Stablecoins e tokens RWA ameaçam CBDCs de varejo, segundo Mastercard

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As stablecoins e os depósitos tokenizados devem se consolidar como principais meios de pagamento e liquidação de transações financeiras nos próximos anos, em detrimento das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) de varejo. Essa é a previsão de Raj Dhamodharan, vice-presidente executivo de produtos e parcerias de ativos digitais e blockchain da Mastercard.

A análise foi apresentada no relatório “O que esperar das criptomoedas em 2025”, divulgado pela Mastercard.

O documento aponta para um cenário em que bancos centrais focarão suas CBDCs no setor interbancário, enquanto stablecoins e depósitos tokenizados ganharão espaço no varejo. Saiba todos os detalhes deste assunto a seguir!

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O modelo Drex como padrão global para CBDCs

O modelo adotado pelo Banco Central do Brasil no desenvolvimento do Drex está se tornando referência global. Diferente das CBDCs tradicionais voltadas ao consumidor final, o Drex é focado na tokenização de depósitos e ativos reais, facilitando a conexão entre finanças tradicionais e o ecossistema digital.

“Em 2025, espero que mais bancos centrais sigam essa tendência, afastando-se das CBDCs de varejo. Essas CBDCs interbancárias poderão aprimorar os instrumentos de liquidação e permitir transferências de capital mais rápidas entre diferentes jurisdições” — Raj Dhamodharan, Mastercard.

Nos Estados Unidos, a oposição do governo Donald Trump à criação de um dólar digital emitido pelo Federal Reserve reforça essa tendência global.

O impacto dos depósitos tokenizados na economia

Depósitos tokenizados representam uma evolução do dinheiro digital, permitindo que bancos emitam tokens baseados em valores depositados na instituição. Segundo a Mastercard, essa tecnologia reduz custos, acelera transações e permite pagamentos programáveis.

  • Eficiência operacional: liquidação mais rápida de transações.
  • Segurança: transparência e rastreabilidade em redes blockchain.
  • Maior integração com o sistema financeiro tradicional.

Nos EUA, o Federal Reserve estimou em US$ 18 trilhões o valor total de depósitos bancários que poderiam ser tokenizados para impulsionar a economia e o crédito.

Stablecoins: o caso de maior sucesso das criptomoedas

As stablecoins tornaram-se um dos maiores casos de sucesso do mercado de criptoativos, com US$ 200 bilhões em circulação. A Mastercard destaca seu potencial para remessas internacionais e pagamentos corporativos.

Dentre as vantagens das stablecoins sobre as CBDCs, destacam-se:

  • Liquidação instantânea e programável;
  • Aceitação crescente no setor financeiro tradicional;
  • Redução da dependência de intermediários financeiros.

A adoção de stablecoins tem crescido globalmente, enquanto algumas CBDCs, como o yuan digital da China, enfrentam resistência popular.

O papel da Mastercard na adoção dos ativos digitais

A Mastercard tem investido ativamente na infraestrutura para ativos digitais. Recentemente, a empresa lançou a Multi-Token Network (MTN), uma rede permissionada que melhora a segurança e escalabilidade das transações digitais.

A empresa também tokenizou 30% de suas transações em 2024, tornando-se um dos principais players do setor.

Considerações finais

Esse cenário aponta para uma convergência entre o setor financeiro tradicional e as novas tecnologias baseadas em blockchain, tornando as transações mais eficientes, seguras e acessíveis. À medida que a regulamentação avança e instituições de peso apostam na tokenização, a confiança do mercado cresce, impulsionando a adoção dessas inovações em larga escala.

O Brasil, com o modelo Drex, demonstra liderança nesse movimento, atraindo olhares internacionais e servindo como um exemplo para outros bancos centrais que buscam implementar suas próprias moedas digitais. Enquanto isso, stablecoins continuam a se consolidar como uma solução viável para pagamentos instantâneos e remessas internacionais, reduzindo custos e ampliando a inclusão financeira.

Nos próximos anos, a integração dessas tecnologias ao sistema financeiro global poderá redefinir a forma como empresas e consumidores lidam com dinheiro digital, criando um ambiente mais dinâmico e conectado.

Imagem: garmoncheg / Shutterstock.com

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