Ibovespa: Magazine Luiza (MGLU3) registra alta com proposta de R$ 225 milhões em dividendos

Logística Magazine Luiza

O Magazine Luiza (MGLU3) registrou uma alta significativa na Bolsa de Valores brasileira, Ibovespa, nesta terça-feira (25), com suas ações disparando até 7%. Essa valorização é resultado de uma proposta de dividendos intermediários no valor de R$ 225 milhões, anunciada pela companhia na véspera.

A alta nos papéis da varejista é um reflexo do otimismo do mercado diante de um desempenho financeiro que, embora misto, mostrou sinais de rentabilidade.

O que motivou a alta?

Mão segurando celular que mostra logo do Magazine Luiza em primeiro plano. Ao fundo, um cofrinho rosa em formato de porco.
Imagem: rafastockbr / shutterstock.com

A disparada das ações do Magazine Luiza foi impulsionada principalmente pela proposta de distribuição de dividendos de R$ 225 milhões. A decisão foi anunciada na noite de segunda-feira (24), após a reunião do Conselho Fiscal da companhia, que manifestou seu apoio unânime à proposta. Os dividendos serão pagos de forma intermediária, com o valor correspondendo a R$ 0,3054399751 por ação.

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A proposta será submetida aos acionistas da empresa, o que cria um ambiente de expectativa no mercado, refletido na alta das ações. Até o fechamento das negociações desta terça-feira, os papéis da varejista subiram 7,15%, atingindo R$ 10,94, com flutuações entre máximas e mínimas que indicam um movimento robusto de compras. Ao fim do pregão, as ações fecharam com uma alta de 2,36%, a R$ 10,45.

Relevância dos dividendos para os investidores

O pagamento de dividendos é uma das formas mais tradicionais de atrair investidores para uma companhia, especialmente no contexto de um mercado financeiro instável. A proposta de R$ 225 milhões, além de mostrar que a companhia está gerando caixa suficiente para remunerar seus acionistas, também transmite uma mensagem positiva sobre a saúde financeira do Magazine Luiza, o que tem sido um fator determinante para a reação do mercado.

Os dividendos, portanto, servem como um indicativo de que, apesar de um cenário desafiador para o consumo no Brasil, a companhia consegue gerar lucro e distribuir uma parte dele para seus investidores. Essa movimentação é vista como um fator de confiança na gestão da empresa, o que pode ser responsável pela alta nos papéis.

Desempenho financeiro do Magazine Luiza no 4° trimestre de 2024

Embora a proposta de dividendos tenha sido um fator crucial para a alta das ações, o desempenho financeiro da companhia no último trimestre de 2024 também contribuiu para o bom clima no mercado. O Magazine Luiza registrou um lucro líquido de R$ 294,8 milhões nos últimos três meses de 2024, o que representa uma alta de 38,9% em comparação com o mesmo período de 2023.

Esse crescimento do lucro foi impulsionado principalmente por uma boa rentabilidade operacional, com destaque para a melhoria na geração de caixa.

O que aconteceu com a receita?

Apesar do lucro expressivo, a receita do Magazine Luiza no quarto trimestre de 2024 não foi tão animadora, conforme indicam os analistas financeiros. De acordo com a XP Investimentos, a desaceleração na receita do Magazine Luiza foi um ponto negativo, especialmente quando comparado ao desempenho do terceiro trimestre.

A desaceleração de vendas, que afetou diversas empresas do setor, foi um reflexo do quadro macroeconômico, em que o consumo foi impactado por uma combinação de fatores como a alta da inflação e as taxas de juros elevadas.

Rentabilidade operacional e geração de Caixa

Por outro lado, a rentabilidade operacional do Magazine Luiza, medida pela margem EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), foi um ponto positivo. A companhia conseguiu manter uma margem sólida, o que demonstra eficiência na gestão operacional e na contenção de custos. Além disso, a melhora na geração de caixa foi vista como um bom sinal, uma vez que o fluxo de caixa é fundamental para a viabilidade de uma empresa no longo prazo.

O cenário econômico e o impacto nas ações

O ambiente econômico desafiador no Brasil tem gerado uma pressão sobre as empresas de varejo, especialmente aquelas que dependem diretamente do consumo das famílias. A alta das taxas de juros tem impactado diretamente a disposição dos consumidores para realizar compras, o que resulta em uma desaceleração nas vendas.

Papel das taxas de juros no setor de varejo

Para o setor de varejo, as taxas de juros elevadas não são um fator favorável. Elas encarecem o crédito e afetam o poder de compra dos consumidores. O Magazine Luiza, que possui uma grande presença no e-commerce e no varejo físico, é sensível a essas flutuações. No entanto, a empresa tem conseguido compensar esses desafios com um bom controle de custos e estratégias voltadas para a digitalização de seus canais de venda.

Expectativas para 2025

Magazine
imagem: Gabriel_Ramos / shutterstock.com

O ano de 2025 ainda apresenta um cenário desafiador para as empresas de varejo, principalmente aquelas que dependem do consumo das famílias. As projeções econômicas indicam uma recuperação gradual, mas as incertezas ainda são grandes. Isso tem levado os analistas a manterem uma visão cautelosa em relação ao desempenho futuro de companhias como o Magazine Luiza.

O Itaú BBA, por exemplo, destacou a forte expansão de margem da companhia no quarto trimestre, mas também alertou para os desafios do cenário macroeconômico. A recomendação do banco para as ações do Magazine Luiza é neutra, refletindo a cautela com o desempenho do setor de varejo em 2025.

Considerações finais

O desempenho recente do Magazine Luiza, tanto no quesito lucro quanto na proposta de dividendos, mostra que a companhia tem uma gestão eficiente e capaz de gerar resultados positivos, mesmo em um ambiente desafiador. A alta das ações do Magazine Luiza no Ibovespa reflete a confiança dos investidores na continuidade do crescimento da empresa.

Contudo, os desafios econômicos, como as altas taxas de juros e a desaceleração do consumo, ainda precisam ser monitorados de perto. Os analistas recomendam cautela, mas a distribuição de dividendos pode ser um atrativo importante para investidores que buscam retorno no curto prazo.

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