BRICS define cooperação espacial e digital como prioridades

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A primeira reunião técnica do Grupo de Trabalho (GT) do BRICS sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), foi realizada de forma online, na sexta-feira, para apresentar seus temas prioritários. 

Participaram representantes do Brasil, da Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, do Egito, dos Emirados Árabes Unidos, da Etiópia, da Indonésia e do Irã que unanimemente aprovaram que serão:

  • Conectividade universal e significativa: que contará com um mapeamento de como está sendo implementada a conectividade universal e significativa pelos países do GT de TICs, com base nos indicadores e métricas estabelecidos na declaração ministerial do Grupo de Trabalho do G20 sobre Economia Digital.
  • Sustentabilidade espacial: o GT entregará, ao final dos estudos, um documento consensual sobre as discussões realizadas no âmbito da União Internacional de Telecomunicações (UIT). O relatório apresentará as contribuições e decisões dos países do BRICS sobre a sustentabilidade espacial, incluindo a questão da constelação de satélites não geoestacionários de baixa e média órbita.
  • Sustentabilidade ambiental: no dia 2 de abril, se realizará um seminário intitulado “Green Digital Action”, no qual os países membros do GT apresentarão iniciativas nas quais as TICs contribuem para a sustentabilidade ambiental, como serviços de telecomunicações de emergência, eficiência energética e economia circular.
  • Ecossistema digital: com o objetivo de mapear a governança do ecossistema digital nos países participantes, a presidência brasileira enviará um questionário aos membros do BRICS para coletar informações que subsidiarão a elaboração de uma pesquisa sobre como cada país está se organizando internamente para tratar de TICs.

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As próximas reuniões técnicas estão agendadas para os dias 3 de abril e 6, 29 e 30 de maio, com as duas últimas ocorrendo presencialmente em Brasília, antes da reunião ministerial marcada para o dia 2 de junho, no Itamaraty.

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Representantes brasileiros em reunião online do GT de TIC do BRICS. Foto: Governo do Brasil

Cooperações satelitais do BRICS

O Brasil tem uma longa história de cooperação internacional no setor espacial, destacando-se a parceria com a China no desenvolvimento do Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS)

Desde 1988, os dois países colaboram no desenvolvimento e lançamento de satélites de sensoriamento remoto, com o objetivo de monitorar recursos terrestres e ambientais. Essa parceria é considerada um modelo de “cooperação Sul-Sul” e já resultou no lançamento de seis satélites conjuntos, sendo que os satélites CBERS-4 e CBERS-4A estão atualmente em operação.

Além disso, os países do BRICS têm buscado maior integração no setor espacial por meio do compartilhamento e uso de dados de satélites de sensoriamento remoto. Em setembro de 2024, foi assinado um acordo que permite a cooperação entre as agências espaciais do BRICS para construir uma constelação virtual de satélites de sensoriamento remoto. 

Este mecanismo de compartilhamento de dados é composto por satélites existentes já em órbita, indicados pelas agências espaciais de cada país membro. Satélites como o CBERS-4 (Brasil e China), Kanopus-V (Rússia), Resourcesat-2 e 2A (Índia), e GF-6 e ZY-3/02 (China) fazem parte dessa constelação. 

Essa iniciativa visa melhorar o monitoramento ambiental, o gerenciamento de recursos naturais e a resposta a desastres, fortalecendo a cooperação entre os países do BRICS no setor espacial. 

A Índia, por exemplo, desempenha um papel fundamental nessas iniciativas, liderando projetos de satélites, missões tripuladas e contribuindo com sua experiência em tecnologia de satélites e serviços de lançamento.

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