Com a Selic a 14,25%, quanto R$ 1.000 rendem na poupança, Tesouro Direto e CDB?

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O Banco Central (BC) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 14,25% ao ano. Essa decisão foi tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e representa a segunda reunião sob o comando de Gabriel Galípolo. O movimento já era amplamente esperado desde dezembro do ano passado e tem efeitos diretos sobre os investimentos em renda fixa.

Mas, afinal, quanto rende investir R$ 1.000 com esse novo patamar da Selic? Para responder essa questão, é necessário entender o impacto da taxa de juros sobre diferentes tipos de aplicações financeiras.

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Sobre uma superfície preta, letras brancas formando a palavra Selic. Abaixo, um símbolo de porcentagem e uma moeda de 1 real.
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Comparativo de rendimentos na renda fixa

A alta da Selic tem um impacto direto sobre os rendimentos de investimentos de renda fixa, uma vez que muitos desses ativos são atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que segue de perto a taxa básica de juros. A seguir, um levantamento realizado pelo especialista Michael Viriato, da Casa do Investidor, apresenta a rentabilidade de diferentes modalidades para quem investir R$ 1.000:

Período (meses) Poupança CDB Banco Grande (90% do CDI) CDB Banco Médio (110% do CDI) Fundos DI (0,50% a.a.) Tesouro Selic (0,20% a.a.)
6 7,97% 9,86% 12,05% 10,96% 10,81%
12 7,97% 10,18% 12,44% 11,31% 11,16%
18 7,97% 10,50% 12,83% 11,67% 11,51%
24 7,97% 10,82% 13,22% 12,02% 11,86%
30 7,97% 10,82% 13,22% 12,02% 11,86%

Os dados acima consideram rendimentos líquidos, já descontados do Imposto de Renda, exceto para a poupança, que é isenta de tributação.

Qual investimento rende mais?

Imagem ilustrativa da taxa Selic com três dados entre pilhas de moedas
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A análise dos números mostra que a alta da Selic favorece determinados investimentos de renda fixa, enquanto outros, como a poupança, perdem competitividade. Veja o que esperar de cada modalidade:

CDB de banco médio: maior rentabilidade

Os certificados de depósito bancário (CDBs) de bancos médios apresentam os maiores retornos devido ao risco maior envolvido. Para um investimento de R$ 1.000, o rendimento seria:

  • R$ 1.058,56 em 6 meses
  • R$ 1.364,01 em 30 meses

Essa modalidade de investimento pode ser interessante para quem busca rentabilidade superior ao CDI e aceita manter o dinheiro aplicado por um período maior. Entretanto, é fundamental verificar se o banco emissor do CDB está coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege aplicações de até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira.

Poupança: menor rendimento

A caderneta de poupança continua sendo a opção menos vantajosa em períodos de Selic elevada. O mesmo valor aplicado teria os seguintes rendimentos:

  • R$ 1.039,09 em 6 meses
  • R$ 1.211,32 em 30 meses

A principal razão para o baixo desempenho da poupança é a sua regra de rendimento. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende apenas 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Esse retorno é significativamente inferior a outras modalidades de renda fixa.

Tesouro Selic e Fundos DI

O Tesouro Selic e os fundos DI são boas alternativas para quem busca segurança e liquidez. Esses ativos acompanham as oscilações da taxa de juros e oferecem retornos consistentes, apesar das taxas de administração e custódia cobradas pelas instituições financeiras.

Investir no Tesouro Selic pode ser interessante para quem deseja manter recursos disponíveis para emergências, enquanto os fundos DI podem ser úteis para quem precisa de maior flexibilidade nas aplicações.

Por que a Selic subiu novamente?

O Copom decidiu elevar a Selic pela quinta vez consecutiva desde setembro do ano passado. O movimento já era amplamente esperado pelo mercado financeiro e tem como principal objetivo conter a inflação, que segue em ritmo acelerado.

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada atingiu 5,06%, superando os 4,56% observados anteriormente. Esse cenário pressionou o Banco Central a aumentar os juros para tentar reduzir o consumo e equilibrar os preços na economia.

O que esperar dos próximos meses?

Senado releva notícia excelente sobre a taxa Selic
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O mercado financeiro projeta que a Selic permaneça em patamares elevados por mais alguns meses antes de um possível ciclo de cortes. A trajetória da taxa dependerá de fatores como:

  • Comportamento da inflação: Se a inflação desacelerar, o BC pode sinalizar uma redução da Selic.
  • Crescimento econômico: Um desaquecimento forte da economia pode levar a cortes nos juros.
  • Cenário externo: Decisões de bancos centrais ao redor do mundo, como o Federal Reserve nos Estados Unidos, podem influenciar a política monetária brasileira.

Diante desse cenário, investidores devem adotar uma abordagem cautelosa e buscar diversificação em seus portfólios para otimizar os rendimentos e minimizar riscos.

Considerações finais

A elevação da taxa Selic para 14,25% ao ano impacta diretamente os investimentos de renda fixa. Enquanto a poupança continua perdendo atratividade, os CDBs de bancos médios surgem como a opção mais rentável para quem busca retornos elevados. O Tesouro Selic e os fundos DI, por outro lado, seguem como alternativas seguras para quem precisa de liquidez diária.

Com a Selic elevada, os investidores devem avaliar cuidadosamente suas opções, considerando fatores como prazo de investimento, liquidez e riscos envolvidos. A diversificação continua sendo a melhor estratégia para maximizar ganhos e proteger o patrimônio em um ambiente de juros altos.

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