Aposentadoria: quem mora no exterior pode se aposentar no Brasil?

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Com o aumento da mobilidade internacional, muitos brasileiros optam por viver e trabalhar fora do Brasil, em busca de melhores oportunidades ou qualidade de vida. No entanto, uma dúvida comum entre os expatriados é sobre como fica a aposentadoria. Será que, ao morar no exterior, ainda é possível se aposentar no Brasil?

A resposta, em muitos casos, é sim, mas com algumas considerações importantes sobre regras de contribuição e acordos internacionais. Neste artigo, exploramos tudo o que você precisa saber sobre a aposentadoria no Brasil para quem reside fora do país, desde as condições para continuar contribuindo até os Acordos Previdenciários Internacionais.

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Aposentadoria no Brasil para Quem Mora no Exterior

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Imagem: Freepik

A possibilidade de se aposentar no Brasil mesmo vivendo em outro país depende de algumas variáveis, como o tempo de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a existência de Acordos Previdenciários entre o Brasil e o país onde você reside.

1. Se Você Já Contribuiu ao INSS

Se você já fez contribuições ao INSS e preenche os requisitos de tempo de serviço, pode solicitar a aposentadoria enquanto reside no exterior. O pagamento do benefício pode ser realizado em uma conta bancária no Brasil ou, em alguns casos, ser enviado para o exterior, dependendo do país de residência.

2. Continuar Contribuindo para o INSS no Exterior

Caso você ainda não tenha completado o tempo necessário para a aposentadoria, pode continuar contribuindo como segurado facultativo, desde que se inscreva no INSS e pague as contribuições mensais. Esse é um recurso importante para garantir sua aposentadoria no Brasil mesmo morando fora.

3. Acordos Internacionais de Previdência

Uma das principais alternativas para quem mora fora é a utilização de Acordos Previdenciários Internacionais. O Brasil tem acordos com diversos países (como Portugal, Itália, Japão e Estados Unidos), que permitem a soma do tempo de contribuição nos dois países, evitando a bitributação e aumentando as chances de atingir os requisitos necessários para aposentadoria.

Trabalhando no Exterior: Preciso Continuar Pagando o INSS?

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Trabalho Temporário

Se sua transferência para o exterior for temporária e o país de destino tiver um Acordo Previdenciário com o Brasil, você pode continuar vinculado ao INSS sem precisar pagar contribuições no país estrangeiro.

Para isso, basta obter o Certificado de Deslocamento Temporário (CDT), um documento que comprova a sua situação de deslocamento e evita a bitributação.

Trabalho Permanente

Se sua permanência no exterior for definitiva, o Certificado de Deslocamento Temporário não se aplica, e você precisará seguir as regras previdenciárias do país onde reside.

No entanto, mesmo morando permanentemente no exterior, você ainda pode continuar contribuindo para o INSS para garantir benefícios no Brasil, o que pode resultar em uma aposentadoria no Brasil, além da aposentadoria do país onde você reside.

Manter Contribuições no Brasil: Vale a Pena?

Essa decisão depende de vários fatores, como o país onde você mora e a existência de acordos entre os dois países.

Quando Vale a Pena Contribuir?

  • Com Acordos Previdenciários: Se o país onde você mora tem um acordo com o Brasil, você pode somar o tempo de contribuição. Embora o valor das contribuições feitas no exterior não seja considerado para o cálculo da aposentadoria no Brasil, ainda assim a soma do tempo pode ser vantajosa para atingir o tempo mínimo de contribuição necessário.
  • Sem Acordos: Se o país não tem acordo com o Brasil, você pode continuar pagando as contribuições para o INSS como segurado facultativo, garantindo a aposentadoria brasileira.

Quando Não Vale a Pena Contribuir?

Se o país em que você reside já possui um sistema de aposentadoria eficiente e você não pretende acumular aposentadorias de diferentes países, pode não ser vantajoso continuar contribuindo para o INSS. Caso você não tenha perspectiva de um benefício adequado no Brasil ou no exterior, esse pode ser um momento de reavaliar suas contribuições.

Cuidados ao Contribuir para o INSS no Exterior

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Imagem: Freepik e Canva

Antes de continuar contribuindo para o INSS, é essencial buscar a orientação de um especialista. Isso evitará contribuições erradas ou pagamentos desnecessários.

A categoria de segurado individual, por exemplo, é vedada pelo INSS para residentes no exterior, exceto para quem trabalha em organismos internacionais. No entanto, o INSS permite a inscrição como segurado facultativo.

E se o País Onde Moro Não Tem Acordo com o Brasil?

Se você reside em um país que não possui um Acordo Previdenciário com o Brasil, isso não impede que você se aposente no Brasil.

Nesse caso, você pode continuar contribuindo para o INSS como segurado facultativo, mesmo que o país onde você mora não tenha um acordo com o Brasil. Além disso, você pode se aposentar pelo sistema previdenciário local, desde que cumpra os requisitos exigidos por esse país.

Como Solicitar a Aposentadoria no Brasil Enquanto Mora no Exterior?

A solicitação de aposentadoria pode ser feita pelo Meu INSS, a plataforma digital do INSS, sem a necessidade de retornar ao Brasil. O sistema oferece praticidade e permite que os brasileiros que moram no exterior solicitem a aposentadoria de forma rápida e sem burocracia.

Acordos Previdenciários Internacionais: Como Funcionam?

Os Acordos Previdenciários Internacionais são tratados que permitem que os brasileiros que trabalharam no exterior usem o tempo de contribuição de outros países para somar com o tempo de serviço no Brasil, desde que o país em questão tenha um acordo com o Brasil.

Isso é essencial para evitar que o trabalhador tenha que contribuir para o sistema previdenciário de dois países ao mesmo tempo (bitributação).

Esses acordos também garantem a exportação de benefícios, permitindo que o trabalhador brasileiro continue recebendo seus benefícios previdenciários mesmo após se mudar para outro país.

Principais Países com Acordos Previdenciários com o Brasil

  • Portugal
  • Espanha
  • Itália
  • França
  • Estados Unidos
  • Japão

Esses são apenas alguns dos países com os quais o Brasil mantém acordos, permitindo que o tempo de contribuição seja totalizado entre os dois países.

Quando a Totalização de Períodos Trabalhados é Vantajosa?

A totalização do tempo de contribuição pode ser vantajosa quando você não consegue atingir os requisitos para a aposentadoria em um único país. No entanto, é importante lembrar que, embora o tempo de contribuição possa ser somado, o valor das contribuições feitas em outros países não é considerado no cálculo da aposentadoria.

Em alguns casos, pode ser mais vantajoso se aposentar separadamente nos dois países, garantindo aposentadorias integrais. Para isso, é essencial consultar um especialista em previdência internacional, que ajudará a tomar a decisão mais vantajosa.

Considerações finais

Se você mora ou pretende morar fora do Brasil, é possível se aposentar tanto no Brasil quanto no país de residência, dependendo das circunstâncias e dos acordos previdenciários existentes.

É essencial planejar suas contribuições previdenciárias e buscar orientações especializadas para garantir que sua aposentadoria seja bem estruturada, seja no Brasil ou no exterior.

Em resumo, a chave para uma aposentadoria tranquila é um bom planejamento, considerando os Acordos Previdenciários Internacionais, a continuação de contribuições para o INSS e a análise das condições oferecidas pelo sistema previdenciário do país onde você reside.

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