O papel das criptomoedas na inclusão financeira global

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A inclusão financeira é um dos principais desafios econômicos do século XXI, sobretudo em países emergentes onde a dificuldade de acesso a serviços bancários afeta milhões de pessoas. No Brasil, apesar dos avanços tecnológicos e da expansão dos bancos digitais, ainda há uma parcela considerável da população sem conta bancária ou com acesso limitado a crédito e outros produtos financeiros.

As criptomoedas são uma alternativa promissora para reduzir barreiras, facilitar transações e promover maior participação econômica. O mercado atualmente tem muitas opções e projetos inovadores que permite a entrada de diferentes perfis e tamanhos de orçamento. 

Inclusão financeira no Brasil

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Imagem: Freepik

De acordo com dados do Instituto Locomotiva divulgados em 2021, havia cerca de 34 milhões de brasileiros sem conta em banco ou com acesso extremamente limitado a serviços bancários. Esse número representa uma grande fatia da população que não consegue obter linhas de crédito, realizar pagamentos de maneira simplificada ou até mesmo guardar dinheiro em ambientes seguros.

Para muitas pessoas, abrir uma conta bancária convencional pode exigir documentação, comprovação de renda e custos que nem sempre são possíveis de arcar. A exclusão financeira não só afeta a possibilidade de construir um histórico de crédito, mas também limita a capacidade de poupar e investir, fazendo com que uma parcela da população recorra a métodos informais ou pouco confiáveis para lidar com transações monetárias.

A presença cada vez maior da tecnologia no setor financeiro brasileiro, especialmente com as fintechs, melhorou isso em parte. Entretanto, ainda é necessário ampliar a oferta de soluções que atendam às necessidades de quem permanece às margens do sistema. A busca por uma criptomoeda com potencial para explodir, embora inicialmente vista como uma possibilidade de investimento, pode oferecer muito mais.

Por que as criptomoedas podem ajudar?

As criptomoedas operam em redes descentralizadas, sem a necessidade de intermediários como bancos ou instituições governamentais. Isso permite que qualquer pessoa com acesso à internet possa criar uma carteira digital e começar a enviar ou receber pagamentos quase instantaneamente.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 80% dos domicílios brasileiros tem acesso à internet. Não só a extensão, mas também a qualidade da conexão vem melhorando ano após ano. Com mais pessoas conectadas, aumenta também a possibilidade de uso de carteiras digitais e aplicativos de pagamento baseados em criptomoedas.

O barateamento de smartphones e a popularização de pacotes de dados móveis também contribuem para que mesmo pessoas de baixa renda possam se inserir na economia digital. Para quem está desbancarizado ou enfrenta restrições burocráticas, essa forma de transação pode ser mais simples do que abrir uma conta tradicional.

Além disso, os criptoativos podem funcionar como reserva de valor em países que sofrem com elevada inflação ou instabilidade política. A proteção cambial e a facilidade de realizar remessas internacionais com custos menores são outros fatores que tornam as criptomoedas atraentes.

Em alguns casos, a mera posse de uma carteira digital já possibilita a participação em mercados de investimento antes restritos a quem tinha acesso a corretoras ou a serviços de câmbio especializados. O potencial inclusivo das criptomoedas também se manifesta no uso de stablecoins, ativos digitais cuja cotação está vinculada a uma moeda fiduciária.

Essas moedas estáveis ajudam a reduzir a volatilidade típica de criptomoedas como o Bitcoin, facilitando a adoção em massa por usuários que receiam as oscilações bruscas de preço. Para microempreendedores, freelancers e pequenos comércios, receber pagamentos em stablecoins pode representar a possibilidade de operar em mercados internacionais sem arcar com altas taxas de remessa ou conversão cambial.

Segurança e descentralização

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Uma das barreiras para a adoção de qualquer novo serviço financeiro é a confiança. No caso das criptomoedas, a segurança está embasada na tecnologia blockchain, que registra todas as transações em blocos encadeados de forma imutável, dificultando fraudes e manipulações.

A descentralização, por sua vez, retira o poder de uma única entidade controladora e o distribui entre diferentes validadores da rede. Esse modelo pode beneficiar populações de países em que as instituições financeiras sofrem com corrupção ou falta de transparência, pois diminui a dependência de um órgão central para garantir a validade e a segurança das transações.

Ainda há muito a ser explorado quando o assunto é a adoção de criptomoedas para promover inclusão financeira, especialmente no Brasil. Plataformas de finanças descentralizadas já oferecem opções de crédito e staking (investimento para receber rendimentos por meio de validação de transações) sem que o usuário precise, necessariamente, comprovar renda ou possuir um histórico bancário extenso.

Essa flexibilidade pode beneficiar quem foi excluído pelas instituições tradicionais e precisa de alternativas para empreender ou fazer reserva de emergência. Além disso, iniciativas de educação em blockchain e criptoeconomia vêm ganhando espaço em escolas, universidades e programas de formação profissional. Essa disseminação de conhecimento é muito importante o setor cresça e chegue a mais pessoas.

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