Carnaval sob vigilância: drones e reconhecimento facial

É Carnaval e milhões de foliões querem se divertir com segurança. Por conta disso, esquemas foram criados pelas secretarias dos estados conforme as características de cada região, o porte dos eventos e as demandas regionais.As forças de segurança mobilizam efetivos,viaturas e tecnologias para garantir a ordem durante os festejos.

Nos principais estados, houve ampliação do efetivo policial e uso de tecnologia para monitoramento e prevenção de crimes. Os Centros Integrados de Comando e Controle coordenam as operações em tempo real, permitindo respostas rápidas a incidentes.

O reconhecimento facial tem sido empregado para identificar suspeitos com pendências judiciais, enquanto os drones auxiliam no monitoramento aéreo dos blocos e desfiles.

As forças de segurança também atuam na proteção de grupos vulneráveis e na prevenção de crimes patrimoniais e de importunação sexual.

Confira abaixo:

Minas Gerais

Minas Gerais espera um público superior ao de 2024, quando 12 milhões de foliões participaram da festa.

“A Polícia Militar fez, na verdade, uma preparação que já dura alguns meses. Nós realizamos uma operação pré-carnaval, com a retirada das ruas, tanto de forma preventiva quanto repressiva qualificada, de autores de crimes como furto, roubo e indivíduos com mandados de prisão em aberto”, explicou ao Portal iG a Major Layla, assessora de imprensa da PM-MG.

A Polícia Militar emprega 38 mil agentes em todo o estado com reforço em áreas históricas e urbanas. A operação inclui drones, reconhecimento facial, cavalaria e barreiras de contenção para evitar tumultos.

“Neste ano, a Polícia Militar implementou um incremento tecnológico: o reconhecimento facial. Alimentamos um banco de dados com informações de pessoas com mandados de prisão em aberto e daquelas com medidas restritivas de liberdade, que não podem frequentar determinados ambientes. Só na sexta-feira, seis pessoas foram presas após serem identificadas por esse sistema”, detalhou.

A Polícia Militar realizou uma operação prévia para cumprimento de mandados de prisão e retirada de suspeitos das ruas. Desde sexta-feira (29), todo o efetivo da corporação foi mobilizado para a Operação Carnaval da Liberdade e Tranquilidade.

O sistema de reconhecimento facial identificou e prendeu indivíduos com pendências judiciais. A tecnologia está presente nas câmeras fixas das cidades, nas plataformas de observação elevada e nos drones utilizados nos blocos.

“Além disso, temos um projeto voltado ao atendimento de mulheres vítimas de violência, especialmente casos de importunação sexual. Há salas individuais e atendimento prioritário por policiais mulheres. Nessas centrais de registro de ocorrência, as vítimas recebem acolhimento diferenciado, com espaços reservados para garantir sua privacidade e evitar a revitimização.”, concluiu.

Pernambuco

Em Pernambuco, a Secretaria de Defesa Social coordena o esquema de segurança, com destaque para as cidades de Recife e Olinda. O efetivo da Polícia Militar foi ampliado, com milhares de agentes distribuídos entre os blocos, incluindo o Galo da Madrugada.

O policiamento conta com unidades móveis, cavalaria e drones. Postos de comando foram instalados em pontos estratégicos, como o palco “Pernambuco Meu País”.

A Polícia Civil mantém delegacias móveis para atendimento de ocorrências, com foco na proteção da população LGBTQIAPN+ e no combate à violência de gênero.

Além disso, foram implementados portais de controle de acesso, videomonitoramento e reconhecimento facial para coibir a entrada de itens proibidos. O CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) concentra as ações para resposta rápida a incidentes.

Bahia

Na Bahia, cerca de 25 mil agentes da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros foram mobilizados para a segurança do Carnaval, especialmente em Salvador.

Os circuitos Dodô, Osmar e Batatinha contam com torres de observação, drones e câmeras de reconhecimento facial.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado destinou R$ 101 milhões ao reforço do policiamento em 90 municípios.

A operação inclui capacitação específica para 1.200 policiais em direitos humanos, visando aprimorar o atendimento a mulheres, população LGBTQIAPN+ e outros grupos vulneráveis.

Câmeras de monitoramento inteligente foram instaladas para a contagem de público e identificação de suspeitos. O Bepe (Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos) atua diretamente no controle da segurança dos foliões.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a segurança para os 8 milhões de foliões previstos envolve a atuação conjunta da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal.

O Sambódromo conta com 3 mil policiais, câmeras de monitoramento e um centro de controle equipado com 14 quilômetros de fibra ótica. Blocos de rua da Zona Sul e do Centro recebem reforço de policiamento motorizado e agentes à paisana para coibir crimes.

O governo estadual implementou um esquema especial com 26 mil agentes e equipamentos de alta tecnologia, como reconhecimento facial e detectores de metais.

Testes de bafômetro serão aplicados nos motoristas de carros alegóricos para evitar acidentes durante os desfiles. A Polícia Civil mantém equipes especializadas para atendimento de casos de violência contra mulheres e crianças.

São Paulo

Em São Paulo, a Operação Carnaval 2025 mobiliza 20 mil policiais militares para garantir a segurança dos 16 milhões de foliões esperados na capital e dos 25 milhões no estado.

O Sambódromo do Anhembi conta com policiamento reforçado e totens digitais de segurança. O efetivo também cobre as regiões litorâneas e do interior, com uso de viaturas, cavalaria, cães e aeronaves.

A Polícia Civil mantém a Deatur (Divisão Especial de Atendimento ao Turista) ativa para ocorrências envolvendo visitantes.

A Polícia Rodoviária Federal intensificou a fiscalização nas rodovias, priorizando ações contra embriaguez ao volante e excesso de velocidade. O transporte público na capital opera com horários estendidos para facilitar a locomoção dos foliões.