Dólar sobe devido à inflação nos EUA e as tarifas impostas por Trump

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O Ibovespa apresentava recuo nesta sexta-feira (28), refletindo a cautela dos investidores frente aos novos dados de inflação dos Estados Unidos e os impactos das políticas tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump. Às 11h48, o principal índice da bolsa brasileira caía 0,34%, situando-se em 124.378,92 pontos.

Paralelamente, o dólar à vista registrava alta de 0,26%, sendo negociado a R$ 5,8550 na venda. Na semana, a moeda norte-americana já acumulava ganho de 1,84%. Na sessão anterior, na quinta-feira (27), o dólar havia fechado com alta de 0,47%, cotado a R$ 5,8293.

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Imagem: Bro Crock / shutterstock.com

Expectativa sobre o índice PCE e taxa de juros nos EUA

Os investidores direcionavam sua atenção para a divulgação do índice PCE, principal indicador de inflação acompanhado pelo Federal Reserve (Fed), que pode influenciar a trajetória das taxas de juros nos EUA.

Os dados revelaram que os gastos dos consumidores norte-americanos apresentaram uma queda inesperada de 0,2% em janeiro, contrastando com o aumento revisado para 0,8% em dezembro. A projeção dos economistas consultados pela Reuters apontava para um crescimento de 0,1% nos gastos.

Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, o enfraquecimento nos gastos pode estar relacionado a fatores sazonais, como temperaturas frias fora de época, tempestades de neve e incêndios florestais em Los Angeles, além da diminuição do estímulo causado por compras antecipadas devido ao aumento tarifário sobre produtos importados.

Com essa nova leitura da economia norte-americana, o Federal Reserve pode manter as taxas de juros elevadas por mais tempo, caso perceba riscos inflacionários derivados da política tarifária de Trump.

Impacto das tarifas de Trump e tensão no mercado global

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Imagem: Evan El-Amin/shutterstock.com

Outro fator que adiciona incerteza aos mercados é o anúncio de Trump sobre novas tarifas. O presidente norte-americano confirmou que, a partir de 4 de março, entrarão em vigor:

  • Tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e México;
  • Tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses.

A notícia frustrou expectativas de um possível adiamento das medidas e elevou os receios sobre impactos inflacionários nos EUA, o que poderia reforçar o argumento para que o Fed mantenha a taxa de juros em patamares elevados.

Impactos econômicos e previsões para o PIB dos EUA

Com a redução nos gastos dos consumidores e outros dados econômicos fracos divulgados em fevereiro, economistas projetam uma desaceleração no crescimento do PIB dos EUA. As estimativas para o primeiro trimestre de 2025 apontam para um crescimento abaixo da taxa anualizada de 2,0%, enquanto a economia norte-americana cresceu 2,3% no quarto trimestre de 2024.

Outros indicadores que mostram fraqueza na economia incluem:

  • Queda na confiança do consumidor;
  • Desaceleração da atividade empresarial;
  • Redução da construção de moradias devido a intempéries climáticas.

Cena geopolítica: reunião entre Trump e Zelenskiy

No campo geopolítico, os mercados também monitoravam o encontro entre Donald Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy. A reunião pode resultar na assinatura de um acordo para a participação dos EUA no setor mineral da Ucrânia.

Ao mesmo tempo, o governo norte-americano busca um consenso com autoridades russas para encerrar o conflito na Ucrânia, ao mesmo tempo que busca compensação financeira pelos bilhões de dólares fornecidos em armamentos e ajuda humanitária a Kiev.

Desempenho do dólar no mercado global

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O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas globais, registrava uma leve queda de 0,04%, situando-se em 107,320 pontos.

Os investidores seguem atentos às decisões de política monetária do Fed, que podem influenciar a direção do dólar e impactar mercados emergentes como o Brasil.

Considerações finais

O recuo do Ibovespa nesta sexta-feira reflete o cenário externo desafiador, com incertezas sobre a inflação dos EUA, a política tarifária de Trump e as tensões geopolíticas. Com a divulgação dos dados do índice PCE e a postura do Federal Reserve, o mercado deve continuar reagindo a novos indicadores que possam definir o rumo das taxas de juros norte-americanas e seu impacto no mercado financeiro global.

Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

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