Médicos analisam como a IA pode transformar o atendimento a deficientes visuais

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A aplicação da inteligência artificial (IA) tem proporcionado avanços significativos na vida de pessoas com deficiência visual. Tecnologias como bengalas inteligentes e sistemas de audiodescrição vêm ampliando a independência e a qualidade de vida desses indivíduos.

Esses temas serão destaque na 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que ocorre nesta sexta-feira (14) e sábado (15), em São Paulo.

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Inovação Tecnológica em Prol da Acessibilidade

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Imagem: Peshkova / Shutterstock.com

A utilização de IA em dispositivos assistivos tem transformado a maneira como pessoas cegas ou com baixa visão interagem com o mundo ao seu redor. As bengalas inteligentes, por exemplo, combinam sensores avançados e conectividade com smartphones para detectar obstáculos e fornecer orientações por meio de comandos de voz. Essa tecnologia permite que os usuários se desloquem com mais segurança em ambientes urbanos, identificando pontos de interesse e adaptando-se a novos locais com maior facilidade.

Essas bengalas podem detectar diferentes tipos de obstáculos, como degraus, buracos ou até mesmo objetos à altura da cabeça, que podem passar despercebidos por uma bengala tradicional. Ao fornecer essas informações por meio de comandos de voz, elas não apenas garantem maior segurança, mas também facilitam a navegação em espaços complexos, como centros comerciais, estações de transporte e ruas movimentadas.

Além das bengalas, sistemas de audiodescrição baseados em IA têm oferecido assistência visual significativa. Esses sistemas analisam imagens capturadas pelos usuários e fornecem descrições detalhadas de objetos, textos e ambientes, eliminando a necessidade de um voluntário para auxiliar em tarefas cotidianas. Isso inclui a leitura de rótulos, identificação de objetos e reconhecimento de ambientes, aumentando consideravelmente a autonomia dos indivíduos com deficiência visual.

Com o uso de smartphones e aplicativos, os sistemas de audiodescrição também se tornam mais acessíveis. Muitas dessas ferramentas utilizam a câmera do dispositivo para capturar imagens e realizar a análise, transmitindo as informações por áudio em tempo real. Isso facilita atividades simples, como ler menus em restaurantes, identificar produtos em supermercados ou reconhecer locais públicos, aumentando a sensação de independência.

Desafios Éticos e Técnicos

Apesar dos avanços, o desenvolvimento e a implementação dessas tecnologias enfrentam desafios éticos e técnicos. Um dos principais pontos de discussão na convenção do CBO será a garantia da privacidade e da imparcialidade no uso dos dados dos usuários. Dispositivos de audiodescrição gerados por IA podem, eventualmente, reforçar preconceitos se não forem alimentados ou moderados com bases de dados objetivas e imparciais.

A privacidade é uma preocupação crescente quando se trata da coleta e do uso de dados pessoais. A IA, por sua própria natureza, requer grandes volumes de dados para aprender e melhorar, mas isso pode gerar riscos se os dados não forem tratados com segurança. A forma como essas informações são coletadas, armazenadas e compartilhadas precisa ser transparente e protegida por regulamentações rigorosas para garantir que os direitos dos usuários sejam respeitados.

Além disso, a precisão das descrições fornecidas pelos sistemas de IA também é uma preocupação. É fundamental que as informações sejam claras e confiáveis para evitar mal-entendidos que possam comprometer a segurança e a autonomia dos usuários. A descrição errada de um ambiente ou objeto, por exemplo, pode resultar em acidentes, como tropeções ou erros na navegação em lugares desconhecidos. Portanto, a IA precisa ser continuamente aprimorada para garantir que as descrições sejam sempre relevantes e precisas.

Outro desafio importante é a acessibilidade financeira dessas tecnologias. Embora o custo dessas inovações tenha diminuído ao longo dos anos, ainda há uma grande disparidade no acesso a essas ferramentas, especialmente em países em desenvolvimento ou entre pessoas com recursos limitados. As soluções precisam ser acessíveis e viáveis para todos os usuários, sem que a qualidade da assistência seja comprometida.

O Papel do Conselho Brasileiro de Oftalmologia

O CBO tem desempenhado um papel crucial na promoção e discussão dessas tecnologias assistivas. A 8ª Convenção do conselho reúne especialistas e gestores de saúde para debater a aplicação da IA em soluções que auxiliam na comunicação, locomoção e acessibilidade de pessoas com deficiência visual. O encontro também aborda os desafios éticos e técnicos associados ao uso dessas tecnologias, buscando soluções que garantam a privacidade e a imparcialidade no tratamento dos dados dos usuários.

Além disso, o CBO está engajado em promover o desenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias que possam melhorar ainda mais a vida de pessoas com deficiência visual. A troca de conhecimento e experiências entre profissionais da área da saúde e desenvolvedores de tecnologia é essencial para que as soluções criadas atendam de maneira eficaz às necessidades desse público.

Futuro das Tecnologias Assistivas

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Imagem: 3rdtimeluckystudio / shutterstock.com

O avanço da inteligência artificial promete continuar revolucionando o campo das tecnologias assistivas. Pesquisas em andamento buscam aprimorar ainda mais as funcionalidades das bengalas inteligentes e dos sistemas de audiodescrição, tornando-os mais precisos e acessíveis. A integração com outras tecnologias emergentes, como realidade aumentada e internet das coisas, pode oferecer novas possibilidades para aumentar a independência de pessoas com deficiência visual.

Por exemplo, a realidade aumentada pode ser integrada aos sistemas de audiodescrição, permitindo que os usuários visualizem, de maneira virtual, informações sobre o ambiente ao seu redor. Isso pode incluir a identificação de pontos de interesse, como bancos, restaurantes ou pontos de ônibus, fornecendo uma experiência mais imersiva e detalhada.

A internet das coisas (IoT) também pode melhorar a conectividade desses dispositivos com o ambiente. Sensores adicionais, como os encontrados em semáforos inteligentes ou em mobiliário urbano, podem se comunicar com as bengalas inteligentes, oferecendo informações em tempo real sobre mudanças no ambiente, como a presença de obstáculos ou a sinalização de travessias seguras.

Conclusão

A aplicação da inteligência artificial em tecnologias assistivas representa um marco significativo na promoção da autonomia de pessoas com deficiência visual. Inovações como bengalas inteligentes e sistemas de audiodescrição têm transformado a maneira como esses indivíduos interagem com o mundo, proporcionando maior independência e qualidade de vida.

No entanto, é essencial que o desenvolvimento dessas tecnologias considere os desafios éticos e técnicos, garantindo a privacidade, a imparcialidade e a acessibilidade para todos os usuários. A 8ª Convenção do Conselho Brasileiro de Oftalmologia serve como um fórum vital para essas discussões, impulsionando avanços e soluções no campo da oftalmologia assistiva.

Imagem: Rawpick/Freepick

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