‘Liberdade’: 76 brasileiros deportados chegam a Confins em novo voo vindo dos Estados Unidos

Um voo com 76 deportados dos Estados Unidos chegou ao Aeroporto de Confins, na Grande BH, na tarde desta sexta-feira (28). Eles vieram de Fortaleza, de onde chegaram em solo brasileiro transportados de um avião americano que, ao todo, trouxe 106 pessoas. Muitos seguiram outros destinos e quatro ficaram detidos na capital do Ceará.

Em conversa com o BHAZ, Valéria Silva Pinto classificou a viagem como “muito perigosa”. “Passamos por muito perrengue, fomos muito mal tratados. Os americanos são muito ignorantes com a gente. Eu arrisquei a minha vida e não recomendo, nunca mais vou fazer isso”, relatou.

A mulher deixou o Pará, estado onde nasceu, para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Agora, de volta ao Brasil, ela diz que a sensação é de estar em “liberdade”.

Dos que vieram para Minas, alguns receberam apoio do poder público para terem onde dormir. Outros foram para suas cidades de origem. Na aeronave havia crianças e adolescentes. Eles, assim como gestantes, não são mais algemados pelo governo americano durante a viagem. Os demais ficam presos até a chegada ao Brasil. Os homens eram maioria.

Kenedy Batista diz que ficou detido por cinco meses antes de ser enviado de volta ao país de origem: “As condições são críticas. A gente passa 24 horas algemado, todo apertado. Minha esposa ficou lá com meu filho e agora é me acalmar e ver como recomeçar”.

A reportagem conversou ainda com Wellington de Souza, que deixou a esposa e três filhas nos Estados Unidos. Ele lembra que foi detido pela imigração quando estava saindo de casa para trabalhar. “As pessoas estão vivendo com medo lá, porque tem muita mãe sendo presa e filhos sendo deixados em casa”, pontua.

Acolhimento

No Aeroporto Internacional de Belo Horizonte o grupo foi recebido na Sala de Autoridades, geralmente reservada a chefes de estado. O local foi transformado em um Posto de Acolhimento aos Repatriados, com acesso à água, alimentação, pontos de energia, internet e banheiro.

Equipes do Serviço Social Autônomo (Servas) e do Governo de Minas Gerais acompanharam a chegada dos brasileiros.

No local, foram disponibilizados canais para que os repatriados possam entrar em contato com familiares e obter orientações sobre serviços públicos de saúde, assistência social e trabalho, como regularização vacinal e matrícula na rede de ensino.

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