Refém israelense relembra cativeiro do Hamas na ONU: ‘Não conseguia me mover, respirar. Estar aqui hoje é um milagre’


Noa Argamani, resgatada pelas forças de Israel em junho do ano passado, fez um apelo para que o cessar-fogo em Gaza continue. O namorado dela, levado pelos terroristas em rave, segue como refém. Noa Argamani, de vermelho
REUTERS/Brian Snyder
Uma das reféns israelenses libertada após ser sequestrada pelo Hamas falou sobre o que passou durante seu período em cativeiro no Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta terça-feira (25).
Noa Argamani, resgatada pelas forças de Israel em junho do ano passado, oito meses depois que ela e seu parceiro foram levados por terroristas da rave invadida pelo Hamas, contou que não achava que sairia viva e relembrou tudo que passou depois que a casa onde ela era mantida foi bombardeada:
“Eu não conseguia me mover, não conseguia respirar. Pensei que seriam os últimos segundos da minha vida. Estar aqui com vocês hoje é um milagre”.
Com a segunda fase do acordo de cessar-fogo incerta, Noa também fez um apelo pela continuação da trégua na Faixa de Gaza. O parceiro dela, Avinatan Or, ainda é refém do Hamas.
“Preciso ter certeza de que o mundo saiba disso: o acordo deve prosseguir integralmente, completamente, em todas as etapas”, afirmou.
A enviada da ONU para o Oriente Médio, Sigrid Kaag, que também é coordenadora sênior de ajuda humanitária e reconstrução da ONU para Gaza, também falou ao Conselho de Segurança e disse que a retomada das hostilidades no enclave palestino “deve ser evitada a todo custo”.
“O trauma é inegável em ambos os lados. Na minha última visita a Gaza, logo após o cessar-fogo entrar em vigor, fui mais uma vez movida por uma sensação de devastação total e desespero devido à perda, trauma e uma sensação de abandono”, lamentou.
Prisioneiros palestinos não foram libertados
No sábado (22), após mais seis reféns serem libertados, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou a libertação dos prisioneiros palestinos e disse que quer garantias de próxima entrega de reféns do grupo terrorista Hamas.
A libertação de 602 prisioneiros palestinos estava prevista para acontecer no domingo (23). O acordo faz parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro deste ano.
Benjamin Netanyahu em 6 de fevereiro de 2025.
Reuters/Kent Nishimura
A entrega dos israelenses pelo Hamas à Cruz Vermelha ocorreu em três momentos distintos do dia no sábado.
Os dois primeiros foram Tal Shoham e Avera Mengisto, em Rafah, cidade ao sul de Gaza, por volta das 5h deste sábado, no horário de Brasília.
Horas depois, Omer Shem, Eliya Cohen e Omer Wenkert foram entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha em Nuseirat, na região central de Gaza.
O último refém israelense, Hisham Al-Sayed, foi entregue à Cruz Vermelha pouco antes das 10h no horário de Brasília, informaram as Forças de Defesa de Israel (FDI).
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