Carrefour anuncia que o Atacarejo vai abrir menos lojas este ano

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O mercado de atacarejo, que cresceu significativamente nos últimos anos, enfrentará um período de desaceleração em 2025. O Grupo Carrefour Brasil, controlador da bandeira Atacadão, anunciou que abrirá menos lojas neste ano, priorizando a redução de sua alavancagem financeira.

A decisão foi revelada pelo presidente-executivo do grupo, Stéphane Maquaire, durante uma conferência com analistas do setor varejista, realizada na última quarta-feira (19). O anúncio ocorre em um cenário de juros elevados, que encarece o custo de financiamento para novas unidades e influencia a estratégia de expansão das grandes redes.

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Impacto no crescimento do setor de atacarejo

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Imagem: rafastockbr / Shutterstock.com

Menos lojas, maior eficiência

De acordo com Maquaire, a redução no número de novas unidades segue uma tendência já observada nos últimos anos. Em 2024, foram inauguradas cerca de 100 lojas de atacarejo, um volume inferior ao de 2023 e 2022. Esse movimento reflete um ajuste estratégico das redes, que buscam consolidar suas operações em vez de ampliar sua presença geográfica a qualquer custo.

O setor de atacarejo se tornou um dos principais formatos do varejo alimentar no Brasil, impulsionado pelo modelo de autosserviço e preços mais baixos, atraindo tanto consumidores finais quanto pequenos comerciantes. No entanto, o crescimento acelerado dos últimos anos trouxe desafios operacionais e financeiros para as redes.

Juros altos pressionam decisões de investimento

A taxa de juros elevada é um dos principais fatores que influenciam essa decisão. O financiamento para novas lojas se torna mais caro, tornando a expansão menos viável em curto prazo. Assim, empresas como o Carrefour optam por focar na rentabilidade das unidades já existentes, ajustando sua estratégia de crescimento a um cenário econômico desafiador.

Além disso, a desaceleração da inflação e a perda de fôlego do consumo das famílias nos últimos meses também pesam sobre o varejo alimentar, exigindo maior cautela na alocação de recursos.

Saída da B3 e impactos na estratégia do Carrefour

Outro fator relevante para o futuro do Carrefour Brasil é o possível fechamento de seu capital na B3. O grupo francês Carrefour, controlador da operação no Brasil, anunciou recentemente sua intenção de retirar a empresa do mercado de capitais, o que poderia mudar a forma como as decisões estratégicas são tomadas.

Maquaire destacou que a saída da Bolsa pode acelerar processos decisórios dentro da companhia, tornando mais ágil a implementação de estratégias de crescimento e reestruturação. No entanto, o impacto exato dessa mudança ainda é incerto.

Especialistas do mercado financeiro avaliam que o fechamento de capital pode permitir uma gestão mais flexível, sem a necessidade de responder a acionistas minoritários. Por outro lado, pode reduzir a transparência e limitar o acesso da empresa a novas fontes de financiamento via mercado de capitais.

Desempenho de vendas e perspectivas para o ano

Apesar da desaceleração na abertura de lojas, o Carrefour Brasil registrou um início de ano positivo em termos de vendas. Segundo Maquaire, o desempenho de janeiro foi “bem melhor” do que o de dezembro, mês em que a companhia observou uma desaceleração em relação a novembro e outubro.

Os primeiros dias de fevereiro também indicam uma retomada do ritmo de vendas, reforçando um cenário mais otimista para os próximos meses. Essa melhora pode estar relacionada a fatores sazonais, como a recomposição do poder de compra das famílias após as despesas de fim de ano, além do pagamento de salários e benefícios como o 13º salário.

O que esperar do setor de atacarejo em 2025?

Carrinho de supermercado entre fileiras de produtos
Imagem: Kwangmoozaa / Shutterstock.com

Consolidação e ajustes estratégicos

O setor de atacarejo deve continuar em evidência no varejo alimentar brasileiro, mas com um ritmo de expansão mais moderado. Redes como o Atacadão, Assaí e outros players do segmento devem focar na consolidação de suas operações, apostando em eficiência logística, expansão digital e melhoria na experiência do consumidor.

Digitalização e novas frentes de crescimento

Com a desaceleração da abertura de lojas físicas, o crescimento pode vir por meio de novas estratégias, como a digitalização dos serviços. Empresas do setor já investem na ampliação do e-commerce, entrega rápida e programas de fidelidade para atrair consumidores e aumentar a frequência de compras.

Além disso, formatos híbridos, que combinam atacarejo e varejo tradicional, podem ganhar mais espaço, oferecendo maior conveniência para o consumidor final sem perder a competitividade no preço.

Conclusão

O anúncio do Carrefour Brasil de reduzir a abertura de lojas de atacarejo em 2025 reflete uma mudança estratégica diante do cenário econômico. Com os juros altos pressionando investimentos, a empresa busca priorizar a rentabilidade e a desalavancagem financeira.

Enquanto isso, a possível saída da B3 pode impactar a gestão da empresa, tornando-a mais ágil, mas também levantando dúvidas sobre o futuro de sua transparência e captação de recursos.

O setor de atacarejo segue forte, mas deve passar por ajustes e uma fase de consolidação, priorizando eficiência e novas frentes de crescimento. Resta acompanhar os próximos movimentos do Carrefour e de seus concorrentes para entender como o mercado irá se adaptar a esse novo momento.

Imagem: Hitra / shutterstock.com

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