Novo aumento no teto de juros do consignado para quem recebe do INSS

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Na terça-feira (25), o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou um novo aumento no teto dos juros aplicáveis aos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esta decisão vem em um momento delicado da economia, em que a alta da taxa Selic, definida pelo Banco Central, tem impactado diretamente o bolso dos brasileiros.

O aumento, ainda que modesto, reflete as mudanças na política monetária do país e promete afetar milhares de beneficiários do INSS. Neste artigo, vamos explicar o que essa alteração significa, o contexto econômico por trás dela e o impacto esperado para os aposentados e pensionistas.

O que é o empréstimo consignado?

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Imagem: Alexandre Zorek / Shutterstock.com

O empréstimo consignado é um tipo de crédito onde a parcela das parcelas é descontada diretamente da aposentadoria ou pensão do beneficiário, ou seja, o pagamento é garantido com o desconto na fonte, o que reduz o risco de inadimplência para as instituições financeiras. Por esse motivo, o consignado é geralmente oferecido com taxas de juros mais baixas quando comparado a outros tipos de crédito pessoal.

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No caso dos beneficiários do INSS, o empréstimo consignado é uma das alternativas mais acessíveis para quem precisa de dinheiro rápido, já que a garantia do pagamento pela aposentadoria ou pensão proporciona uma maior segurança para os bancos.

O que mudou com a aprovação do aumento dos juros?

Com a nova medida, o teto da taxa de juros para empréstimos consignados dos aposentados e pensionistas foi elevado de 1,80% para 1,85% ao mês. Embora essa mudança possa parecer pequena à primeira vista, ela reflete a tendência de alta nas taxas de juros em geral, acompanhando a elevação da taxa Selic promovida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Esse aumento nos juros do consignado segue a movimentação do Copom, que tem elevado a Selic com o objetivo de controlar a inflação no Brasil. O impacto disso é sentido principalmente por quem já está no limite da sua renda, como é o caso de muitos aposentados e pensionistas do INSS.

Como o aumento dos juros está relacionado com a Selic?

A decisão do CNPS de elevar o teto dos juros do consignado está diretamente atrelada ao comportamento da Selic, taxa básica de juros definida pelo Banco Central. A Selic serve como referência para as taxas de juros em toda a economia brasileira, influenciando desde o custo do crédito até a rentabilidade de investimentos.

Em um cenário em que a Selic está em alta, como tem ocorrido desde setembro de 2023, os juros do crédito consignado também tendem a aumentar. Em termos simples, quando o Banco Central aumenta a Selic, os custos do empréstimo para bancos e consumidores também aumentam. Portanto, os aposentados e pensionistas do INSS, que são os principais afetados por essa mudança, devem estar cientes de que o custo do empréstimo será mais elevado.

Aumento consecutivo dos juros no governo Lula

Este aumento no teto de juros para o empréstimo consignado é o segundo consecutivo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes da alta de março de 2025, a taxa estava em 1,80% ao mês desde dezembro de 2023. Essa mudança se dá em um contexto de crescimento da Selic, que tem sido aumentada pelo Banco Central com o objetivo de controlar a inflação.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, comentou sobre a decisão, destacando que o aumento foi negociado com os outros conselheiros do CNPS e que a medida visa amenizar os impactos negativos para os aposentados e pensionistas, diante da expectativa de novas elevações da Selic. Segundo Lupi, o governo decidiu agir rapidamente para diluir os efeitos das altas da Selic e evitar uma “pancada” maior para os aposentados.

Como a alta da Selic impacta os aposentados?

A alta da Selic tem um efeito direto no bolso dos aposentados e pensionistas do INSS. Para entender o impacto, é preciso saber que a Selic é a principal taxa de referência para a economia, e ela influencia diretamente o custo do crédito no país. Como o empréstimo consignado é um tipo de crédito mais vantajoso para os aposentados, com taxas menores, qualquer aumento na Selic tende a ser refletido no aumento dessas taxas.

Se a tendência de alta da Selic continuar, como previsto pelo Banco Central, é provável que os juros do consignado sigam subindo. Isso significa que quem já tem um crédito consignado com juros mais altos pode acabar pagando mais por isso, enquanto os novos contratos terão uma taxa mais elevada.

O que os aposentados devem fazer diante do aumento dos juros?

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Imagem: Leonidas Santana / shutterstock.com

Diante dessa situação, os aposentados e pensionistas precisam se atentar a algumas estratégias para minimizar o impacto do aumento dos juros. Uma das primeiras ações que podem ser tomadas é tentar renegociar as dívidas, especialmente para quem já possui um empréstimo consignado. A renegociação pode permitir que o beneficiário consiga reduzir os custos com juros ou, pelo menos, prolongar o prazo de pagamento sem um aumento tão expressivo.

Além disso, é importante estar atento às novas condições de empréstimo consignado, que entram em vigor após a publicação da resolução do CNPS. O novo teto de juros será aplicado a todos os novos contratos e às renovações de crédito.

Considerações finais

O aumento no teto de juros do consignado para aposentados e pensionistas do INSS reflete o cenário econômico atual, em que a alta da Selic tem um impacto direto sobre o crédito no país. Embora a mudança tenha sido relativamente pequena, ela deve ser acompanhada de perto, especialmente para aqueles que dependem desse tipo de empréstimo.

A recomendação para os beneficiários do INSS é estar bem informado e atento às condições do mercado, além de considerar alternativas que minimizem os custos com juros mais elevados.

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