Projeto de ampliação do BH-Tec prevê ‘laboratórios vivos’ e hub sustentável em BH

Desde 2012, inovação e sustentabilidade encontram lar na capital mineira através do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, o BH-Tec. Condomínio de empresas e centros de pesquisa voltadas à produção de novas tecnologias, o espaço representa a materialização do objetivo estabelecido anos antes, em 2005, na formação da Associação BH-Tec, responsável pela elaboração e construção do Parque. Nesta terça-feira (25), a direção revelou, em coletiva de imprensa, os detalhes da primeira expansão institucional do complexo, que prevê a construção de um novo prédio e a instalação de laboratórios vivos.

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Batizado Centro de Inteligência e Sustentabilidade (CIS), o prédio a ser inaugurado contará com hubs de tecnologia, startups e empresas de base tecnológica e com práticas socialmente responsáveis. A ideia, segundo Marco Crocco, presidente do BH-Tec, é ampliar o conjunto que atua no desenvolvimento científico brasileiro. “Para uma empresa vir ao Parque, ela passa por um comitê de aprovação. Ela tem que provar que desenvolve alguma tecnologia, porque nosso objetivo é criar um ambiente para que as empresas possam competir no mercado, sempre introduzindo inovação, produto ou processo de melhor qualidade”, explica.

Dividido em quatro espaços ‘temáticos’, o CIS terá mais de 2 mil metros quadrados para locação, salas de reunião, auditório e ambientes de conexões. Veja a distribuição:

  • Espaços tecnológicos para geração de valor em sustentabilidade: ambiente para abrigar empresas âncoras e seus centros — 549,2 m²;
  • Espaços para empreendedorismo de impacto: startups — 408,14 m²;
  • Espaços de conexão para sustentabilidade: eventos, meetups e rodadas de negócios — 402,73 m²;
  • Coworking: 178,67 m².

Investimento

Com montante de R$ 18 milhões, o investimento conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública brasileira de fomento à ciência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e do Governo de Minas, que, junto com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a Fiemg, o Sebrae/MG e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), compõe o arranjo fundador e a Associação BH-Tec.

“A gente ainda depende muito de dinheiro subvencionado. O mercado tem esse dinheiro, mas eu não sou grande o suficiente para captar esses recursos”, afirma Crocco em nome do BH-Tec. “Essa é a demanda de ciência e tecnologia da cidade de Belo Horizonte e do estado de Minas Gerais. É importante deixar claro. Em Minas tem demanda, tem empresas querendo se localizar aqui, o que falta é espaço pra isso”, complementa.

A expectativa do presidente do Parque é de que o CIS fique pronto em cerca de 1 ano após a aprovação da licença ambiental. “Que nós estamos no processo de aprovação. O estudo do solo já foi feito, das estruturas, do projeto arquitetônico. Então, assim que a Prefeitura nos der a licença, a gente pode começar imediatamente”, garante Crocco.

Marco Crocco apresentando o projeto do novo prédio do BH-Tec em coletiva de imprensa (Thiago Cândido/BHAZ)

Laboratórios vivos

Outra novidade do projeto de expansão do Parque Tecnológico de Belo Horizonte são os laboratórios vivos. Fabricados a partir de resíduos utilizados na construção de pás eólicas (tecidos em fibra de vidro), os living labs são estruturas destinadas a receber projetos de experimentação e demonstração, bem como para abrir startups. Em suma, são containers de 21,5 metros quadrados de áreas livres com revestimento sonoro, climatização e proteção contra fatores externos.

De acordo com a apresentação da proposta, os laboratórios formarão a Praça Living Labs, um ambiente dinâmico de infraestruturas que se integram à natureza do Parque. Ainda em processo de captação de recursos, a construção exige cerca de R$ 1,3 milhão de reais para viabilização.

Praça Living Labs (Thiago Cândido/BHAZ)

Extensão social

Tendo a UFMG como parte integrante da Associação e da junta fundadora, o BH-Tec incorpora, consequentemente, o propósito de extensão da Universidade, isto é, o estreitamento da relação da instituição com a sociedade. Um exemplo disso são os próprios living labs, que, segundo Crocco, poderão receber excursões escolares para apresentações de questões relacionadas à ciência, à tecnologia e à sustentabilidade.

Na coletiva desta terça-feira (25), esteve presente o vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, que reafirmou o papel do BH-Tec como sistema de inovação e empreendedorismo comprometido com o mundo para além dos campi.

“O Parque traz inovação junto com sustentabilidade, sempre focado no desenvolvimento social, desenvolvimento urbano e cuidado com o meio ambiente”, pontuou Moreira. “Nosso objetivo é criar mesmo um espaço comum, um espaço que a gente possa agregar e trazer outros centros de tecnologia que talvez já estejam em outros espaços da sociedade. Vivendo no mesmo espaço, a gente agrega, integra e avança a cada momento”.

A expansão do BH-Tec ainda prevê a construção de um prédio exclusivo para Centros Tecnológicos da UFMG. O projeto ainda se encontra nas fases iniciais de captação de recursos.

Além do presidente Marco Crocco e do vice-reitor Alessandro Moreira, o encontro desta manhã contou com o gerente do Departamento Regional Centro-Oeste da Finep, Wadson Nathaniel Ribeiro; a deputada Beatriz Cerqueira (PT); o secretário de Desenvolvimento Econômico da PBH, Adriano Faria; o subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais, Lucas Mendes; e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Governo de Minas, Filipe Queiroga.

Apresentação da maquete da extensão do BH-Tec (Thiago Cândido/BHAZ)

A programação de celebração dos 20 anos da Associação BH-Tec, que se estenderá por 2025, prevê uma solenidade especial com autoridades e fundadores da junta em maio, e um dia de atividades no Parque abertas ao público, ainda sem data definida.

BH-Tec

Voltado à pesquisa e inovação, o Parque Tecnológico de Belo Horizonte é um condomínio de empresas e centros de pesquisa e de desenvolvimento que investigam e produzem novas tecnologias. O empreendimento faz a ponte entre o conhecimento científico gerado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a aplicação produtiva pelo setor empresarial.

O parque nasceu na primeira década dos anos 2000, após parceria entre cinco sócios fundadores: UFMG, Governo do Estado de Minas Gerais, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae) e Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

O BH-Tec funciona em espaço vizinho ao campus Pampulha, em Belo Horizonte e congrega mais de 30 empresas de base científico-tecnológica. Nos últimos cinco anos, teve um faturamento R$ 1.4 bilhão.

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