Presidente da Caixa descarta aumento de juros do crédito imobiliário em 2025

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A Caixa Econômica Federal anunciou que não pretende aumentar os juros do crédito imobiliário em 2025, apesar das projeções de alta na taxa básica de juros, a Selic. Atualmente fixada em 13,25% ao ano, a Selic pode chegar a 15% até o final do ano, segundo estimativas do mercado.

A decisão da Caixa foi confirmada pelo presidente do banco, Carlos Vieira, durante a apresentação dos resultados financeiros da instituição, realizada nesta quarta-feira (26), na sede do banco em São Paulo. “O planejamento de 2025 está fechado com a taxa divulgada. Neste momento, não vejo necessidade de realinhamento de taxa”, afirmou Vieira.

O anúncio reforça a posição da Caixa como líder no financiamento imobiliário no Brasil, garantindo previsibilidade para os tomadores de crédito e impulsionando o setor da construção civil.

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Recorde em crédito imobiliário e liderança no setor

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Imagem: Daenin / shutterstock – Edição: Seu Crédito Digital

O balanço da Caixa, divulgado na noite de terça-feira (25), aponta um crescimento expressivo no volume de crédito imobiliário contratado. Em 2024, o banco concedeu R$ 223,6 bilhões em financiamentos habitacionais, um aumento de 20,6% em relação ao ano anterior.

O saldo da carteira de crédito imobiliário atingiu R$ 832,1 bilhões em dezembro de 2024, registrando um avanço de 13,5% na comparação com o mesmo período de 2023. Com esses números, a Caixa reafirma sua posição de liderança no segmento, detendo 67,2% de participação no mercado de crédito habitacional no país.

Ao todo, o banco financiou 803,4 mil imóveis ao longo de 2024, impulsionando o setor de habitação e beneficiando milhares de famílias brasileiras.

Juros seguem estáveis no crédito imobiliário

Atualmente, a taxa de juros aplicada pela Caixa no crédito imobiliário é de 12% ao ano. No início de janeiro, o banco promoveu ajustes nas taxas dos financiamentos habitacionais concedidos com recursos da poupança. As novas contratações passaram a ter um aumento entre 1 e 2 pontos percentuais, dependendo da modalidade escolhida.

Apesar disso, as taxas aplicadas aos financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, voltado para famílias com renda de até R$ 8 mil, permanecem inalteradas. Os juros cobrados para imóveis financiados via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) variam conforme a localização do imóvel e a renda familiar, partindo de TR + 4,07% ao ano.

Liberação do saldo do FGTS não afeta crédito imobiliário

Durante a apresentação dos resultados, Carlos Vieira comentou sobre a decisão do governo federal de liberar o saldo retido do FGTS para trabalhadores demitidos que haviam optado pelo saque-aniversário. Ele garantiu que a medida não impactará os recursos destinados ao crédito imobiliário.

“A parte que ficava retida por dois anos [do FGTS do demitido] não é utilizada para funding do crédito imobiliário”, afirmou Vieira. Segundo ele, a Caixa vai detalhar a alocação dos recursos, mas assegurou que o montante previsto para o financiamento habitacional, de aproximadamente R$ 200 bilhões, está garantido.

MP libera saldo do FGTS para demitidos que optaram pelo saque-aniversário

FGTS
Imagem: Freepik e Canva

O Ministério do Trabalho e Emprego anunciou que, nesta sexta-feira (28), será publicada uma Medida Provisória (MP) permitindo que trabalhadores demitidos entre janeiro de 2020 e a data da publicação tenham acesso ao saldo total de suas contas do FGTS.

A medida deve beneficiar cerca de 12,1 milhões de trabalhadores, com a liberação de aproximadamente R$ 12 bilhões em recursos. No entanto, a MP não abrange trabalhadores que anteciparam o saque-aniversário por meio de empréstimos bancários, uma vez que esses valores já foram comprometidos com instituições financeiras.

Criado em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o saque-aniversário permite que os trabalhadores retirem anualmente parte do saldo do FGTS no mês de seu aniversário. Em contrapartida, quem opta pela modalidade perde o direito de sacar o valor integral em caso de demissão, podendo apenas receber a multa rescisória.

A MP agora revoga a exigência de dois anos de espera para acesso ao saldo remanescente, permitindo que os trabalhadores saquem os valores imediatamente.

Impactos e perspectivas para o mercado imobiliário

A manutenção dos juros do crédito imobiliário pela Caixa representa um alívio para o setor da habitação, que vinha temendo impactos negativos da possível alta da Selic. Como maior financiadora do mercado, a estabilidade nas taxas do banco contribui para a previsibilidade dos investidores e para a continuidade do crescimento do setor.

Além disso, a liberação dos valores do FGTS para trabalhadores demitidos pode injetar bilhões na economia, estimulando o consumo e reduzindo os impactos da restrição de crédito no país.

Diante desse cenário, especialistas avaliam que a decisão da Caixa pode manter o setor imobiliário aquecido, especialmente no financiamento de imóveis populares, consolidando o banco como principal agente do crédito habitacional no Brasil.

Imagem: rawintanpin – Freepik

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