Cientistas datam esqueleto de criança com traços de humanos modernos e neandertais

A Terra tem mais de bilhões de anos e um dos grandes desafios dos cientistas é datar humanos, além de outras espécies que já viveram no planeta.Após quatro tentativas frustradas, cientistas europeus finalmente conseguiram determinar a idade do esqueleto conhecido como “Criança de Lapedo”, descoberto em Portugal em 1998. A pesquisa, publicada na revista Science Advances em 7 de março, revelou que o menino viveu entre 27 e 28 mil anos atrás, um período posterior à extinção dos neandertais.A descoberta é considerada de grande relevância para a compreensão da interação entre humanos modernos e neandertais, pois a criança apresenta características de ambos os grupos, sugerindo um processo de miscigenação entre as espécies.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Arqueólogas “cozinham” para entender dieta NeandertalEstudo diz que Neandertal e homo sapiens acasalaramPara determinar a idade dos ossos, os pesquisadores utilizaram uma técnica avançada de datação por radiocarbono, analisando uma amostra do rádio direito do esqueleto. A taxa de decaimento do radiocarbono em colágeno permitiu a estimativa precisa do período em que a criança viveu.Quer mais notícias de curiosidades? Acesse nosso canal no WhatsAppOs resultados reforçam a teoria de que humanos modernos e neandertais tiveram contato e reproduziram-se, perpetuando traços genéticos dos neandertais na população humana atual. Essa hipótese vem sendo amplamente discutida na comunidade científica e ganha cada vez mais evidências concretas.Indícios de rituais fúnebres sofisticadosAlém da datação, os pesquisadores também conseguiram obter informações sobre o sepultamento da criança. Os ossos estavam tingidos de vermelho e foram encontrados vestígios de carvão no local do enterro. Esses indícios sugerem que os povos ancestrais realizavam rituais fúnebres elaborados, evidenciando uma cultura simbólica mais complexa do que se imaginava para essa época.
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