IBGE revela alta do desemprego no Brasil; saiba mais

Profissional do IBGE coletando dados para estatística

A taxa de desemprego no Brasil voltou a subir e atingiu 6,5% no trimestre encerrado em janeiro de 2025, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta, o índice ficou levemente abaixo da expectativa dos analistas, que projetavam 6,6%.

Esse aumento ocorre após o índice de desemprego atingir o menor patamar desde o início da série histórica, em 2012, quando fechou 2024 em 6,2%. No entanto, o resultado ainda representa o menor índice para um trimestre encerrado em janeiro desde 2014.

Quantos brasileiros estão desempregados?

Mulher mostra sua carteira vazia, sem nenhum vintém devido ao desemprego.
Imagem: Ro_ksy/ shutterstock.com

De acordo com o IBGE, cerca de 7,2 milhões de brasileiros estavam desempregados entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Esse número é maior do que o registrado em outubro do ano passado, mas representa uma queda em relação ao mesmo período do ano anterior.

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A definição de desempregado pelo IBGE considera aqueles que estão sem ocupação e buscam ativamente uma vaga no mercado de trabalho.

Por outro lado, a população ocupada foi estimada em 103 milhões de pessoas, apresentando uma leve redução de 0,6% em comparação com o trimestre anterior, após sucessivos recordes de ocupação ao longo de 2024.

Como a renda dos trabalhadores foi impactada?

Apesar da alta no desemprego, a renda real do trabalhador brasileiro cresceu. O rendimento médio real alcançou R$ 3.343 no trimestre encerrado em janeiro, um aumento de 1,4% em relação ao trimestre anterior e de 3,7% na comparação anual.

A massa de rendimento, que soma a remuneração de todos os trabalhadores, ficou estável em R$ 339,5 bilhões. Quando comparada ao mesmo período de 2024, houve um crescimento de 6,2%, equivalente a um acréscimo de R$ 19,9 bilhões.

Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE, a estabilidade da massa de rendimento reflete uma compensação entre a queda no número de pessoas empregadas e o aumento na renda média dos trabalhadores.

Comparativo entre Pnad Contínua e Caged

Diferentes pesquisas monitoram o comportamento do mercado de trabalho no Brasil, sendo as principais a Pnad Contínua e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O que diz o Caged sobre o mercado de trabalho?

Na véspera da divulgação da Pnad Contínua, o Caged divulgou dados que apontam a criação de 137.303 vagas formais de emprego com carteira assinada em janeiro de 2025.

Diferenças entre Pnad e Caged

As metodologias dessas pesquisas são distintas. O Caged mensura apenas os empregos formais, ou seja, aqueles com carteira assinada, baseando-se em informações fornecidas diretamente pelas empresas ao Ministério do Trabalho e Previdência. Seus dados são mensais.

Já a Pnad Contínua apresenta um panorama mais abrangente, incluindo trabalhadores informais e formais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas os dados são trimestrais, coletados em 210 mil domicílios distribuídos por 3.500 municípios brasileiros.

Setores mais afetados pelo desemprego

A alta no desemprego no início de 2025 está relacionada às variações sazonais que ocorrem no mercado de trabalho. Algumas das áreas que mais sofreram com a redução de vagas foram:

  • Comércio: O setor, que historicamente contrata trabalhadores temporários para as festas de fim de ano, sofreu com demissões após o período de alta demanda.
  • Construção civil: Apresentou desaceleração devido a questões climáticas e ao ritmo mais lento de investimentos públicos e privados.
  • Agricultura: O início do ano marca o período de entressafra, reduzindo as oportunidades de emprego temporário no campo.

Expectativas para o mercado de trabalho

vagas , empregos
Imagem: Pixel-Shot / shutterstock.com

O mercado de trabalho brasileiro segue sob influência de fatores macroeconômicos, como inflação, juros e políticas governamentais de incentivo ao emprego.

O que esperar para os próximos meses?

Especialistas apontam que o desemprego pode voltar a cair nos próximos meses, impulsionado por:

  • Crescimento da economia
  • Recuperação de setores como serviços e indústria
  • Possíveis incentivos governamentais ao emprego

Considerações finais

Mesmo com o aumento do desemprego, a taxa segue em um patamar histórico relativamente baixo. O crescimento da renda dos trabalhadores e a estabilidade da massa salarial indicam um mercado de trabalho resiliente.

O próximo trimestre será decisivo para compreender se a alta no desemprego foi apenas uma variação sazonal ou um reflexo de uma tendência de desaquecimento econômico.

Acompanhe novas atualizações sobre o mercado de trabalho para entender como essas mudanças impactam a economia e a vida dos trabalhadores brasileiros.

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