Dona Onete segue aos 85 anos como lenda viva da Amazônia em single solo e em feat com o cantor paraense Aqno


Dona Onete figura em dois singles lançados quase simultaneamente neste mês de fevereiro, ‘Jambu no cuxá’ e ‘Quatro contas’
Tereza Maciel / Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ Dois singles de Dona Onete lançados neste mês de fevereiro – um feat com o artista paraense Aqno em Jambu no cuxá e o single solo Quatro contas – reiteram que, aos 85 anos, Ionete da Silveira Gama segue como lenda viva da Amazônia. Uma espécie de embaixadora da música do Norte – em especial a do Pará – no Brasil e no mundo.
Cantora, compositora e cabocla paraense, como a artista se define em rede social, Dona Onete se tornou a grande dama da cena musical do norte aos olhos e ouvidos do Brasil em movimento iniciado em 2012 com a edição de Feitiço caboclo, primeiro álbum da artista nascida em 18 de junho de 1939 em Cachoeira do Arari (PA), município do interior do estado do Pará.
O disco saiu no ano do 73º aniversário de Onete, que iniciara a carreira de cantora com mais de 60 anos. Aqno – artista natural de Marabá (PA), cidade do sudeste do Pará – sabe que o feitiço caboclo de Onete surte efeito e foi atrás dessa referência quando idealizou o álbum que lançará neste primeiro semestre de 2025 (o primeiro single, Maniçoba, gravado com a Gang do Eletro, foi apresentado em dezembro).
Lançada em 14 de fevereiro, a faixa Jambu no cuxá foi criada com a intenção de misturar sabores musicais do Pará e do Maranhão, estado situado próximo da cidade onde vive Aqno.
Dona Onete mistura sabores musicais do Pará e do Maranhão com Aqno no single ‘Jambu no cuxá’
Vitória Leona / Divulgação
Já Quatro contas – single solo de Dona Onete, em rotação nos players digitais desde ontem, 25 de fevereiro – é música alardeada como uma das inspirações dos carnavalescos da escola de samba Grande Rio na criação do enredo da agremiação fluminense no Carnaval de 2025.
Em Quatro contas, Dona Onete mergulha nas águas da encantaria amazônica, saudando as quatro entidades espirituais que a guiam e a protegem na caminhada terrena.
Com produção musical de Marcos Sarrazin, saxofonista da banda da cantora, a faixa embute sonoridades de carimbó e dos tambores que ressoam a ancestralidade afro-brasileira, ostentando o coro das vozes captadas no terreiro Casa de Mina Eira de Bárbara Soeira, em Outeiro, Belém (PA).
Os lançamentos quase simultâneos dos singles Jambu no cuxá e Quatro contas mostram que, quando o assunto são os sons do Pará, o Brasil põe fé no canto referencial de Dona Onete, embaixadora da Amazônia.
Dona Onete professa a fé em entidades espirituais no single ‘Quatro contas’
Tereza Maciel / Divulgação
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