Pix recorrente chega para enfrentar os cartões de crédito

Por Roberta Prescott*

O lançamento do Pix recorrente vai trazer uma mudança ainda maior na opção de meios de pagamentos no Brasil. Se os cartões de débito perderam seu espaço com a entrada do Pix, agora, com a expectativa do lançamento do Pix recorrente para meados do ano, são os cartões de crédito que devem sofrer o maior abalo.

A análise foi feita por Daniel Moretto, vice-presidente sênior da Nuvei para Brasil e América Latina, na coletiva de imprensa da apresentação dos resultados da 2ª edição do estudo “Guia de expansão global para mercados de alto crescimento”, que apontou que o e-commerce brasileiro pode chegar a US$ 585,6 bilhões em 2027.

Em termos de meios de pagamento, a estimativa da Nuvei é de que o Pix seja o escolhido dos consumidores em 50% das operações de e-commerce em 2027, dez pontos porcentuais acima dos 40% em 2023. Com relação aos cartões de crédito nacionais, o estudo avaliou que, embora eles tenham perdido participação, ainda representaram em torno de 30% dos pagamentos de compras online em 2024 (34%). A expectativa é que fiquem em 27% em 2027. A justificativa da Nuvei é que a resiliência dos cartões de crédito está relacionada à possibilidade de compras parceladas.

“O Pix passou como trator em cima de cartão de débito. Em junho, com a chegada do Pix recorrente, vai depender muito da adesão, já que o volume de streaming é grande”, avaliou o executivo. Uma aposta é que a modalidade de Pix recorrente substitua, em muitos casos, o cartão de crédito, uma vez que diversos serviços demandam a inserção de um meio de pagamento. “As compras recorrentes são o que está segurando o cartão de crédito. Mas, a partir do momento que o Pix recorrente entrar, isso muda muito o mercado, porque o Pix acaba sendo opção”, disse Daniel Moretto.

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