Vereador de Florianópolis é condenado a serviço comunitário por perseguir professora

O vereador de Florianópolis João Paulo Ferreira (PL), conhecido pelo apelido Bericó, foi condenado a prestar 70 horas de serviço comunitário por perseguição contra uma professora da rede pública municipal. O caso aconteceu em 2023. Ao ND Mais, o parlamentar informou que não irá recorrer da decisão.

Vereador de Florianópolis, João do Bericó, durante sessão na Câmara Municipal

Vereador João do Bericó (PL) condenado por perseguição contra professora da rede municipal – Foto: Câmara Municipal de Florianópolis/ND

Os fatos ocorreram quando Juliana Andozio defendeu que uma aluna transexual, de 16 anos, pudesse usar o banheiro feminino, ação que segue determinações legais e também da SED (Secretaria de Estado da Educação).

À época, Bericó usou as redes sociais para atacar a docente e incitar a violência contra professora, que registrou um boletim de ocorrência contra o parlamentar. A decisão judicial ocorre na esfera criminal.

Vereador de Florianópolis é condenado a prestar serviço comunitário

A decisão do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) foi tomada a partir de um acordo entre as partes, que foi aceito voluntariamente por Bericó.

Tribunal de Justiça de Santa Catarina condenou vereador a prestação de serviço comunitário – Foto: Cristiano Estrela/NCI TJSC/ND

No despacho, o parlamentar é condenado a prestação de serviços à comunidade por 70 horas, dentro do prazo de três meses a partir da decisão, publicada no dia 26 de fevereiro.

O TJSC estabelece, ainda, que o parlamentar deverá “comunicar ao juizado sobre qualquer mudança de contato ou endereço” durante o período do cumprimento da sentença.

O vereador de Florianópolis foi informado de que não poderá, nos próximos cinco anos, realizar nova transação penal sob risco de perder o benefício concedido em acordo.

Contraponto

À reportagem do ND Mais, o vereador de Florianópolis informou que não irá recorrer da decisão porque irá “servir à comunidade que ama”.

O parlamentar informou também que irá cumprir a determinação com apoio de pais de alunos da Escola de Ensino Básico De Muquém, no bairro São João do Rio Vermelho, onde ocorreram os fatos.

Professora alvo dos ataques lecionava na escola E.E.B. De Muquém, no Norte da Ilha – Foto: EEB De Muquém/Facebook

“Tem uns pais que irão fazer o serviço comigo, eles querem para mostrar o que a luta da direita vale a pena”, afirmou. “Lutar por nossas famílias, proteger a inocência das crianças e não querer ideologia em sala de aula é sim uma luta que não irá parar”, concluiu o vereador de Florianópolis.

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