Caso Thamily: caderno levanta suspeita sobre estudante morta pela polícia em SC

O caso Thamily segue repercutindo em Santa Catarina. Nesta terça-feira (25), o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, divulgou detalhes da investigação, como um caderno que levanta suspeita sobre a estudante morta. Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, morreu após ser atingida pelo disparo de um policial, após uma operação, na sexta-feira (21).

Caso Thamily: jovem foi sepultada nesta segunda-feira (24) – Foto: Redes sociais/ND

Em uma publicação, o delegado-geral escreveu que a Decod (Delegacia de Combate a Drogas) de Criciúma passou a investigar uma organização criminosa armada liderada por dois homens, um deles, o companheiro da jovem estudante. O relatório da investigação aponta que os investigados portavam e manuseavam diversos tipos de armas.

Munições e drogas foram encontradas no quarto do casal, diz polícia

No dia 13 de fevereiro, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa em que o suspeito vivia com a jovem estudante. No quarto do casal, foram localizadas munições calibre .380, acessórios para fracionamento de drogas, mais de um quilo de maconha, além de um caderno universitário com anotações do tráfico com “grafia feminina”.

Balança de precisão, munições e caderno universitário apreendidos pela Polícia Civil no caso Thamily

Caso Thamily: um caderno, com grafia feminina, deve passar por exame grafotécnico – Foto: Polícia Civil/ND

Após busca e apreensão, segundo o delegado-geral, a prisão do companheiro da vítima foi solicitada. No dia 21 de março, quando a operação foi executada, o jovem entrou em um carro de aplicativo; a companheira já estava dentro do automóvel. Ulisses ressalta que “quatro policiais, altamente qualificados, verbalizaram que se tratava da polícia”.

No entanto, de acordo com a Polícia Civil, o condutor do veículo não obedeceu à ordem de parada dos agentes e acelerou, em marcha ré, na direção dos policiais. Um disparo foi realizado e atingiu a cabeça da jovem, que recebeu atendimento médico no local, mas morreu, posteriormente, no hospital.

Balança de precisão com drogas

Drogas foram encontradas na casa em que o casal vivia, informou a Polícia Civil – Foto: Polícia Civil/ND

Caso Thamily: família pede justiça

A família da jovem pede por justiça. Em entrevista à NDTV Criciúma, na segunda-feira (24), o pai da estudante, David Ereno, falou que não sabia da relação do genro com o tráfico de drogas. “O que a polícia tinha contra ele, era a polícia e ele, minha filha não tinha nada a ver com isso”, detalhou.

Nos documentos da investigação, publicados pelo delegado-geral, consta o print de uma mensagem de Thamily Venâncio Ereno à família. Confira abaixo na íntegra:

“Mãe só quero que vocês saibam que eu estou bem, não estou passando nenhum tipo de dificuldade com nada, eu sei que vocês não vão me entender e talvez não vão aceitar, estou com o Kauan, estamos com nossa casa, trabalhando e conquistando nossas coisas devagarinho, espero que um dia a gente possa se ver e conversar sobre tudo, quando tudo isso se resolver, mas essa foi a decisão que eu tomei pra minha vida, me desculpem por tudo, amo muito vcs”.

 

A reportagem do ND Mais tentou contato com a família da vítima, mas não obteve retorno. O espaço está aberto. O motorista de aplicativo, de 42 anos, está preso preventivamente. A Polícia Civil informou que o homem respondia a outro processo pelo crime de lesão corporal e de dano. O jovem, namorado de Thamily, também está detido.

 

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