Taxa de desemprego sobe novamente no Brasil

Imagem de uma fila de pessoas

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, representando uma alta de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2024. Este é um aumento significativo, após o menor índice da série histórica, registrado em novembro de 2024, quando a taxa era de 6,1%. Mesmo com o aumento, o resultado é inferior ao observado no mesmo período de 2024, quando a taxa foi de 7,8%.

Apesar dessa elevação, o Brasil ainda apresenta indicadores relativamente positivos quando comparado aos padrões históricos. O rendimento médio dos trabalhadores e o número de empregos com carteira assinada atingiram números recordes. Mas o que explica esse aumento no desemprego e quais as perspectivas para o futuro próximo?

O que aconteceu com a taxa de desemprego em fevereiro de 2025?

Homem segurando caixa com diversos pertences de escritório.
Imagem: Tong_stocker / Shutterstock – Edição: Seu Crédito Digital

A taxa de desemprego registrou uma alta de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, indo de 6,1% para 6,8%. Embora a elevação seja significativa, é importante observar que ela segue uma tendência sazonal. O aumento da taxa de desemprego é uma característica comum do primeiro trimestre de cada ano, quando há uma maior busca por trabalho, mas os postos de emprego ainda não estão totalmente estabilizados.

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Durante os primeiros meses do ano, muitas empresas não renovam ou contratam novos empregados imediatamente, o que resulta em um aumento temporário no número de desempregados. Esta explicação contribui para uma visão mais equilibrada da situação.

A retração no setor de serviços e construção civil

Um dos principais fatores para o aumento da taxa de desemprego foi a queda na ocupação no setor da construção civil. O número de trabalhadores nesse segmento recuou 4,0%, o que corresponde a menos 310 mil pessoas empregadas no setor. Esse resultado é uma preocupação, já que a construção civil tem sido um dos pilares para a recuperação do mercado de trabalho nos últimos anos.

Administração pública e serviços domésticos

Outro setor que enfrentou dificuldades foi a administração pública, que experimentou uma queda de 2,5% no número de ocupações, o que se traduziu em menos 468 mil postos de trabalho. Além disso, o setor de serviços domésticos também enfrentou uma retração de 4,8%, com a perda de aproximadamente 290 mil vagas de trabalho.

Em resumo, a queda na ocupação nesses segmentos impactou diretamente a taxa de desemprego, embora o número de pessoas desempregadas ainda esteja em patamares mais baixos do que há um ano.

O que diz a recuperação do rendimento médio?

Apesar do aumento na taxa de desemprego, o Brasil experimentou um crescimento no rendimento médio real dos trabalhadores. O valor alcançou R$ 3.378 no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, marcando um aumento de 1,3% em relação ao trimestre anterior e 3,6% em relação ao mesmo período de 2023. Esse valor representa o maior rendimento já registrado na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Setores que impulsionaram o aumento no rendimento

O crescimento no rendimento médio foi impulsionado principalmente por aumentos nos setores da indústria, com uma alta de 2,8%, e na administração pública, que registrou uma elevação de 3,1%. O segmento de serviços domésticos também apresentou crescimento, com um aumento de 2,3%. Esses dados sugerem que o aumento da formalização no mercado de trabalho, principalmente no setor público e na indústria, tem contribuído para a melhoria nos rendimentos.

O impacto da redução da informalidade

A redução da informalidade também tem sido um fator-chave para a melhoria do rendimento médio no Brasil. A transição de empregos informais para formais aumenta a proporção de postos de trabalho que oferecem salários mais elevados e benefícios adicionais, o que tem um impacto direto nos rendimentos dos trabalhadores.

A recuperação do mercado de trabalho

Pessoa segurando sua carteira de trabalho com o dinheiro do seguro-desemprego
Imagem: Brenda Rocha – Blossom / Shutterstock.com

A população ocupada no Brasil, que chegou a 102,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, ainda apresenta uma alta de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024, apesar de ter caído 1,2% em comparação com o trimestre anterior. Esse aumento anual é um indicativo de que, embora o mercado de trabalho ainda enfrente desafios, há uma recuperação em andamento.

Apesar dos números positivos no rendimento médio e no emprego formal, o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais. A queda em setores como a construção e os serviços domésticos reflete a instabilidade que ainda existe em algumas áreas da economia. Além disso, a inflação e o custo de vida elevado são fatores que continuam pressionando a capacidade de consumo e o bem-estar da população.

Considerações finais

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, refletindo uma alta sazonal do mercado de trabalho. Embora a variação seja preocupante, é importante contextualizar o cenário em um quadro mais amplo, onde o país ainda apresenta um desempenho positivo quando comparado a anos anteriores.

O crescimento no rendimento médio dos trabalhadores e a redução da informalidade indicam que a recuperação do mercado de trabalho está em andamento, embora desafios ainda existam, especialmente em setores-chave como construção e serviços.

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