Secretário de Zema nega reajuste salarial e policiais de Minas Gerais ameaçam paralisação

Representantes sindicais das forças de segurança pública de Minas Gerais ameaçam paralisar as atividades, caso o governo do estado não reajuste os salários da categoria. Em audiência na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (18), policiais civis, militares, penais e bombeiros cobraram a recomposição das perdas inflacionárias, que, segundo a categoria, chegam a 44% nos últimos dez anos. Na reunião, o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Fernandes Lourenço Gomes, descartou o reajuste em razão da “busca pelo equilíbrio fiscal”.

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Conforme requerimento apresentado ao plenário e assinado pelo deputado Sargento Rodrigues (PL), a inflação acumulada dos últimos dez anos foi de 74,89%, enquanto os três reajustes oferecidos por Zema chegaram a apenas 30,01%. 

“No governo de Itamar Franco, o piso salarial da Polícia Militar era de cinco salários mínimos. Só com o aumento de 44% se chega nesse patamar de novo”, afirmou o parlamentar durante a audiência.

Ao BHAZ, o presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Jean Otoni disse que há possibilidade de paralisação das forças de segurança, caso o cenário não mude.

“Tanto ativa, quanto a reserva estão todos desmotivados, porque nós não estamos pedindo aumento. Isso não é aumento, isso é a recomposição das perdas inflacionais. O governador não chama as entidades de classe para negociar e com isso toda a categoria está revoltada”, comenta.

Ajuda de custo

Ao longo da reunião, os profissionais também falaram de ajuda de custo anunciada pelo governador Zema este mês de março. A verba será para despesas com alimentação e é destinada para integrantes das forças de segurança pública. A partir do próximo mês, será incorporado o valor de R$ 50 por dia, mas a promessa é de mais R$ 25 até o fim do ano.

Os presentes apontaram a importância da ajuda de custo, mas disseram que ela não é suficiente. Para Jean Otoni, o benefício traz dignidade aos policiais, mas não substitui a recomposição salarial.

Um dos problemas apontados é que a ajuda de custo só é paga para os servidores da ativa. O vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia, Márcio Simões Nabak, acusou o governo de causar ruptura entre aposentados e policiais da ativa.

Propag

Ainda durante o debate, o deputado Professor Cleiton (PV) defendeu a adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para garantir a recomposição das perdas inflacionárias dos servidores.

Segundo o deputado, o programa vai aumentar a margem de recursos que pode ser direcionada ao pagamento dos salários. O ex-deputado federal Subtente Gonzaga também defendeu a adesão ao Propag.

Executivo busca ‘equilíbrio fiscal’

O secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Fernandes Lourenço Gomes, descartou a possibilidade de um reajuste, lembrando que a atual administração ainda está quitando passivos da administração anterior.

“A diretiva básica deste governo é perseguir o equilíbrio fiscal para conseguir valorizar o servidor e atender todas as políticas públicas que a sociedade demanda”, afirmou.

Nesse aspecto, de acordo com ele, será mesmo fundamental a adesão ao Propag como alternativa ao RRF, o que só deve acontecer no final do ano, quando somente então os cofres estaduais começarão a sentir efeitos positivos.

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