Criado em 2024 pelo Governo Federal, o Programa Acredita está se consolidando como uma das principais estratégias de inclusão produtiva e fomento ao empreendedorismo no Brasil. Com menos de um ano de funcionamento, a iniciativa já movimentou R$ 2,63 bilhões em crédito, com mais de 152 mil operações realizadas em todo o território nacional, beneficiando diretamente pessoas em situação de vulnerabilidade, MEIs e microempresas.
A proposta do programa vai muito além da liberação de crédito. Estruturado em diferentes eixos, o Acredita combina acesso ao financiamento com capacitação profissional, incentivo à formalização e estímulo à geração de renda de forma sustentável.
Leia mais:
Governo já liberou R$ 1,7 bilhão pelo Programa Acredita para famílias de baixa renda
Eixo “Acredita no Primeiro Passo”: crédito para quem mais precisa
Foco no público do Cadastro Único
Um dos pilares do programa é o eixo “Acredita no Primeiro Passo”, voltado especificamente para pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), que reúne famílias de baixa renda em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Esse segmento já recebeu R$ 726,4 milhões em microcrédito, distribuídos entre cerca de 87 mil pessoas. A operação é viabilizada por instituições financeiras e agências de fomento regionais, como:
- Banco do Nordeste (BNB) – R$ 720,8 milhões liberados;
- Banco da Amazônia;
- Badespi (PI);
- Agências estaduais do Pará e do Rio Grande do Norte.
Taxa de juros acessível e inadimplência quase nula
Um dos diferenciais desse eixo é a taxa de juros acessível, com média de 8,75% ao ano, o que representa um incentivo concreto à contratação e à adimplência. Reflexo disso é o índice de inadimplência praticamente nulo, de apenas 0,043%, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
“São números que comprovam o sucesso da iniciativa, especialmente considerando a taxa de juros acessível praticada”, avaliou o ministro Wellington Dias.
Eixo Procred 360: apoio direto a MEIs e microempresas
Crédito para negócios com faturamento de até R$ 360 mil
Outra frente estruturante do Programa Acredita é o Procred 360, destinado a Microempreendedores Individuais (MEIs) e microempresas com faturamento anual de até R$ 360 mil. A coordenação é feita pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e o volume de recursos já liberados nessa modalidade supera os R$ 1,9 bilhão, em mais de 65,8 mil operações de crédito.
Principais instituições participantes
Entre os agentes financeiros que aderiram ao programa e já operam os recursos estão:
- Caixa Econômica Federal – R$ 937,5 milhões;
- Banco do Brasil – R$ 431,3 milhões;
- Bradesco – R$ 535,5 milhões.
Finalidade do crédito
Os valores obtidos têm sido aplicados por MEIs e microempresas em áreas estratégicas como:
- Ampliação de capital de giro;
- Investimentos em equipamentos e estrutura física;
- Contratação de pessoal;
- Reposição de estoque e gestão de fluxo de caixa.
Capacitação profissional: formação para empreender com qualidade
Parcerias com grandes empresas
Além da oferta de crédito, o Programa Acredita se destaca pelo investimento em capacitação profissional e formação empreendedora. Empresas como Amazon, Huawei, Visa e o Instituto Rede Mulher Empreendedora são parceiras estratégicas do governo nessa missão, oferecendo cursos e treinamentos em áreas com alta demanda de mercado.
O objetivo é proporcionar às pessoas beneficiadas as condições para gerar renda de forma autônoma e sustentável, transformando o crédito em oportunidade real de mudança de vida.
“O Acredita também investe fortemente em capacitação profissional. Grandes empresas já estão engajadas na oferta desses cursos, em parceria com o governo”, destacou Luiz Carlos Everton, secretário de Inclusão Socioeconômica do MDS.
O papel dos profissionais da contabilidade no Programa Acredita
Apoio essencial à formalização e planejamento
O Programa Acredita também representa uma oportunidade significativa para os profissionais de contabilidade. Com o avanço da formalização e o aumento da demanda por consultoria financeira, contadores e escritórios de contabilidade ganham espaço para atuar em diversas frentes:
- Orientação sobre formalização como MEI ou microempresa;
- Auxílio na estruturação financeira dos negócios;
- Planejamento tributário para aproveitamento de benefícios fiscais;
- Organização das informações contábeis para acesso ao crédito.
Prevenção ao endividamento e educação financeira
Além da consultoria técnica, os profissionais da área contábil também podem atuar como agentes de educação financeira, ajudando microempreendedores a evitarem o superendividamento e a utilizarem o crédito de forma consciente.
Resultados expressivos em menos de um ano
Números que mostram o impacto do programa
Com R$ 2,63 bilhões movimentados em crédito, mais de 152 mil operações realizadas e centenas de milhares de pessoas impactadas, o Programa Acredita mostra que é possível alinhar inclusão social e crescimento econômico.
Os números apontam para:
- Expansão do crédito para regiões historicamente excluídas do sistema bancário tradicional;
- Fomento à formalização e geração de emprego;
- Incentivo ao empreendedorismo de base;
- Fortalecimento de redes locais de produção e consumo.
Desafios e próximos passos
Ampliação do alcance
Apesar dos resultados positivos, o governo reconhece que há desafios importantes a serem enfrentados. Um dos principais é a ampliação da cobertura geográfica, especialmente nas áreas rurais e comunidades periféricas urbanas, onde o acesso a agências bancárias e internet ainda é limitado.
Digitalização e simplificação do acesso
Outra meta é a digitalização dos serviços e a simplificação dos processos de solicitação de crédito, garantindo que o beneficiário possa acessar o programa mesmo sem intermediários ou longos trâmites burocráticos.
Integração com outros programas sociais
Há também a expectativa de que o Acredita seja integrado a outras políticas públicas, como o Bolsa Família, o Pé-de-Meia e iniciativas estaduais de fomento ao trabalho autônomo, formando uma rede robusta de inclusão produtiva.
Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital
