CFO do Banco do Brasil (BBAS3) diz: ‘Não sou o Itaú (ITUB4), sou muito melhor’

seucreditodigital.com.br cfo do banco do brasil bbas3 diz nao sou o itau itub4 sou muito melhor banco do brasil itau

Em um momento de forte disputas no mercado financeiro, o CFO do Banco do Brasil (BBAS3), Geovanne Tobias, não poupou palavras ao destacar a superioridade de sua instituição em relação ao Itaú (ITUB4).

Durante uma conferência com jornalistas, Tobias se mostrou seguro de que o Banco do Brasil, além de oferecer uma rentabilidade robusta aos acionistas, cumpre também um papel social significativo, algo que, segundo ele, está além do alcance do banco privado.

Leia Mais:

BPC garante renda de um salário mínimo para idosos

O Argumento de Tobias: A Função Social e a Rentabilidade do Banco do Brasil

Banco do Brasil
Imagem: Rafapress/shutterstock

Geovanne Tobias fez questão de destacar que o Banco do Brasil não se vê como um mero banco comercial, mas como uma instituição com uma missão mais ampla. “Não sou o Itaú, sou muito melhor”, declarou o CFO, ressaltando que o BB não apenas proporciona uma boa rentabilidade para seus acionistas, mas também desempenha um papel crucial no crescimento econômico do país.

De acordo com Tobias, o modelo do Banco do Brasil é peculiar e muito mais focado em setores essenciais, como o agronegócio, que é uma das maiores fontes de crescimento para a economia brasileira.

“Não preciso convencer o analista porque cada analista tem a tese dele. Queria ver os bancos privados fazendo o que fazemos com um terço da carteira de agro, atuando como nós atuamos”, afirmou o CFO, destacando a diferença de abordagem do BB frente aos concorrentes.

Desafios no Setor Agro e a Pior Inadimplência no Banco do Brasil

Embora o Banco do Brasil se apresente como um gigante no setor agrícola, ele enfrenta desafios que não podem ser ignorados. Um dos principais pontos de atenção são os índices de inadimplência, principalmente no crédito destinado ao agronegócio. No quarto trimestre de 2024, o indicador de inadimplência acima de 90 dias fechou em 3,32%, com a maior parte dessa alta impactada pelo aumento no segmento agro. A inadimplência nesse setor registrou uma elevação de 48 pontos base, o que gerou preocupações no mercado.

O aumento dos pedidos de recuperação judicial no setor agropecuário também tem gerado tensão. De acordo com dados da Monitor RGF, o número de pedidos de recuperação judicial no setor cresceu 39% no quarto trimestre de 2024, com 295 registros, em comparação ao mesmo período de 2023. Esse aumento reflete a dificuldade enfrentada pelos produtores rurais, que têm visto seus fluxos de caixa deteriorarem-se devido a uma série de fatores conjunturais.

Expectativa de Melhora: Safra Recorde e o Futuro do Setor Agro

Apesar da situação delicada no setor agropecuário, os executivos do Banco do Brasil mantêm um otimismo cauteloso. A presidente-executiva, Tarciana Medeiros, acredita que o pior já tenha ficado para trás e que a perspectiva de uma safra recorde em 2025 deve ajudar a melhorar a qualidade da carteira do agronegócio. “Com o crescimento previsto para a safra 2025, de safra recorde, (o BB) tende sim a melhorar bastante a qualidade da carteira (do agronegócio)”, afirmou a presidente-executiva.

Rentabilidade e Comparações com o Itaú

seucreditodigital.com.br itau se pronuncia apos problemas no aplicativo Itau app
Imagem: Joa Souza / shutterstock.com

No que diz respeito ao retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), o Banco do Brasil teve uma queda de 1,7 ponto percentual em relação ao ano passado. Em 2024, o ROE do BB foi de 20,8%, enquanto em 2023 o índice estava em 22,5%. Apesar da queda, o Banco do Brasil ainda se mantém como o segundo maior ROE entre os grandes bancos do país, atrás apenas do Itaú, que terminou o ano com uma rentabilidade de 22%.

Essa diferença na rentabilidade é uma das grandes discussões no mercado, já que muitos analistas consideram o Itaú como o banco mais seguro e rentável do setor. No entanto, Tobias reafirma que a comparação não é justa, considerando os riscos e as responsabilidades sociais envolvidas no modelo de negócio do Banco do Brasil.

O Impacto no Mercado: Queda nas Ações

O impacto dessa discussão no mercado financeiro foi evidente no movimento das ações do Banco do Brasil. Por volta das 11h30 do dia da conferência, as ações do BBAS3 apresentavam uma queda de 2,88%, refletindo um certo pessimismo dos investidores diante dos desafios apresentados pela inadimplência no setor agro.

Mesmo com o cenário desafiador, o CFO se mostrou confiante de que o banco está em um caminho sólido e que as oscilações de curto prazo não devem afetar sua estratégia a longo prazo.

Conclusão: Banco do Brasil e Itaú: Modelos Distintos e Desafios Diferentes

Em resumo, a disputa entre o Banco do Brasil e o Itaú continua acirrada, mas os modelos de negócios de ambos os bancos são bastante distintos. O Itaú, com seu foco em clientes privados e uma gestão mais conservadora, contrasta com o Banco do Brasil, que combina uma forte presença no setor público e social com uma aposta robusta no agronegócio.

Apesar dos desafios enfrentados pelo Banco do Brasil, especialmente no que diz respeito à inadimplência no crédito agro, a instituição continua a se destacar pela rentabilidade e pela função social, que, para Geovanne Tobias, são fatores que fazem o BB ser “muito melhor” que o Itaú. O tempo dirá se essa estratégia trará os resultados esperados a longo prazo.

Com Informações de: Money Times

Imagem: Inteligência Financeira/Reprodução

Adicionar aos favoritos o Link permanente.