SAP: Brasil é o país mais otimista com IA na América Latina, mas ainda há barreiras relevantes

O Brasil é o País mais otimista da América Latina com o potencial de uso da Inteligência Artificial no ambiente de trabalho. Segundo a pesquisa inédita “Inteligência Artificial no mundo corporativo”, da SAP, 52% das empresas nacionais tem percepção totalmente positiva sobre o recurso e outros 27% a enxergam de forma favorável, mas com alguma ressalva.

Na América Latina, 43% dos respondentes estão muito otimistas com a IA e 38% a veem como positiva, mas têm reservas. Apesar da diferença de percepção sobre a tecnologia, a expectativa geral é que ela impacte fortemente todos os segmentos econômicos, tanto no Brasil (62%) quanto na América Latina (63%).

“O ano de 2024 foi marcado pela adoção da IA Generativa pelo ‘hype’, o que não significa que resultados importantes não foram alcançados”. afirma Rogério Ceccato, diretor de pré-vendas da SAP Brasil. “Contudo, 2025 ficará marcado como o momento em que o recurso será efetivamente empregado em prol das corporações, ampliando os ganhos de eficiência tanto em recursos humanos quanto financeiros a partir da maturidade no entendimento do potencial do recurso e uso da inteligência artificial impactando os processos de negócios”, completa.

A pesquisa revela que 44% das empresas no Brasil já enxergam resultados com a adoção da tecnologia e outros 46% acreditam que o impacto será visto em 2025, corroborando a avaliação do especialista. Os 10% restantes esperam resultados em um período mais longo, de 2 a 4 anos. De modo geral, 62% dos tomadores de decisões pesquisados declaram que planejam incrementar o investimento em adoção de IA com relação ao registrado em 2024.

Os principais motores para adoção da IA são a busca por melhorar a experiência do cliente (64%) e a produtividade da organização (51%). Curiosamente, quando olhamos os benefícios mais detectados pelas empresas, a ordem se inverte. Maior produtividade e eficiência é o resultado que mais se destaca, sendo apontado por 67% dos entrevistados brasileiros. Já a melhora no atendimento ao cliente é apontada por 46% das empresas. O Top 5 de vantagens também traz: menor desgaste dos colaboradores (38%); redução de custos (35%); e, melhor gestão de recursos humanos (34%).

Entre as soluções implementadas, 60% são de IA Generativa e 40% ainda correspondem a Machine Learning. “No momento em que já estamos oferecendo soluções de “AI Agent” (aquela que realiza tarefas complexas com o mínimo de intervenção humana), os números indicam que ainda há um vasto potencial tecnológico a ser explorado pelas organizações”, avalia Ceccato.

Desafios brasileiros

Apesar dos avanços e potenciais de ganho, ainda há importantes barreiras a serem superadas para adoção a de tecnologias e estratégias de IA. A falta de clareza sobre como integrá-la aos processos de negócios e sistemas de gestão (29%) é a principal delas, seguida de perto pela falta de pessoal qualificado para lidar com a IA (28%). Segundo a pesquisa SAP, quase um quarto das empresas (22%) ainda não considera a incorporação do recurso como uma prioridade de negócio.

Outro dado relevante é a resistência organizacional à adoção da IA. Enquanto o problema é relatado por 11% das microempresas e das grandes corporações, atinge 20% das pequenas e 29% das médias. “Os dados chamam atenção já que, claramente, as empresas que melhor se capacitarem para esta transição são aquelas que liderarão o mercado nos próximos anos”, alerta Ceccato. “O cenário captado na pesquisa indica um fortalecimento das microempresas, possivelmente porque já sejam nativas dessa nova era de IA”, avalia.

A boa notícia é que 62% das empresas estão investindo em capacitação de seus colaboradores para sanar este gargalo e outras 35% pretendem fazê-lo ainda em 2025. Além disso, 54% das corporações estão buscando pessoas que já têm experiência em AI para acelerar processos de inovação e outras 35% apontam que farão isso ainda este ano.

A pesquisa “Inteligência Artificial no mundo corporativo”, da SAP, foi realizada com 1200 tomadores de decisão de empresas de micro (15%), pequeno (37%), médio (24%) e grande porte (23%) no Brasil (25%), México (25%), Argentina (17%), Chile (17%) e Colômbia (17%) durante o último trimestre de 2024.

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