“Lembrar que o teatro é comunhão”: segundo dia de entrevistas do Festival de Curitiba

Depois da festa de abertura, o Festival de Curitiba segue com a programação nesta terça-feira (25/03). Pela manhã, aconteceu a coletiva de imprensa com outros espetáculos da mostra oficial e a presença de Milton Cunha, que foi mestre de cerimônias na noite de segunda (24). Temas como festas populares, a comunhão do teatro e a crítica social fizeram parte das conversas. O Festival de Curitiba está em sua 33a edição e tem mais de 350 atrações até o dia 06 de abril.

“Monga”

A sessão de entrevistas começou com Jéssica Teixeira, estrela de “Monga”. Ela escreve, dirige e atua no espetáculo, continuidade da pesquisa iniciada no solo “E.L.A.” em 2019. Jéssica questiona padrões de corpos em um teatro contemporâneo, em um diálogo honesto com a plateia. Ela começa a peça com um brinde de cachaça, para “lembrar que o teatro é comunhão”, disse.

“Daqui Ninguém Sai”

Depois, o elenco e equipe de produção de “Daqui Ninguém Sai” contou sobre o espetáculo, que estreia no Festival. A peça marca o retorno do Teatro de Comédia do Paraná, em pausa desde a pandemia. O texto é inspirado na obra de Dalton Trevisan, que faleceu no ano passado aos 99 anos. O autor chegou a escolher o nome da peça e autorizou a montagem, que leva a direção de Nena Inoue e pesquisa de Fabiana Faversani, representante de Dalton.

O texto revisita a obra de forma aberta, sem ser uma adaptação de um conto, mas reunindo desde correspondência do autor até trechos musicados. A Curitiba retratada por Dalton era praticamente uma personagem, e essa visão é repassada pelo espetáculo. “Tem uma cena só sobre Curitiba, é um Dalton denunciando essa Curitiba, como diz, não é essa Curitiba pra inglês ver”, comenta a diretora. Uma das inspirações é o texto “Curitiba Revisitada”, dos anos 1990. “Curitiba está o tempo todo na obra dele, e a gente botou muito isso na peça”, conclui.

Milton Cunha

Ainda de manhã, Milton Cunha conversou com a imprensa no Festival de Curitiba. O carnavalesco comentou sobre a peça “Os Mambembes” que abriu a programação na noite anterior. Isso foi o ponto de partida para uma conversa sobre cultura popular e o poder da arte no enfrentamento da crueza do dia a dia. Ele ressaltou a importância da crítica social nas festas populares: “Essas folias populares são vizinhas, literalmente, elas moram aqui do lado. Então você tem as casas onde está o rezado, onde está a folia de reis e tal. Então, primeiro que esses artistas vivem a realidade que será contada, sacaneada, criticada, porque um dos papéis dessa folia popular é a crítica. Eles sempre têm um personagem do poder, sempre têm a traição. Então, essas folias populares sempre vão refletir a vida. A importância é que ela está ali, convivendo com a plateia.

Milton discorreu sobre a importância de manter as tradições africanas dentro do Carnaval, comentando o caso da jurada que tirou décimos da nota pelo “uso excessivo” de palavras em iorubá no samba-enredo. “Eu acho que essa disputa é, sobretudo, de desvalorização, de apagamento, de invisibilização, para depois você pegar o produto e transformar ele em lucrativo para você”, explicou.

Serviço – 33º Festival de Curitiba

Quando: 24 de março a 06 de abril de 2025

Onde: diversos locais de Curitiba e Região Metropolitana

Quanto: Mostra Lucia Camargo – De GRATUITOS até R$ 85 (entrada inteira), + taxa adm

Risorama – De R$ 42,50 até R$ 85 (entrada inteira) + taxa adm

Fringe – De GRATUITOS até R$ 75 (entrada inteira) + taxa adm

Mostra Surda de Teatro – GRATUITA

MishMash – De R$ 30 até R$ 60 (entrada inteira) + taxa adm

Programa Guritiba – De GRATUITOS até R$ 60 (entrada inteira) + taxa adm

Gastronomix – De R$ 10 até R$ 20 (entrada inteira) + taxa adm

Vendas: No site do festival e na bilheteria física exclusiva no Shopping Mueller.

Evento com desconto Clube Cult.

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