Preço dos alimentos vai diminuir nos próximos dias? Entenda

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (12) que espera uma redução dos preços dos alimentos nos próximos 30 dias.

Em entrevista à GloboNews, a ministra explicou que a isenção de impostos para importação de produtos como carne pode estimular a oferta doméstica, levando à queda nos preços.

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Isenção de impostos e efeito sobre os preços

O governo federal adotou medidas para conter a inflação dos alimentos, incluindo a redução para zero do imposto de importação de diversos produtos essenciais. Segundo Tebet, essa decisão pode gerar um “efeito moral” entre os produtores nacionais, incentivando um aumento da oferta interna.

“Se a importação está isenta, os produtores podem optar por destinar uma parcela maior da produção ao mercado interno, reduzindo preços para evitar concorrência com produtos estrangeiros”, explicou a ministra.

A medida busca atenuar os efeitos da inflação dos alimentos, que tem impactado o orçamento das famílias brasileiras nos últimos meses.

O papel da nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais

Tebet também comentou a nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais, afirmando que a ex-presidente do PT terá um papel estratégico no apoio às medidas econômicas do governo.

“Gleisi agora é uma ministra palaciana, fiel ao presidente Lula, e entende que o projeto econômico em andamento é o projeto do governo”, declarou Tebet.

Ajuste fiscal será necessário em 2026

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Outro ponto destacado pela ministra foi a necessidade de um ajuste fiscal a partir de 2026 para garantir a estabilidade econômica do país.

Gastos elevados desde 2022

Tebet afirmou que, desde o final de 2022, o governo precisou ampliar os gastos para recuperar programas sociais e políticas públicas. No entanto, essa fase de expansão precisará ser revista nos próximos anos.

“Houve uma janela de gastança necessária para reconstruir o país, mas, em 2026, seja qual for o presidente, será preciso um ajuste para evitar aumento da inflação e do endividamento”, alertou a ministra.

Resistência do Congresso

A ministra reconheceu que o atual Congresso não tem perfil fiscalista, o que dificultou a adoção de medidas de contenção de gastos.

“Esperávamos um Congresso mais comprometido com a responsabilidade fiscal, mas a realidade foi diferente. Temos que respeitar a democracia e lidar com as condições atuais”, afirmou Tebet.

Ela também mencionou que o cenário político de 2025, ano eleitoral, inviabiliza cortes drásticos de gastos, já que muitos senadores buscam reeleição e evitam medidas impopulares.

Situação do Orçamento de 2025

O Congresso Nacional ainda não aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Apesar disso, Tebet garantiu que o governo está operando dentro das regras fiscais e que a ausência da aprovação do orçamento não compromete o equilíbrio das contas públicas.

“Enquanto a LOA não é aprovada, trabalhamos com 1/18 do orçamento mensalmente. Isso nos permite manter as finanças equilibradas”, explicou Tebet.

Entre os programas priorizados estão o Pé-de-Meia, que incentiva a permanência de jovens no ensino médio, e o Auxílio Gás, destinado a famílias de baixa renda.

Integração da América do Sul e relação com a China

A ministra também destacou o avanço da agenda de integração sul-americana, afirmando que o Brasil tem oportunidades econômicas importantes na região.

“Temos 200 milhões de consumidores sul-americanos e eles também têm 200 milhões de brasileiros como mercado potencial. Precisamos aproveitar isso”, ressaltou Tebet.

Ela mencionou projetos de infraestrutura, como corredores logísticos que ligam o Brasil ao Oceano Pacífico, reduzindo custos de exportação para a China.

Emendas parlamentares podem virar “caso de polícia”

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Tebet criticou o crescimento das emendas parlamentares, alertando para os riscos de falta de controle.

“As emendas são importantes, mas o volume atual está excessivo. Em outros países, o Executivo tem mais controle sobre os investimentos”, disse.

Ela também expressou preocupação com as eleições de 2026, temendo o surgimento de “outsiders” políticos com propostas populistas e desconectadas da realidade econômica.

Considerações finais

As declarações da ministra Simone Tebet reforçam o compromisso do governo com a estabilização econômica, mas também apontam desafios futuros. A previsão de queda nos preços dos alimentos pode trazer alívio para as famílias brasileiras, enquanto o ajuste fiscal planejado para 2026 será essencial para manter a sustentabilidade das contas públicas.

Resta saber como o Congresso e o próximo governo reagirão a essas mudanças e quais serão os impactos para a economia e para a população.

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