativa de que a moeda feche ambos os anos a R$ 5,90. Essa estabilidade indica que, apesar das preocupações com a inflação, o mercado ainda enxerga um cenário de relativa previsibilidade para a taxa de câmbio.

Taxa Selic deve permanecer elevada

As projeções para a taxa Selic também se mantiveram inalteradas, refletindo a necessidade de conter a inflação. O mercado financeiro espera que a taxa básica de juros encerre 2025 em 15% ao ano, um aumento de 1,75 ponto percentual em relação aos 13,25% atuais.

Para os anos seguintes, as previsões indicam uma queda gradual dos juros:

  • 2026: 12,5% ao ano.
  • 2027: 10,5% ao ano.
  • 2028: 9,5% ao ano.

Selic como ferramenta de controle da inflação

A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando os preços sobem acima da meta, o BC eleva os juros para desestimular o consumo e reduzir a pressão inflacionária. Por outro lado, juros elevados também impactam negativamente o crescimento econômico, tornando o crédito mais caro e desestimulando investimentos.

Com a inflação acima do teto da meta e a necessidade de ancorar as expectativas do mercado, a taxa básica de juros deve permanecer em níveis elevados por mais tempo.

Impactos da inflação elevada

A previsão de inflação acima do teto da meta tem várias implicações para a economia:

  • Perda do poder de compra: O aumento dos preços corrói a renda da população, especialmente das classes mais baixas.
  • Juros elevados: Com a Selic mais alta, o crédito fica mais caro, afetando o consumo e o investimento.
  • Incerteza econômica: Empresas podem adiar investimentos diante da instabilidade inflacionária.
  • Dificuldade para o governo: Um IPCA alto impacta os gastos públicos, tornando mais difícil manter o equilíbrio fiscal.

Imagem: Freepik

Adicionar aos favoritos o Link permanente.