Veja a repercussão internacional após Bolsonaro virar réu

A repercussão do julgamento que tornou o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e mais sete aliados, réus por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, repercutiu também na imprensa internacional. Após ter sido acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro deste ano por diversos crimes, veículos de várias partes do mundo noticiaram o caso. O jornal americano The New York Times aponta que a decisão marca um esforço significativo  para responsabilizar o Sr. Bolsonaro pelas acusações de que ele tentou efetivamente desmantelar a democracia brasileira ao orquestrar um amplo plano para dar golpe.”O texto diz ainda que “o julgamento, que ainda não foi marcado, é fruto de uma investigação abrangente de dois anos, na qual a polícia invadiu casas e escritórios, prendeu pessoas próximas ao Sr. Bolsonaro e obteve uma confissão importante de um assessor sênior do ex-presidente”. O veículo britânico The Guardian diz que “a decisão deixa o populista de extrema direita, que governou o Brasil de 2019 até o final de 2022, enfrentando o esquecimento político e uma possível pena de prisão de mais de 40 anos”, e acrescentou que esses “ataques — que muitos acreditam ter sido inspirados pela invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 — foram supostamente incitados como parte de uma tentativa desesperada de devolver Bolsonaro à presidência, contra a vontade pública, criando turbulência que justificaria uma intervenção militar”. Quer mais notícias sobre Mundo? Acesse nosso canal no WhatsAppNa Alemanha, a emissora Deustche Welle destaca que é a primeira vez que um ex-presidente eleito é colocado no banco dos réus por crimes contra a ordem democrática estabelecida com a Constituição de 1988”. A reportagem relembra, ainda, que “conforme a acusação da PGR, Bolsonaro tinha conhecimento do plano intitulado “punhal verde amarelo”, que tinha o planejamento e a execução de ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. O julgamento que tornou Bolsonaro réu estampou a manchete do jornal espanhol El País, que indicou: “Não é incomum que um ex-presidente seja acusado ou julgado criminalmente no Brasil; o que é inédito é que ele será levado a julgamento por um golpe”. Em outro momento, o veículo afirma que “dos oito presidentes que o Brasil teve desde o fim da ditadura, sete foram acusados ​​de diversos crimes, mas apenas um, Lula, foi julgado e condenado por corrupção, tendo sido anulado em vários casos por vício processual”.“A pedra angular da acusação contra Bolsonaro e os demais acusados ​​de planejar o golpe é a confissão do secretário pessoal do ex-presidente. O tenente-coronel Mauro Cid, inicialmente investigado por falsificação do registro de vacinação de seu superior durante a pandemia, decidiu cooperar com os investigadores em 2023 após um período em prisão preventiva”, pontua o El País.Seu depoimento e seu número de celular provaram ser uma mina de ouro para a polícia porque ele era o intermediário de Bolsonaro em suas negociações com os outros supostos golpistas. O ex-presidente tentou, sem sucesso, anular esse acordo judicial”, conclui. O jornal francês Le Monde disse trata-se de uma decisão histórica que mina suas esperanças de retornar ao poder”, sendo simbólica pelo Brasil ser um “país ainda assombrado pela memória da ditadura militar (1964-1985)”. O texto, além disso, diz: “Autoproclamado nostálgico dos anos de chumbo, o ex-capitão do exército de 70 anos é acusado pela promotoria de ter arquitetado uma conspiração de longa data para permanecer no poder “a todo custo”. Na América Latina, o jornal argentino Clarín explica que “o ex-presidente só poderá permanecer preso durante o julgamento se houver risco de fuga ou se ele fizer algo que atrapalhe o andamento do julgamento”, mas que “se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar uma longa pena de prisão de mais de duas décadas”. 
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