Itaú comemora chegada de 500 mil acionistas, desde 2019, com alta de 108%

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Em um cenário econômico desafiador para os grandes bancos, o Itaú Unibanco (ITUB4) recentemente comemorou uma marca impressionante: 500 mil acionistas, o que representa um crescimento de 108% em relação ao número registrado no final de 2024. A notícia, divulgada oficialmente pelo banco na quinta-feira, 16 de março de 2025, marca um momento de celebração para a instituição em meio a um contexto econômico que vem prejudicando as ações de outras gigantes do setor bancário.

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Contexto do crescimento do Itaú

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Imagem: Joa Souza / shutterstock.com

O Itaú Unibanco, que está presente em 18 países, se destaca não apenas pela quantidade de acionistas, mas também pela robustez de suas operações financeiras. A companhia tem um volume financeiro médio diário de R$ 2 bilhões em suas ações, que são negociadas na B3 e na Bolsa de Valores de Nova York. O valor de mercado da instituição, até junho de 2025, alcançava R$ 251 bilhões, mantendo a sua posição como a marca mais valiosa do Brasil, conforme o ranking da Interbrand de 2019, que avaliou o banco em R$ 33,5 bilhões.

No entanto, o grande crescimento no número de acionistas reflete um momento contrastante no setor bancário. Mesmo com essa conquista, o banco enfrenta desafios significativos, principalmente em um período de dificuldades econômicas e com a crescente competição das fintechs.

O impacto das fintechs no setor bancário

Nos últimos anos, a popularização das fintechs no Brasil tem alterado profundamente o panorama do setor bancário. Com modelos de negócios mais ágeis, custos reduzidos e foco na experiência digital, as fintechs têm atraído uma parte significativa dos consumidores, especialmente os mais jovens e os que buscam alternativas mais econômicas e práticas aos bancos tradicionais.

Esse movimento tem forçado os grandes bancos a repensarem suas estratégias e a se modernizarem rapidamente para não perderem mercado. O Itaú, por exemplo, tem investido pesadamente em tecnologia e digitalização de seus serviços para competir com as fintechs. A tendência é que os bancos tradicionais se adaptem cada vez mais às novas demandas do consumidor e se tornem cada vez mais digitais, oferecendo plataformas mais intuitivas e eficientes.

Desafios econômicos e crise no setor bancário

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Imagem: geralt / Pixabay

A crise econômica, que teve início antes da pandemia de coronavírus, já vinha afetando a rentabilidade dos grandes bancos brasileiros. No primeiro semestre de 2020, o crescimento da inadimplência levou os bancos a provisionarem grandes quantias para cobrir possíveis perdas, afetando diretamente seus lucros. A crise do coronavírus, que se seguiu, agravou ainda mais a situação.

No geral, as ações dos principais bancos brasileiros sofreram quedas expressivas ao longo de 2020. O Itaú, por exemplo, teve uma queda de 34,47% até quinta-feira, 16 de março de 2025. O Santander viu suas ações desvalorizarem 40,64%, o Banco do Brasil sofreu uma queda de 38,28%, e o Bradesco registrou uma desvalorização de 37%. Esses números contrastam com a queda do Ibovespa, que foi de 14% no mesmo período, refletindo a vulnerabilidade do setor bancário frente a uma série de desafios econômicos e financeiros.

O papel do Itaú no mercado financeiro brasileiro

Apesar dos desafios enfrentados, o Itaú Unibanco segue sendo um dos pilares do mercado financeiro brasileiro. Sua atuação internacional, a estabilidade de suas operações e a presença de um grande número de acionistas reforçam a sua posição de liderança. No entanto, é importante destacar que o setor bancário, como um todo, ainda enfrenta dificuldades e incertezas, principalmente no que diz respeito ao crescimento econômico, à concorrência das fintechs e ao impacto da crise fiscal e política.

O Itaú, assim como outros grandes bancos, tem buscado alternativas para modernizar suas operações e se adaptar às novas exigências do mercado. Além disso, o banco continua focado em manter sua solidez e liderança no Brasil e no exterior, com uma estratégia de crescimento e diversificação dos seus produtos e serviços.

O desafio de manter a solidez em tempos de incerteza

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Imagem: Freepik e Canva

O maior desafio para o Itaú e para os demais bancos tradicionais é manter a sua solidez financeira em tempos de incerteza. A crise do coronavírus deixou um legado de dificuldades econômicas, com alta taxa de desemprego, queda na produção e um cenário de instabilidade política que prejudica a confiança dos investidores. Além disso, a crescente competição das fintechs, que oferecem serviços mais rápidos e baratos, coloca pressão sobre os grandes bancos para que eles se adaptem rapidamente.

Neste contexto, o Itaú tem investido de forma significativa em tecnologia e inovação, buscando oferecer uma experiência mais fluida para seus clientes e aumentar a fidelidade dos acionistas. O banco sabe que, para se manter relevante e competitivo, precisa de soluções financeiras inovadoras e digitais que atendam às novas demandas do mercado.

Conclusão: O futuro do Itaú e do setor bancário brasileiro

O Itaú Unibanco atingiu uma marca histórica de 500 mil acionistas, um feito importante para o banco em meio a um cenário econômico adverso. O crescimento do número de acionistas reflete, em parte, a confiança no banco, mas também a adaptação de suas estratégias para enfrentar a crescente competição das fintechs e a crise econômica que impacta o setor bancário.

O Itaú, assim como os outros grandes bancos, precisa continuar a investir em inovação, tecnologia e na experiência do cliente para se manter competitivo e relevante no futuro. No entanto, a trajetória do banco estará intrinsecamente ligada ao desempenho da economia brasileira e ao equilíbrio entre modernização e solidez financeira.

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