Restituição do Imposto de Renda: saiba como quitar suas dívidas e investir com o valor

Aplicativo IR da Receita Federal aberto em celular que está sobre o teclado de um notebook. Ao seu lado, à esquerda, está um caderno com uma caneta.

A temporada de Imposto de Renda (IR) já está aberta, e para milhões de brasileiros, o período de declaração pode significar a restituição dos impostos pagos a mais. Em 2025, a Receita Federal divulgou as novas regras para a entrega da declaração, com prazo de início no dia 17 de março e término em 30 de maio. Ao fazer a declaração, muitos contribuintes podem ter direito a uma restituição, o que abre a questão: o que fazer com esse valor recebido?

Para especialistas, o uso inteligente dessa quantia extra é fundamental para quem busca melhorar a saúde financeira. O uso da restituição pode ser a oportunidade para quitar dívidas e, se não houver pendências, começar a investir. Neste artigo, vamos explorar as melhores estratégias sobre o que fazer com a restituição do Imposto de Renda de 2025.

Como organizar suas finanças com a restituição

Restituição correção
Imagem: rafastockbr / shutterstock.com

A primeira recomendação dos especialistas em finanças é usar a restituição do Imposto de Renda para quitar dívidas. Isso ocorre porque, muitas vezes, a restituição pode ser a chance de resolver pendências financeiras que, de outra forma, poderiam se arrastar por mais tempo.

Leia mais: Regras para declaração do Imposto de Renda 2025 são reveladas pela Receita Federal

O que pagar primeiro?

Se você tem dívidas, a recomendação é priorizar aquelas que possuem juros mais elevados, como as de cartões de crédito e cheque especial.

Em relação a financiamentos, especialmente o imobiliário, se os juros forem mais baixos do que os pagos no Tesouro Selic, os especialistas sugerem que talvez não seja necessário usar a restituição para quitá-los imediatamente. Neste caso, seria mais vantajoso investir o valor em aplicações com maior rentabilidade.

Pagamento de dívidas: uma medida estratégica

Pagar as dívidas pode aliviar o estresse financeiro e melhorar o fluxo de caixa mensal, liberando recursos que antes eram consumidos pelos juros elevados. Isso também pode ajudar a melhorar o seu perfil de crédito, facilitando o acesso a melhores condições em futuras negociações.

E se não tiver dívidas?

Se você está livre de dívidas, a restituição pode ser usada de maneira estratégica para otimizar seu futuro financeiro. Especialistas indicam algumas opções que podem ajudar a garantir uma reserva para emergências ou até mesmo criar uma base para investimentos de longo prazo.

1. Construção da reserva de emergência

A recomendação mais comum para quem não possui dívidas é criar uma reserva de emergência. Esse valor deve ser suficiente para cobrir gastos essenciais por, no mínimo, três a seis meses. A construção dessa reserva ajuda a proteger o indivíduo contra imprevistos, evitando que ele tenha que recorrer a crédito caro em caso de necessidade.

O Tesouro Selic é uma das opções mais recomendadas para esse tipo de fundo, pois oferece liquidez diária e uma rentabilidade superior à da poupança. Com uma rentabilidade de 13,25% ao ano, ele supera os 7% anuais da poupança, proporcionando mais rentabilidade com o mesmo nível de segurança.

2. Investimentos em Renda Fixa

Após constituir sua reserva de emergência, a próxima recomendação é buscar opções de investimentos em renda fixa. As opções de títulos públicos, como o Tesouro Direto, continuam sendo uma das melhores alternativas para quem busca estabilidade e rentabilidade superior à poupança.

O Tesouro Prefixado, por exemplo, pode ser uma alternativa interessante para quem está disposto a manter o valor investido por um período mais longo, aproveitando as taxas de juros atuais.

3. Fundos de Investimento

Outra opção são os fundos de investimento, especialmente aqueles atrelados ao CDI. Esses fundos têm se mostrado uma alternativa interessante, pois muitos oferecem rentabilidade próxima ao CDI sem a cobrança de taxas de administração, o que pode ser vantajoso para quem busca maior rentabilidade líquida.

Utilizando a restituição para deduzir Imposto de Renda

Lote restituição IR
Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Outro uso inteligente da restituição pode ser a aplicação em planos de previdência privada. No caso do PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), é possível fazer uma contribuição mensal ou esporádica e, assim, deduzir até 12% da sua renda bruta anual tributável na declaração do Imposto de Renda.

Vantagens do PGBL

O PGBL permite ao investidor obter benefícios fiscais imediatos, desde que ele opte pelo modelo de declaração completo. No entanto, é importante observar que o PGBL será tributado na hora do resgate, e essa tributação pode seguir duas tabelas: progressiva e regressiva.

Tabela progressiva

Na tabela progressiva, a tributação ocorre conforme a faixa de renda, com taxas que variam de 0% a 27,5%. Essa opção pode ser vantajosa para quem investe valores menores e não pretende fazer resgates em curto prazo.

Tabela regressiva

A tabela regressiva, por outro lado, oferece alíquotas menores ao longo do tempo. Se o valor for resgatado após um período maior de dez anos, a tributação pode cair para 10%. Essa tabela é mais indicada para quem tem um planejamento de longo prazo e deseja manter os investimentos por mais tempo.

Considerações finais

Receber a restituição do Imposto de Renda de 2025 pode ser uma excelente oportunidade para quitar dívidas e investir no futuro. Se você tem pendências financeiras, essa pode ser a chance de se livrar de juros altos e melhorar sua saúde financeira. Por outro lado, se você não possui dívidas, investir esse valor em uma reserva de emergência ou em investimentos de renda fixa pode ser uma estratégia inteligente para o futuro.

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