Isenção do IRPF será bancada por quem não paga o imposto hoje em dia

Imposto de Renda

O governo federal anunciou uma proposta para ampliar a isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5.000 por mês. A medida, prevista para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, deve beneficiar cerca de 10 milhões de brasileiros. Atualmente, a faixa de isenção está em R$ 2.259,20.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a isenção será compensada pela tributação de um grupo específico de contribuintes de alta renda, que atualmente paga um percentual reduzido ou até mesmo não contribui com o tributo.

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Quem será beneficiado pela isenção do Imposto de Renda?

Imposto de Renda
Imagem: Freepik e Canva

A proposta busca beneficiar trabalhadores de baixa e média renda, que hoje acabam pagando um imposto considerado alto em relação aos seus ganhos. Profissionais como professores, enfermeiros e bombeiros, que estão dentro dessa faixa salarial, poderão ter um alívio financeiro significativo.

Segundo Haddad, a isenção permitirá que esses trabalhadores recebam o equivalente a um 14º salário, aumentando seu poder de compra e estimulando a economia.

Quem vai pagar a conta da isenção?

Diferentemente de outras propostas que aumentam impostos para equilibrar contas públicas, essa medida será financiada por um segmento específico da população: aqueles que ganham mais de R$ 600 mil por ano e atualmente pagam um imposto efetivo muito baixo, em torno de 10%.

Estima-se que cerca de 141 mil brasileiros (0,13% do total de contribuintes) serão os responsáveis por essa compensação tributária. A lógica da mudança é promover justiça fiscal, garantindo que os mais ricos contribuam de forma proporcional à sua renda.

Como o governo pretende equilibrar as contas?

O governo reforça que a proposta não visa aumentar a arrecadação, mas sim redistribuir a carga tributária de forma mais justa. Para isso, algumas medidas de compensação estão sendo estudadas:

1. Imposto mínimo para os mais ricos

A ideia é garantir que todos os contribuintes com renda acima de R$ 600 mil ao ano paguem um mínimo de imposto, eliminando brechas que permitem a isenção ou pagamento de alíquotas muito baixas.

2. Fim de isenções para investimentos de alta renda

O governo pretende revisar isenções fiscais que hoje beneficiam principalmente os mais ricos, como aplicações financeiras no exterior e rendimentos isentos.

3. Combate à sonegação

O Ministério da Fazenda também reforçou que pretende endurecer a fiscalização sobre grandes fortunas e empresas que adotam práticas para reduzir artificialmente o pagamento de impostos.

Impacto econômico da isenção do Imposto de Renda

Imposto de Renda
Imagem: Freepik e Canva

A ampliação da isenção pode trazer impactos diretos e indiretos para a economia brasileira.

1. Aumento do poder de compra

Com mais dinheiro no bolso, milhões de trabalhadores poderão consumir mais, o que pode aquecer setores como comércio e serviços.

2. Crescimento da economia

Economistas apontam que medidas que aumentam o consumo podem estimular o Produto Interno Bruto (PIB), gerando mais empregos e crescimento econômico.

3. Possível impacto nas contas públicas

Caso a compensação com tributos sobre os mais ricos não ocorra conforme o esperado, o governo poderá enfrentar dificuldades para manter a arrecadação equilibrada.

O que dizem especialistas sobre a proposta?

A medida recebeu apoio de uma parte da sociedade e de economistas que defendem maior progressividade no sistema tributário. No entanto, há críticas sobre a forma como será feita a compensação.

O professor de economia da USP, Ricardo Rocha, destaca que a tributação sobre os mais ricos pode gerar resistência e até mesmo incentivar a evasão fiscal. “É fundamental que o governo tenha mecanismos eficientes para garantir que essas pessoas realmente paguem o imposto devido.”

Já a economista Fernanda Prado acredita que a proposta pode reduzir desigualdades. “O Brasil tem um sistema regressivo, onde os mais pobres proporcionalmente pagam mais impostos. Essa mudança é um passo importante para corrigir essa distorção.”

O que acontece agora?

imposto de renda
Imagem: Freepik e Canva

O projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional. O governo espera contar com apoio suficiente para que a medida entre em vigor no início de 2026.

Enquanto isso, os debates sobre reforma tributária continuam, e novas medidas podem ser anunciadas para equilibrar a carga tributária entre diferentes faixas de renda.

Conclusão

A ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil representa um avanço na busca por justiça tributária. A medida beneficiará milhões de brasileiros, enquanto a compensação será feita por um pequeno grupo de alta renda. No entanto, sua aprovação e implementação serão cruciais para garantir equilíbrio fiscal e evitar impactos negativos na arrecadação.

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