Preço de medicamentos serão reajustados em 5%

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A partir da próxima segunda-feira, 31 de março, o preço dos medicamentos no Brasil poderá sofrer um reajuste de até 5,06%, conforme autorização da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). O percentual, que ainda aguarda publicação oficial no Diário Oficial da União, já foi aprovado pelo órgão, restando apenas a assinatura final do conselho de ministros para que entre em vigor.

A medida impacta diretamente o bolso do consumidor, mas o governo sinaliza que, apesar do teto autorizado, a média real de reajuste deverá ser de 3,83% — o menor percentual médio desde 2018. A expectativa é que o aumento não seja generalizado ou imediato, já que farmacêuticas e farmácias podem aplicar o reajuste de forma escalonada.

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Imagem: Macro of background made from pills and capsules

Entenda o reajuste dos medicamentos

O que é a Cmed?

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) é o órgão responsável por definir anualmente o índice máximo de reajuste que pode ser aplicado aos preços de medicamentos no Brasil. Ela é composta por representantes de vários ministérios, como Saúde, Economia e Justiça, e atua para evitar abusos no aumento de preços e proteger o consumidor.

Qual é o índice de reajuste para 2025?

O teto definido para o reajuste é de 5,06%, que pode ser aplicado a partir de 31 de março. No entanto, esse aumento não é automático nem obrigatório. Isso significa que:

  • Farmacêuticas e farmácias não são obrigadas a reajustar os preços no dia 1º de abril;
  • O aumento pode ser aplicado ao longo do ano, até março de 2026;
  • Nenhuma empresa pode ultrapassar o percentual de 5,06% até o próximo reajuste anual, que ocorre em março de cada ano.

Reajuste médio será menor

Segundo integrantes do governo e fontes ligadas à Cmed, a média dos reajustes deve ficar em torno de 3,83%, variando conforme o nível de concorrência de mercado. Isso significa que nem todos os medicamentos sofrerão aumentos no limite máximo.

Como é calculado o reajuste?

O índice definido pela Cmed leva em consideração uma série de fatores técnicos, além da inflação acumulada nos últimos 12 meses. Entre os principais estão:

Inflação oficial (IPCA)

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um dos componentes centrais do cálculo. No caso de 2025, o IPCA acumulado até fevereiro foi de 4,5%, o menor desde 2020.

Produtividade das indústrias farmacêuticas

O desempenho das empresas do setor também é levado em conta. Indústrias que apresentaram ganhos de produtividade tendem a ter menor necessidade de repassar custos ao consumidor.

Custos não captados pela inflação

Elementos como câmbio (variação do dólar) e tarifas de energia elétrica, que afetam diretamente os insumos e a produção, também entram na fórmula.

Nível de concorrência

A Cmed divide os medicamentos em três grupos, de acordo com a concentração de mercado:

  • Grupo 1: produtos com pouca concorrência — reajuste tende a ser menor;
  • Grupo 2: concorrência intermediária;
  • Grupo 3: medicamentos com ampla concorrência — maior possibilidade de repasse ao consumidor.

O que esperar na prática?

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Imagem: @aleksandarlittlewolf / Freepik

Nem todo medicamento terá aumento imediato

Apesar da autorização, o reajuste não será percebido automaticamente nas prateleiras. Muitos estabelecimentos optam por “parcelar” o reajuste ao longo do ano, especialmente para evitar queda nas vendas ou reação negativa dos consumidores.

Além disso, medicamentos com preços já elevados tendem a ter reajustes mais conservadores, por pressão do mercado e concorrência direta.

Farmácias podem aplicar o aumento gradualmente

O setor farmacêutico costuma adotar estratégias comerciais diferentes entre redes e regiões. Isso significa que um mesmo remédio pode sofrer reajuste em uma cidade e manter o preço inalterado em outra.

“O consumidor pode se beneficiar ao pesquisar em diferentes farmácias, principalmente nos meses seguintes à autorização de reajuste”, recomenda uma fonte da indústria.

Quais medicamentos podem ser reajustados?

Medicamentos com preços regulados

O reajuste de até 5,06% vale para medicamentos com preços controlados pela Cmed, ou seja, a grande maioria dos produtos com prescrição médica ou uso contínuo. Isso inclui:

  • Antibióticos;
  • Anti-hipertensivos;
  • Antidepressivos;
  • Remédios para diabetes;
  • Anti-inflamatórios;
  • Remédios para colesterol.

Medicamentos com preços liberados

Alguns produtos não têm preços regulados — como determinados cosméticos, suplementos e medicamentos isentos de prescrição (MIPs). Nestes casos, as farmácias têm liberdade para ajustar os preços conforme a dinâmica do mercado.

Reajuste de 2024 x Reajuste de 2025

Ano Reajuste máximo autorizado IPCA do período Reajuste médio estimado
2024 4,5% 4,5% ~4,2%
2025 5,06% 4,5% 3,83%

Fonte: Ministério da Saúde / IBGE

Apesar do aumento do teto de reajuste em relação ao ano anterior, a previsão de reajuste médio é mais baixa em 2025, resultado de um ambiente mais competitivo no setor e melhor desempenho da indústria.

Impacto no consumidor

Peso no orçamento familiar

O gasto com medicamentos representa uma das maiores despesas de saúde das famílias brasileiras, especialmente aquelas que não têm plano de saúde e dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) apenas parcialmente.

Em muitos lares, remédios de uso contínuo compõem parte significativa do orçamento mensal, o que torna qualquer aumento sensível para o consumidor final.

Programas de desconto

Com o reajuste, ganha relevância o papel dos programas de descontos das farmácias e dos próprios laboratórios, como:

  • Programa Farmácia Popular do governo federal;
  • Clubes de fidelidade de redes como Droga Raia, Drogasil, Pague Menos e Panvel;
  • Descontos oferecidos por fabricantes como EMS, Aché, Medley, entre outros.

Como economizar com medicamentos em 2025

Prepare o bolso: Medicamentos ficarão mais caros a partir de 1º de abril
Imagem: Nudphon Phuengsuwan / shutterstock.com

Dicas para driblar os aumentos

  • Pesquise preços em diferentes farmácias físicas e online;
  • Cadastre-se em programas de fidelidade e descontos;
  • Utilize o Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto;
  • Converse com o médico sobre genéricos e alternativas mais acessíveis;
  • Evite compras emergenciais — mantenha estoque planejado e aproveite promoções.

Imagem: i viewfinder / shutterstock.com

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