Caminhoneiro espancado até a morte após briga em MG não foi colocado em porta-malas de carro, afirma delegada


Informação consta no boletim de ocorrência registrado pela PM no dia do crime, ocorrido no último domingo (23), no entanto, nesta sexta (28), delegada Camila Miller afirmou que, após uma análise minuciosa dos vídeos que registraram a agressão, a Polícia Civil concluiu que a vítima chegou a pé à rua onde foi espancada. Delegada Camila Miller em Juiz de Fora
Polícia Civil/Divulgação
Sebastião Felipe Ladeira, de 37 anos, que foi espancado até a morte após uma briga no último domingo (23), em Juiz de Fora, não foi colocado dentro do porta-malas de um carro e levado até o local do crime, segundo a delegada que investiga o caso, Camila Miller.
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A informação de que o homem teria sido colocado dentro do carro consta no Boletim de Ocorrência (BO) feito pela PM, que cita que “segundo a pessoa solicitante, os indivíduos teriam retirado a vítima de dentro do porta-malas de um carro branco”. No entanto, durante o andamento das apurações, a informação foi descartada pela Polícia Civil, mediante análise minuciosa de vídeos que registraram o momento em que ele chega na rua onde ocorreu o crime a pé.
“O Sebastião não chegou no local do crime dentro de porta-malas de veículo algum. Ele chega correndo e o veículo chega depois”, esclareceu Camila Miller.
Nesta sexta-feira (28), o oitavo suspeito de participação no crime se apresentou à Delegacia, acompanhado de um advogado. O suspeito de 31 anos, que não teve o nome divulgado, prestou depoimento e foi encaminhado para uma unidade de saúde da cidade sob escolta policial.
Além disso, três testemunhas, incluindo a responsável pela gravação das imagens que registraram as agressões foram ouvida nesta manhã de sexta-feira.
“A gente conseguiu trazer mais clareza para a investigação e nos próximos dias vamos continuar diligenciando”, completou a delegada.
Quem já foi preso?
Oito pessoas já foram presas como suspeitas de envolvimento no caso. São elas:
Victor Oliveira Assis Madeira: filho da proprietária
João Pedro Lopes da Silva Souto: funcionário de apoio da boate
Rafael Jefferson de Souza Venâncio: funcionário de apoio da boate
João Carlos de Oliveira: funcionário de apoio da boate
Ricardo Venturini Matozinhos Matos: produtor de eventos
Itamar Bisaggio Júnior: frequentador da boate
Não teve o nome divulgado
Não teve o nome divulgado
Veja o que disseram os advogados de defesa dos suspeitos no final da reportagem.
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Briga teria começado em boate
Crime foi gravado por testemunhas em Juiz de Fora
Redes Sociais/Reprodução
De acordo com a delegada, a briga teria começado entre a vítima e um dos agressores na boate, no Bairro Aeroporto, mas o motivo ainda é investigado.
“Eles se desentenderam lá dentro. Aí, a vítima saiu da boate, várias pessoas saíram atrás e acabou culminando no crime”, detalhou.
Após a confusão, a vítima foi para uma rua nas proximidades, onde foi espancada. Testemunhas também relataram no BO que Sebastião Felipe foi atropelado por uma caminhonete depois do espancamento. No entanto, durante a coletiva nesta semana, Camila Miller disse que a polícia investiga se, de fato, ele foi atingido e, se sim, se já estava morto.
Íntegra das notas
Madeira’s Lounge
“O Madeira’s Lounge vem a público manifestar seu mais profundo pesar e indignação pelos atos de violência ocorridos na madrugada de ontem (22/03/2025). Prezamos pela segurança e pelo bem-estar de nossos clientes e colaboradores, e temos protocolos rigorosos para evitar qualquer tipo de conflito dentro de nossas dependências. Diante de uma briga iniciada no interior da casa, nossa equipe de segurança agiu prontamente para conter a situação e retirar os envolvidos, seguindo todos os procedimentos adequados. Infelizmente, após a saída do estabelecimento, um episódio de violência ocorreu na via pública, resultando em uma tragédia que nos choca e entristece profundamente. Reforçamos que não compactuamos com qualquer ato de violência e que estamos colaborando com as autoridades para a elucidação dos fatos. A segurança e integridade de todos sempre foram e continuarão sendo nossas prioridades. Nos solidarizamos com a família e amigos da vítima neste momento difícil. A casa não irá funcionar no dia de hoje (23/03)”.
Victor Oliveira Assis Madeira, João Pedro Lopes da Silva Souto, João Carlos de Oliveira e Rafael Jefferson de Souza Venâncio
“O escritório de advocacia responsável pela defesa de Victor Oliveira Assis Madeira, João Pedro Lopes da Silva Souto, João Carlos de Oliveira e Rafael Jefferson de Souza Venâncio, de início, manifesta sua profunda solidariedade aos familiares e amigos de Sebastião Felipe Ribeiro Ladeira, lamentando profundamente os acontecimentos da madrugada do último domingo. Repudiamos veementemente as graves agressões sofridas pela vítima, bem como qualquer ato de violência! No entanto, é importante esclarecer que nossos assistidos não participaram das agressões ou do suposto atropelamento que culminou na morte de Sebastião Felipe. Importante destacar também que desde o início das investigações, nossos assistidos colaboraram integralmente com as autoridades, fornecendo informações essenciais sobre os reais responsáveis pelos fatos e auxiliando na localização de um dos veículos envolvidos. Além disso, permaneceram no local dos acontecimentos, sem qualquer tentativa de evasão ou obstrução da Justiça. A defesa confia que, com o avanço da apuração, restará demonstrado que os nossos clientes não possuem qualquer responsabilidade penal pelos trágicos fatos ocorridos. Reiteramos nosso compromisso com a verdade e com o devido processo legal, ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com todos os afetados por essa lamentável ocorrência e nos colocamos à disposição das Autoridades”.
Defesa de Ricardo Venturini Matosinhos Matos – O advogado Elói Hildebrando disse que só irá se manifestar dentro do processo.
Defesa de Itamar Bisaggio Júnior – Em nota, o advogado José Cláudio Rodrigues alegou que o cliente agiu em legítima defesa, pois Sebastião Felipe iniciou a confusão e não houve intenção de matar.
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