5G do Brasil será o terceiro mais rápido do mundo

Revelada a lista de próximas capitais que vão receber o 5G

O Brasil alcançou uma posição histórica no ranking global de velocidade média de download no 5G, divulgado nesta semana pela consultoria internacional Opensignal. De acordo com o relatório, o país ficou em terceiro lugar entre 137 nações analisadas durante o quarto trimestre de 2024, superando potências tecnológicas como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido e Taiwan.

A conquista marca um avanço significativo na infraestrutura de telecomunicações brasileira, com reflexos diretos na economia digital, no agronegócio, na indústria e em serviços públicos. O estudo considera critérios técnicos de conectividade e desempenho real das redes 5G, baseando-se em milhões de medições feitas por usuários em todo o mundo.

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5g antena digital
Imagem: TPROduction / shutterstock.com – Edição: Equipe SeuCreditoDigital

Opensignal aponta liderança brasileira entre países de grande extensão

Desempenho notável entre nações continentais

Além de ocupar a terceira colocação geral, o Brasil se destacou entre os países de grande extensão territorial, categoria que historicamente enfrenta mais desafios na implementação de redes móveis de alta velocidade.

De acordo com a Opensignal, o desempenho brasileiro é resultado direto da opção estratégica pelo 5G standalone, também conhecido como 5G puro, que utiliza uma rede totalmente nova, independente das estruturas legadas do 4G.

5G puro garante eficiência e liderança em velocidade

O que é o 5G standalone?

O modelo standalone se diferencia do chamado 5G non-standalone, amplamente adotado em países como os Estados Unidos e Reino Unido, que utilizam infraestrutura compartilhada com o 4G. Esse modelo híbrido tende a limitar o potencial da nova tecnologia, principalmente em termos de latência, velocidade e estabilidade.

Segundo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o modelo adotado pelo Brasil garante uma maior eficiência operacional e qualidade de serviço.

“O bom desempenho é resultado da decisão de adotar o modelo 5G puro, que utiliza uma rede independente, garantindo maior eficiência e velocidade”, afirmou o ministro.

Liberação da faixa de 3,5 GHz foi determinante

Atuação da Entidade Administradora da Faixa (EAF)

Para viabilizar a implantação do 5G standalone, foi necessário realizar um processo técnico de liberação da faixa de 3,5 GHz, considerada ideal para o 5G por sua ampla cobertura e capacidade de tráfego.

Esse trabalho foi conduzido pela Entidade Administradora da Faixa (EAF), criada após o Leilão do 5G, realizado em 2021, e financiada pelas operadoras Claro, TIM e Vivo.

Ações da EAF incluem:

  • Migração dos sinais de TV parabólica, que antes ocupavam a faixa de 3,5 GHz
  • Distribuição gratuita de quase 5 milhões de kits digitais a famílias inscritas em programas sociais
  • Antecipação de 14 meses na conclusão da migração, superando as metas do edital

Essa antecipação permitiu a liberação da frequência para o 5G em todos os municípios do Brasil, habilitando a ativação da nova tecnologia em âmbito nacional.

Conectividade impulsiona diversos setores da economia

Pessoa segurando celular com holograma do 5G saindo da tela
Imagem: Marko Aliaksandr / shutterstock.com

Impactos positivos para o desenvolvimento do país

O avanço do 5G no Brasil não se restringe ao setor de telecomunicações. Ele tem reflexos diretos em diversos segmentos da economia, como:

Indústria

  • Integração de sistemas automatizados em tempo real
  • Melhoria na gestão da produção e logística
  • Aplicações de Internet das Coisas (IoT) industriais

Agronegócio

  • Uso de sensores em campo para monitoramento de safra
  • Aplicações de drones e maquinário autônomo
  • Conectividade em áreas rurais remotas

Serviços públicos

  • Ampliação da telemedicina e atendimento remoto
  • Otimização de sistemas de transporte e segurança pública
  • Melhoria na educação digital e conectividade escolar

“O Brasil está se preparando para um futuro cada vez mais conectado, com impactos positivos na produção industrial, no agronegócio e em serviços essenciais”, reforçou Juscelino Filho.

Superando potências: Brasil à frente de EUA, Japão e Alemanha

Ranking revela surpresa positiva no cenário global

O relatório da Opensignal mostra que o Brasil ultrapassou países tradicionalmente líderes em inovação e tecnologia. Veja alguns países que ficaram atrás do Brasil no ranking:

  • Estados Unidos
  • Japão
  • Alemanha
  • Reino Unido
  • Taiwan

Esse desempenho quebra paradigmas e posiciona o país como referência em conectividade móvel de nova geração, apesar dos desafios logísticos, econômicos e geográficos.

Como o Brasil alcançou essa posição?

Estratégia pública, atuação técnica e colaboração entre empresas

O sucesso do Brasil em se destacar globalmente no 5G é resultado de três pilares principais:

1. Decisão estratégica pelo 5G standalone

O modelo puro, embora mais caro e complexo de implementar, garante maior qualidade e longevidade da rede.

2. Ação coordenada da EAF

A migração dos serviços da faixa de 3,5 GHz foi conduzida de forma técnica, eficaz e com inclusão social, por meio da distribuição gratuita de kits.

3. Comprometimento das operadoras

As operadoras Claro, TIM e Vivo investiram em infraestrutura robusta, comprometendo-se com metas de cobertura e qualidade firmadas no edital do Leilão do 5G.

O papel da Anatel e do Ministério das Comunicações

Fachada da Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações
Imagem: Reprodução/ Anatel

Regulação, fiscalização e incentivo à inclusão digital

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem papel central na regulação do setor, garantindo que as operadoras cumpram os prazos, padrões técnicos e obrigações sociais.

O Ministério das Comunicações, por sua vez, atua na formulação de políticas públicas, articulação institucional e inclusão digital. Programas de expansão da conectividade em escolas públicas e comunidades rurais estão entre as prioridades da pasta.

Expectativas para o futuro: o que vem após o 5G?

Evolução para o 5G avançado e o 6G

Embora o 5G ainda esteja em fase de expansão no Brasil, já se fala na evolução para o 5G avançado — também conhecido como 5G+ — e nos estudos para o 6G, com expectativa de chegada na próxima década.

O posicionamento atual do Brasil no ranking da Opensignal indica que o país pode ter papel de liderança regional e ser protagonista nos fóruns globais de inovação em conectividade.

Imagem: Fit Ztudio / shutterstock.com

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