Criptomoedas superam ações, dólar e títulos públicos e se tornam o 5º maior investimento no Brasil, revela pesquisa Datafolha

Bitcoin criptomoedas

O mercado de criptomoedas tem se consolidado de maneira impressionante no Brasil, como revelado por uma pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com a Paradigma Education e com o apoio da Coinbase e Hashdex.

Segundo o estudo, as criptomoedas ocupam a quinta posição entre os investimentos mais populares no Brasil, ficando atrás apenas da poupança, imóveis, dinheiro guardado em casa e fundos de investimento.

De acordo com a 1ª Pesquisa Nacional das Criptomoedas, os criptoativos ultrapassaram as ações em termos de popularidade, com 2,5 vezes mais pessoas investindo em cripto do que em ações tradicionais.

Além disso, o estudo indica que o Brasil já conta com cerca de 25 milhões de pessoas que têm ou já tiveram alguma experiência com criptomoedas, colocando o país entre os dez maiores mercados consumidores de criptoativos no mundo.

Neste artigo, vamos explorar os principais resultados dessa pesquisa, analisar as implicações desses números e discutir o potencial do mercado de criptomoedas no Brasil, além das oportunidades de crescimento e educação financeira que surgem nesse cenário.

Leia mais:

Bitcoin em alta, EUA em silêncio: O que está por trás dessa tensão?

O crescimento das criptomoedas no Brasil

Criptomoedas de privacidade
Imagem: eamesBot/ shutterstock.com

1. A popularidade das criptomoedas no Brasil

A pesquisa do Datafolha revelou dados impressionantes sobre o mercado de criptomoedas no Brasil. Segundo o levantamento, 16% da população brasileira (aproximadamente 25 milhões de pessoas) já investiu ou possui algum tipo de criptoativo.

Este número coloca o Brasil como um dos maiores consumidores de criptomoedas globalmente. Entre esses investidores, a grande maioria conhece o Bitcoin, com 54% dos brasileiros afirmando que já ouviram falar da criptomoeda criada por Satoshi Nakamoto.

Este crescimento da popularidade das criptomoedas reflete uma mudança no comportamento dos investidores brasileiros, que antes estavam concentrados em investimentos tradicionais como a poupança, imóveis e ações.

A pesquisa também revelou que, enquanto 18% dos entrevistados veem as criptomoedas como uma boa forma de diversificar investimentos, 17% acreditam que elas podem ser uma boa maneira de preservar valor a longo prazo.

2. Criptomoedas superam ações e títulos públicos

O estudo revelou que as criptomoedas já ocupam a quinta posição entre os maiores investimentos no Brasil, atrás apenas da poupança, imóveis, dinheiro no colchão e fundos de investimento.

Esse resultado é significativo, pois mostra que os brasileiros estão cada vez mais interessados em criptoativos, superando ativos tradicionais como ações, dólares e títulos públicos.

O levantamento do Datafolha mostra que 2,5 vezes mais pessoas já investiram em criptoativos do que em ações. Esse dado é particularmente relevante, pois indica uma mudança de mentalidade em relação às opções de investimentos no Brasil, com o público cada vez mais disposto a diversificar sua carteira e explorar novos ativos.

Perfil do investidor brasileiro em briptomoedas

1. Idade e faixa etária dos investidores

A pesquisa também abordou o perfil demográfico dos investidores em criptomoedas no Brasil. Entre os 25 milhões de brasileiros que já investiram em criptoativos, a maior parte está concentrada nas faixas etárias mais jovens, com destaque para aqueles entre 25 e 45 anos.

Esse público tem uma familiaridade maior com as novas tecnologias e uma disposição maior para investir em produtos digitais e inovadores.

2. O engajamento político dos investidores em cripto

Outro dado interessante revelado pela pesquisa foi o perfil político dos investidores em criptomoedas. Embora os investidores em criptoativos tendam a ser mais engajados politicamente do que a média da população, a pesquisa apontou que eles são, em sua maioria, menos partidários e possuem uma inclinação maior para o centro do espectro político.

Esse engajamento pode ser um reflexo do interesse em novas formas de dinheiro e sistemas financeiros descentralizados, que desafiam os modelos tradicionais e as estruturas de poder existentes.

A desafiante educação financeira no Brasil

1. O gap de educação financeira

Embora o mercado de criptomoedas esteja em franca expansão no Brasil, a pesquisa revelou que o conhecimento sobre o setor ainda é limitado para grande parte da população.

Por exemplo, apesar de 54% dos entrevistados afirmarem conhecer o Bitcoin, dois terços desses mesmos indivíduos não conhecem nenhuma outra criptomoeda, o que revela uma falta de conhecimento mais profundo sobre o mercado de criptoativos.

Fábio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase, destacou que esses dados evidenciam um grande gap de educação financeira no Brasil. Muitos brasileiros ainda associam as criptomoedas apenas a um investimento simples, sem entender as diversas possibilidades que esse mercado oferece, como o staking e outros serviços financeiros descentralizados.

2. O potencial de crescimento da educação em criptoativos

Apesar dos desafios relacionados à educação financeira, a pesquisa também revela um grande potencial de crescimento para o mercado de criptoativos no Brasil. A pesquisa mostrou que cerca de 20% dos brasileiros (aproximadamente 16 milhões de pessoas) estão propensos a investir em criptoativos nos próximos 24 meses.

Isso reflete uma tendência crescente de interesse no setor e a necessidade urgente de mais educação financeira para ajudar esses investidores a tomar decisões mais informadas.

Felipe Sant Ana, cofundador da Paradigma Education, comentou sobre o potencial de crescimento do setor, destacando que 74% dos brasileiros concordam que o sistema financeiro pode se beneficiar de uma modernização, o que demonstra uma abertura para novas formas de investimento e uma maior adoção de criptoativos no país.

A percepção de valor das criptomoedas no Brasil

1. Diversificação de investimentos

Uma parte significativa dos brasileiros que já investem em criptoativos (18%) vê as criptomoedas como uma boa maneira de diversificar seus investimentos. Isso é especialmente importante em um cenário econômico global instável, onde os investidores buscam alternativas ao mercado tradicional para proteger seu patrimônio.

Além disso, as criptomoedas oferecem um nível de liquidez e acessibilidade que os investimentos tradicionais nem sempre proporcionam, o que as torna atraentes para aqueles que buscam oportunidades de curto e longo prazo.

2. Preservação de valor a longo prazo

Outro ponto importante apontado pela pesquisa é que 17% dos brasileiros acreditam que as criptomoedas podem ser uma boa maneira de preservar valor a longo prazo.

Esse comportamento reflete uma visão mais madura sobre os criptoativos, com muitos investidores percebendo o potencial das criptomoedas como uma reserva de valor, à semelhança do ouro.

O papel das plataformas de criptomoedas no Brasil

1. Coinbase e Hashdex no mercado brasileiro

A pesquisa foi realizada com o apoio de empresas como Coinbase e Hashdex, que desempenham um papel fundamental na educação e popularização das criptomoedas no Brasil.

Essas plataformas têm investido em tornar o mercado de criptoativos mais acessível e seguro para o público brasileiro, além de promoverem a educação financeira sobre as vantagens e os riscos do investimento em criptoativos.

2. Acessibilidade e segurança no mercado de criptomoedas

A segurança também é uma preocupação central para os investidores. A maioria dos brasileiros ainda não tem plena confiança nas corretoras de criptomoedas, mas plataformas como a Coinbase têm se empenhado em garantir maior transparência e segurança para os usuários, o que é crucial para aumentar a confiança no mercado.

Considerações finais

Stablecoins criptomoedas
Imagem: Freepik

A pesquisa Datafolha sobre criptomoedas revela que o Brasil está rapidamente se tornando um dos maiores mercados consumidores de criptoativos do mundo. Com 25 milhões de brasileiros já envolvidos de alguma forma com criptomoedas, o país ocupa uma posição de destaque no cenário global.

A pesquisa também destaca o potencial de crescimento do mercado de criptoativos, com cerca de 16 milhões de brasileiros considerando investir em criptoativos nos próximos dois anos.

Apesar dos avanços, a educação financeira é uma área que precisa de mais atenção, já que muitos investidores ainda têm um conhecimento limitado sobre o mercado de criptoativos.

No entanto, as perspectivas para o setor são otimistas, e com o crescimento da educação financeira e da conscientização sobre os benefícios das criptomoedas, o Brasil tem tudo para consolidar seu lugar entre os líderes globais em criptoativos.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.