Corpo de Bombeiros alerta para perigos do banho de mar noturno; só este ano, 12 pessoas morreram no RJ


Recomendação dos militares é evitar os mergulhos porque a visibilidade é menor. Nesses dias de calor extremo, muitas pessoas têm ido à praia à noite para se refrescar. Mas o Corpo de Bombeiros alerta para o perigo. Somente este ano, 12 pessoas morreram durante o banho noturno.
A pedido do RJ2, os militares levantaram o número de atendimentos noturnos em 2025: foram 50 até agora. Uma pessoa está desaparecida.
Alexandre de Carvalho, de 35 anos, sumiu no mar ao resgatar uma mulher que se afogava na madrugada de sábado (15).
Na tarde desta sexta-feira (21), um corpo com as mesmas características foi resgatado no Leme, na Zona Sul do Rio, e levado para reconhecimento no Instituto Médico-Legal (IML).
A onda de calor vem deixando as praias mais cheias à noite mesmo durante a semana. Nesse horário, não tem mais guarda-vidas nos postos da orla. Os bombeiros recomendam alguns cuidados para curtir o lazer em segurança.
“A recomendação é que as pessoas podem curtir a praia, mas que aproveitem ali outros métodos de se refrescar, como um chuveiro, bebidas geladas, muitas vezes na própria areia, mas que, em hipótese alguma, elas mergulhem. Muitas vezes o ato de molhar o pé muitas vezes pode significar um acidente”, fala o porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Fábio Contreiras.
Mais riscos à noite
Com visibilidade menor, o banho se torna mais arriscado e o resgate mais complicado.
“Porque a gente não consegue enxergar direito o espelho d’água, a presença de ondas, as correntes de retorno, que são as famosas valas, pedras submersas, por exemplo. Ali, a iluminação é muito restrita, e muitos resgates nossos são feitos até mesmo pelo som ou pelo tato, visto que a iluminação não permite que a gente nem visualize a vítima”, diz o porta-voz.
Os guarda-vidas ficam nos postos do nascer ao pôr do sol, mas os bombeiros mantêm o serviço 24 horas nas bases próximas às praias.
A orientação, ao ver um afogamento, é ligar para o 193 e esperar o socorro chegar. Sem os salva-vidas, também não há aquelas bandeirinhas indicando o nível de risco naquele trecho.
Corpo de Bombeiros alerta para os perigos do banho de mar noturno
Reprodução/TV Globo
A analista financeira Adriele diz que observa se o mar está agitado.
“No geral, a gente não anda muito para lá, a gente vê se está com correnteza, geralmente quando está com correnteza a gente já volta logo”, diz.
Já o pintor de automóvel Luciano da Silva Emiliano fala que o ideal é não mergulhar no fundo.
“Só tomar cuidado, não ir muito no fundo, né? Salva-vidas essa hora não tem. À noite seria bom, né? Basta que a gente dê uma pressa a hora. De refrescar, né? Teria uma segurança melhor, né?”
Muitas preferem não entrar na água.
“A gente se senta na areia, curte, escuta o barulho das ondas, mas difícil é mergulhar. Eu sou nascido e criado aqui, eu surfo, então eu sei qual é o perigo das correntezas”, fala o barraqueiro Rodrigo Verta.
A designer de unhas Raiane Cristiana da Silva, que mora na Baixada Fluminense, diz que vai à praia para fugir do calor.
“Eu moro na Baixada. Sabe como é que é a Baixada? É um calor insuportável. Eu trago meu filho. Mas eu não entro no mar, é só na beiradinha, um pouquinho só, né, filho?”.
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