De Monge a Magnata? Como um Reino Budista se tornou referência em Bitcoin

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O Butão, um dos países mais enigmáticos do Himalaia, está chamando a atenção do mundo financeiro ao se tornar um dos maiores detentores de Bitcoin do planeta.

Com uma estratégia baseada em energia hidrelétrica e mineração sustentável, o pequeno reino ultrapassou El Salvador em reservas de BTC e agora ocupa a 5ª posição no ranking global.

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Butão e seu crescente estoque de bitcoin

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Imagem: Vladimka Production / Shutterstock.com

Como o Butão acumulou 12.200 BTC?

Com uma população de apenas 800 mil habitantes, o Butão acumulou mais de 12.200 Bitcoins, avaliados atualmente em cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,8 bilhões). Esse valor representa aproximadamente 34% do PIB nacional, um percentual impressionante para qualquer economia.

O feito coloca o país à frente de El Salvador, que, apesar de ter sido o primeiro a adotar oficialmente o Bitcoin como moeda de curso legal, possui reservas bem menores, somando 5.944 BTC.

Ranking global de detentores de bitcoin

De acordo com o Bitcoin Treasuries, os cinco países com maiores reservas da criptomoeda são:

  1. Estados Unidos;
  2. China;
  3. Reino Unido;
  4. Ucrânia;
  5. Butão.

O Butão, apesar de sua economia pequena, conseguiu entrar nesse seleto grupo por meio de uma estratégia ousada e inovadora.

Mineração sustentável: O segredo do Butão

O papel da energia hidrelétrica

Um dos fatores que impulsionaram o Butão a investir em Bitcoin foi sua vasta capacidade de geração de energia hidrelétrica. O país possui um potencial de 23.760 megawatts (MW), energia suficiente para abastecer Nova York duas vezes.

Essa fonte limpa e renovável permitiu que o governo direcionasse parte da produção para a mineração de criptomoedas, transformando a eletricidade excedente em riqueza digital sem impacto ambiental significativo.

Produção e receita com mineração

Atualmente, as operações de mineração do Butão produzem entre 55 e 75 Bitcoins por semana, gerando receitas que variam de US$ 3,6 milhões a US$ 4,9 milhões (R$ 20,6 milhões a R$ 28 milhões). Em apenas três anos e meio, o país extraiu um total de 27.727 BTC.

Parceiros e infraestrutura

O sucesso da mineração de Bitcoin no Butão também está ligado à parceria com grandes pools de mineração, como:

  • AntPool
  • Braiins
  • Foundry

Essas colaborações garantem eficiência e confiabilidade nas operações, além de consolidar o Butão como um exemplo de mineração sustentável e livre de emissão de carbono.

Impacto na economia do Butão

Aumento salarial e desenvolvimento

Os lucros gerados pela mineração permitiram ao governo aumentar os salários dos funcionários públicos em até 50%, fortalecer as reservas de moeda estrangeira e criar novas oportunidades de emprego no setor de tecnologia.

Butão como modelo sustentável

Enquanto países como a Rússia proibiram a mineração em algumas regiões para evitar apagões, o Butão mostrou que é possível utilizar energia renovável para operar de forma eficiente e ecologicamente correta.

Planos futuros: Expansão da capacidade de mineração

Ampliação para 600MW

Para os próximos anos, o Butão planeja expandir sua capacidade de mineração para 600MW até 2025, um crescimento significativo que pode consolidá-lo ainda mais no mercado global de criptomoedas.

Projetos de infraestrutura

Entre os novos projetos em desenvolvimento, destacam-se:

  • Mina de Bitcoin em Gedu (100MW): Uma parceria com a empresa Bitdeer, já em operação.
  • Parque Industrial de Jigmeling (500MW): Previsto para entrar em funcionamento no meio deste ano.

Considerações finais

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

O Butão surpreendeu o mundo ao se tornar um dos maiores detentores de Bitcoin do planeta. Com uma estratégia baseada em energia limpa, mineração sustentável e discrição midiática, o país conseguiu alavancar sua economia e se consolidar como um modelo para outros governos interessados no mercado de criptoativos.

Com planos ambiciosos de expansão, o Butão promete continuar sendo uma força relevante no universo das criptomoedas, provando que a inovação e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas na nova economia digital.

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