Saque-aniversário do FGTS e o PIB: qual será o efeito econômico?

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O governo federal anunciou a liberação de R$ 12 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário. A medida tem um duplo objetivo: injetar dinheiro na economia e tentar recuperar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, especialistas apontam que o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) pode ser modesto.

Essa iniciativa ocorre em um contexto de desafios econômicos, com a necessidade de estimular o consumo e fortalecer a atividade produtiva. O saque-aniversário, criado para dar mais flexibilidade aos trabalhadores no uso dos recursos do FGTS, já gerou debates sobre seus efeitos a longo prazo.

O que é o saque-aniversário do FGTS?

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Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

O saque-aniversário foi criado em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, permitindo que trabalhadores retirassem parte do saldo do FGTS anualmente, no mês do aniversário. Em contrapartida, aqueles que optam por essa modalidade perdem o direito de sacar o valor integral em caso de demissão sem justa causa, podendo apenas acessar a multa rescisória.

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Atualmente, há uma trava que impede a liberação integral do saldo para quem foi demitido e aderiu ao saque-aniversário. O governo busca flexibilizar essa regra, permitindo que esses trabalhadores possam sacar o valor total da conta.

Impacto esperado na economia

Economistas avaliam que a liberação dos R$ 12 bilhões do FGTS representará apenas 0,1% do PIB em 2025. O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, aponta que esse percentual é significativamente menor do que outras liberações feitas nos últimos anos.

  • 2017 (Michel Temer): Saque de contas inativas somou R$ 44 bilhões (0,7% do PIB);
  • 2019 (Jair Bolsonaro): Liberação de R$ 28,2 bilhões (0,4% do PIB);
  • 2020 (pandemia de Covid-19): R$ 24,2 bilhões (0,3% do PIB);
  • 2022 (governo Bolsonaro): R$ 23,6 bilhões (0,2% do PIB).

Diante desse histórico, a atual liberação, mesmo benéfica para os trabalhadores, não deve trazer um impacto expressivo no crescimento econômico do país.

PIB de 2025

De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2025 é de 2,01%, enquanto o Ministério da Fazenda prevê um crescimento ligeiramente maior, de 2,3%.

Em 2023, a economia cresceu 3,2%, e em 2024, segundo estimativas, o crescimento pode chegar a 4%. Contudo, espera-se uma desaceleração para 2025, em parte devido à política monetária contracionista do Banco Central, que visa controlar a inflação através da taxa de juros.

Popularidade de Lula e outras medidas econômicas

Lula
Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A liberação do FGTS faz parte de um pacote de ações do governo para melhorar a popularidade do presidente. Segundo pesquisa Datafolha, a aprovação de Lula caiu de 35% para 24% entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, o menor índice de suas gestões.

Outras medidas que estão sendo estudadas incluem:

  • Ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais;
  • Expansão do vale-gás, que pode beneficiar 22 milhões de famílias;
  • Programas de crédito facilitado para estimular o consumo.

Considerações finais

A liberação de R$ 12 bilhões do FGTS terá um impacto positivo, mas limitado, sobre o PIB de 2025. Comparado a liberações anteriores, o montante é menor e não deve ser suficiente para impulsionar significativamente a economia. O governo federal aposta na medida como estratégia política, buscando recuperar apoio popular e estimular o consumo. No entanto, economistas alertam que políticas estruturais mais amplas serão necessárias para garantir um crescimento sustentável.

Além disso, é importante considerar que a liberação do FGTS pode ter efeitos diferentes entre as faixas de renda. Para famílias mais endividadas, o recurso pode ser utilizado para quitar dívidas em vez de impulsionar o consumo, reduzindo seu impacto na atividade econômica.

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