Copom deve elevar juros hoje (19) para maior nível desde 2016

Selic: Copom define nova taxa de juros nesta semana

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (19) o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. Pressionado pelo avanço da inflação e pelo aumento dos preços de alimentos e energia, o mercado financeiro espera uma elevação de 1 ponto percentual, levando a taxa de 13,25% para 14,25% ao ano. Caso essa projeção se concretize, os juros atingirão o maior nível desde 2016.

Expectativa do mercado e a reação dos investidores

Tesouro Direto
Imagem: Ground Picture / Shutterstock.com

Conforme o mais recente boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado, a projeção majoritária indica uma alta de 1 ponto percentual. Essa será a quinta elevação consecutiva da Selic, em um movimento iniciado no segundo semestre do ano passado para conter a pressão inflacionária.

Leia mais: Copom deve aumentar a Selic para 14,5% na quarta-feira (19)

A decisão de hoje ocorre sob a gestão de Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência do Banco Central recentemente. O posicionamento do novo comando da autoridade monetária tem sido acompanhado de perto pelo mercado, que busca sinais sobre a condução da política econômica nos próximos meses.

Inflação segue acima da meta e pressiona o Copom

Na ata da última reunião, o Copom indicou preocupação com a persistência da inflação, especialmente no curto prazo. A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2025 é de 3%, com uma margem de tolerância de um ponto e meio percentual para mais ou para menos. No entanto, o aumento nos preços dos alimentos e da energia torna mais desafiador alcançar esse objetivo.

O boletim Focus mais recente mostra que a expectativa de inflação para 2025 subiu de 5,6% para 5,66%. Esse patamar supera o teto da meta, que é de 4,5% ao ano. O cenário inflacionário adverso reforça a necessidade de uma política monetária mais restritiva para conter a alta dos preços.

Como a taxa Selic impacta a economia?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e influencia diretamente o custo do crédito e o retorno de investimentos. Veja como suas variações impactam diferentes setores:

1. Crédito e consumo

Com juros mais altos, financiamentos e empréstimos ficam mais caros, reduzindo o consumo e o investimento por parte das empresas e das famílias.

2. Inflação

O aumento da Selic desestimula o consumo, reduzindo a demanda e, consequentemente, aliviando a pressão inflacionária.

3. Investimentos

Investimentos de renda fixa, como títulos públicos e CDBs, tornam-se mais atrativos em momentos de juros altos, enquanto o mercado de ações pode perder força devido ao encarecimento do crédito para empresas.

4. Crescimento econômico

Taxas de juros elevadas desestimulam o investimento produtivo, impactando negativamente o crescimento do PIB.

Perspectivas para os próximos meses

Selic escrito sobre moedas de R$ 1 ao lado de outras moedas
Imagem: rafastockbr/Shutterstock

A política monetária do Banco Central seguirá observando a evolução dos indicadores econômicos para definir os próximos passos. A continuidade do ciclo de alta da Selic dependerá de fatores como:

  • Comportamento da inflação nos próximos meses;
  • Evolução do cenário fiscal e político;
  • Tendências da economia global e impactos no Brasil;
  • Expectativas do mercado sobre crescimento e consumo.

O próximo Relatório de Inflação do Banco Central, previsto para o fim de março, trará novas projeções sobre o comportamento da inflação e poderá influenciar as decisões futuras do Copom.

Considerações finais

A decisão do Copom desta quarta-feira (19) terá impacto direto sobre os juros, a inflação e o crescimento econômico do país. A expectativa de uma elevação de 1 ponto percentual na Selic reflete a necessidade de conter a pressão inflacionária, mesmo diante dos desafios para o crescimento econômico.

Com a inflação acima da meta e um cenário externo incerto, o Banco Central enfrenta um dilema: conter os preços sem comprometer excessivamente a atividade econômica. Os próximos meses serão determinantes para avaliar os efeitos da política monetária e os desdobramentos para o mercado e para os consumidores.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.