Queda-livre: número de assinantes de TV paga cai ao nível mais baixo desde 2009

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O mercado de TV por assinatura no Brasil passa por um momento de retração histórica. Em 2024, o setor registrou 9,3 milhões de clientes, uma redução de 21% em relação ao ano anterior. Esse número representa o menor patamar desde 2009, conforme dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A queda reflete uma mudança significativa no comportamento do consumidor, impulsionada pela ascensão das plataformas de streaming e outras formas de entretenimento digital.

A redução do número de assinantes também impacta os canais de notícias, que tiveram média diária de apenas 11.792 espectadores em 2024, evidenciando uma crise na audiência televisiva tradicional.

As maiores operadoras do setor

X TV Elon Musk
Imagem: Tomas Urbelionis / shutterstock.com

Atualmente, o mercado de TV por assinatura é dominado por cinco grandes operadoras, que juntas concentram 96% das assinaturas:

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Operadora Assinantes (2024) Participação de mercado
Claro 4.726.441 51,1%
Sky 2.668.313 28,8%
Vivo 785.191 8,5%
Oi 649.342 7,0%
Ibipar 55.351 0,6%

A Claro lidera o segmento, com mais da metade dos clientes, seguida pela Sky, que detém cerca de 29% do mercado. Vivo e Oi, apesar de representativas, possuem participações menores, enquanto a Ibipar tem uma fatia residual.

Distribuição regional das assinaturas

A maior concentração de assinantes está na região Sudeste, que abriga 61,4% das assinaturas. O Nordeste vem em seguida, com 16,6%, seguido pelo Sul (13,0%), Centro-Oeste (5,0%) e Norte (4,0%).

Tecnologias de transmissão

Os assinantes brasileiros acessam os serviços de TV paga por diferentes tecnologias:

Tecnologia Assinantes (2024)
Satélite 4,6 milhões
Cabo 3,5 milhões
Fibra 1,1 milhão

Os serviços via satélite ainda dominam, mas as redes de fibra ótica vêm ganhando espaço lentamente, refletindo a transição para modelos mais modernos de transmissão de conteúdo.

Declínio do setor: causas e impactos

O ápice da TV por assinatura no Brasil ocorreu em 2014, quando o setor contava com 19,6 milhões de acessos. Comparando esse número com os 9,3 milhões de 2024, observa-se uma retração de 52,7%. Mas o que causou essa queda acentuada?

Ascensão do streaming

A popularização das plataformas de streaming, como Netflix, Prime Video, Disney+ e Globoplay, revolucionou o consumo de entretenimento no Brasil. Com preços mais acessíveis, maior variedade de conteúdo sob demanda e a possibilidade de assistir em diversos dispositivos, os serviços de streaming se tornaram a principal alternativa para quem antes assinava TV paga.

Preços altos e pacotes pouco flexíveis

Os planos de TV por assinatura costumam ser caros, especialmente quando incluem canais premium. Além disso, os pacotes fixos muitas vezes oferecem canais que não interessam ao consumidor, tornando-se menos atraentes em comparação com a personalização dos serviços de streaming.

Crise econômica e reajustes tarifários

A instabilidade econômica dos últimos anos também impactou o setor. Com a inflação e a perda do poder de compra, muitos consumidores passaram a cortar gastos considerados supérfluos, como a assinatura de TV a cabo.

Pirataria e serviços alternativos

O crescimento da pirataria, através de IPTV clandestino e outras soluções ilegais, também afeta diretamente as operadoras. Esses serviços oferecem acesso a conteúdos pagos por um preço muito inferior ao dos pacotes oficiais, atraindo clientes que buscam economizar.

Futuro da TV por assinatura no Brasil

Mão segurando controle apontando para televisão.
Imagem: PhotoMIXCompany / pxhere

O setor de TV por assinatura precisará se reinventar para conter a perda de clientes. Algumas possíveis estratégias incluem:

Pacotes mais flexíveis

A oferta de pacotes personalizáveis, permitindo que os consumidores escolham apenas os canais que desejam, pode ser uma saída para tornar o serviço mais competitivo em relação ao streaming.

Investimento em tecnologia

A migração para tecnologias mais modernas, como a transmissão via fibra ótica, pode melhorar a qualidade da experiência do usuário e reduzir custos operacionais para as empresas.

Integração com streaming

Algumas operadoras já apostam na oferta de combos que unem TV por assinatura e serviços de streaming, como Claro e Vivo. Esse modelo pode se tornar mais comum nos próximos anos, garantindo mais opções ao consumidor.

Combate à pirataria

Ações mais rigorosas contra a pirataria e campanhas educativas sobre os riscos do IPTV ilegal podem ajudar a recuperar parte dos clientes perdidos para serviços clandestinos.

Considerações finais

A TV por assinatura enfrenta seu pior momento no Brasil, com um encolhimento drástico de sua base de clientes. A concorrência do streaming, os preços elevados e a crise econômica são fatores determinantes para esse declínio.

Para sobreviver, as operadoras precisarão se adaptar à nova realidade do consumo de mídia, oferecendo planos mais acessíveis, investindo em tecnologia e explorando parcerias estratégicas com serviços de streaming.

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