Nesta terça-feira, 1º de abril, data que marca os 61 anos do golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil, manifestantes ocuparam a antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) em Belo Horizonte. Ao BHAZ, Luis Ramos, de 28 anos, explica que uma das reivindicações do ato é a transformação do local em um memorial, para preservar a memória dos mortos e desaparecidos durante o governo militar.
O projeto do “Memorial dos Direitos Humanos – Casa da Liberdade” foi apresentado em 2018 e, desde então, passou por duas obras, mas ainda não foi concluído e entregue ao público. “Em 2024, o Governo de Minas Gerais destinou verba para o memorial, mas não sabemos porque não fizeram a abertura do espaço”, afirma o membro do partido Comunista Revolucionário.
Para Ramos, o memorial é um direito que garante a preservação da memória e da verdade sobre tudo o que ocorreu durante a ditadura. “Não houve uma justiça, muitos ainda continuam desaparecidos, sem ossadas ou documento de óbito. Por isso, lutamos por memória, verdade, justiça e reparação”, destaca.
Além disso, o movimento cobra a punição de torturadores “do passado e do presente” e a prisão imediata dos envolvidos nos eventos golpistas de 8 de janeiro de 2024. “Os ditadores e assassinos não foram punidos e a violência continua acontecendo através de uma herança da ditadura”, conclui Ramos.
Entre as reivindicações da manifestação, estão:
- Imediata abertura do Memorial dos Direitos Humanos;
- Destinação de recursos para a conclusão das obras;
- Inclusão dos movimentos sociais na gestão do espaço até a abertura definitiva do memorial
- Punição dos torturadores de ontem e hoje; prisão imediata aos golpistas do 8 de janeiro
- Defesa da memória dos mortos e desaparecidos da ditadura.
A reportagem solicitou um posicionamento do Governo de Minas Gerais sobre o memorial e aguarda retorno.
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