Mulher é picada por agulha durante bloco de Carnaval em BH; infectologista esclarece sobre riscos

Uma mulher, de 39 anos, foi exposta a material biológico, como fluidos ou sangue, após ser perfurada por uma agulha durante um bloco de rua em Belo Horizonte. O caso ocorreu no sábado de Carnaval, 1º de março, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-BH).

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Em nota, o órgão informou que a mulher foi acolhida em uma unidade de saúde provisória, instalada no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), de 28 de fevereiro e 5 de março, e recebeu a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PrEP).

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que não houve registro de Boletim de Ocorrência e não foi notificada sobre o caso. O orgão orientou que a vítima, de posse dos documentos e laudos, procure uma unidade policial mais próxima de casa e registre o ocorrido para que os fatos sejam devidamente apurados.

Prevenção

Segundo a médica e pós-graduada em infectologia, Adriana Cunha, a picada de uma agulha pode transmitir não apenas o HIV, mas também a hepatite. Ela explica, no entanto, que o fator mais importante é a carga viral, ou seja, a quantidade de vírus presente na corrente sanguínea. No caso do HIV, esse número pode diminuir significativamente com o uso de medicação antirretroviral.

“Se a pessoa estiver em tratamento com medicação antirretroviral, a chance de transmissão é extremamente baixa. Além disso, é importante avaliar se a agulha estava contaminada com sangue, se o sangue era visível, ou se a seringa continha apenas resíduos ou uma quantidade significativa de sangue”, contou ao BHAZ.

Ainda segundo Adriana, nesses casos, a melhor é fazer exatamente o que foi feito, ir até um serviço de saúde, em até 72 horas, e receber a PrEP. O mesmo deve ocorrer em casos de relação sexual suspeita ou arriscada. “Toda vez que acontece isso, usamos o antirretroviral e, depois de um tempo, repetimos o exame de sangue e, aí, sim, descobrimos se pegou a doença. Então, se quem fez aplicou a agulha é alguém que tem HIV, mas que está tomando a medicação, a chance de transmissão é muito menor do que alguém que tem um HIV e que não faz uso da medicação corretamente”, disse.

“A pós-graduanda em infectologia ressaltou que outro fator relevante é o tamanho da agulha. ‘Se a picada for com uma agulha de insulina, que é bem pequena e fina, usada até para aplicação subcutânea, a chance de transmissão é infinitamente menor em comparação com uma agulha de injeção comum ou daquelas usadas para coleta de sangue em laboratório, que são maiores. Quanto maior a agulha, maior a quantidade de sangue e, consequentemente, maior a chance de transmissão”, finaliza.

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