O Bitcoin enfrenta dificuldades para manter seu impulso ascendente, mas diversos indicadores sugerem que o preço atual da criptomoeda pode estar abaixo de seu verdadeiro valor de mercado.
Apesar das recentes quedas no preço, métricas fundamentais apontam para uma confiança crescente dos investidores e uma possível recuperação nos próximos meses.
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O recente desempenho do Bitcoin
Nos últimos dias de março, o preço do Bitcoin caiu de US$ 87.241 para US$ 81.331, eliminando os ganhos acumulados ao longo de mais de duas semanas. Essa retração de 6,8% levou à liquidação de US$ 230 milhões em posições compradas em futuros da criptomoeda.
Esse movimento seguiu a tendência dos mercados acionários dos Estados Unidos, onde os futuros do S&P 500 atingiram suas mínimas desde meados de março.
Mesmo com a resistência do Bitcoin em se manter acima de US$ 82.000, quatro métricas fundamentais indicam que a confiança no mercado permanece alta e que a criptomoeda pode se dissociar das tendências dos mercados tradicionais em breve.
1. A influência da economia global no Bitcoin
A incerteza econômica global tem sido um fator de influência sobre os ativos financeiros, incluindo o Bitcoin. A guerra comercial entre os Estados Unidos e outros países ganhou um novo capítulo com a imposição de uma tarifa de 25% sobre veículos estrangeiros, anunciada em 26 de março.
Esse cenário gerou receios entre investidores e analistas, resultando na revisão para baixo das projeções para o S&P 500.
Mesmo com o aumento da aversão ao risco, o ouro atingiu uma máxima histórica de US$ 3.100, evidenciando a busca por ativos considerados reservas de valor. Enquanto isso, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a outras moedas, caiu de 107,60 para 104,10, sugerindo uma possível migração para outros ativos, como o Bitcoin.
2. Mineração do Bitcoin atinge novo recorde
Um dos principais indicadores de saúde da rede do Bitcoin é a taxa de hash (hashrate), que mede o poder computacional utilizado na validação de transações. Em 28 de março, a taxa de hash atingiu um recorde histórico de 856,2 milhões de terahashes por segundo, superando os 798,8 milhões de fevereiro.
Esse aumento sugere que os mineradores continuam confiantes na rentabilidade da rede, reduzindo os temores de um “espiral da morte”, no qual a mineração se tornaria inviável e forçaria a liquidação de ativos. Além disso, os fluxos de Bitcoin de mineradores para corretoras permanecem baixos, com apenas 125 BTC transferidos em média nos últimos dias de março, um número bem inferior aos 450 BTC minerados por dia.
Empresas do setor também demonstram confiança na criptomoeda. A MARA Holdings protocolou uma oferta pública de até US$ 2 bilhões para expandir suas reservas de Bitcoin, enquanto a GameStop anunciou uma atualização estratégica para incluir Bitcoin e stablecoins em suas reservas financeiras.
3. Redução das reservas de Bitcoin em exchanges
Outra métrica fundamental que aponta para um mercado mais favorável ao Bitcoin é a redução do número de moedas mantidas em exchanges. Em 30 de março, as reservas de Bitcoin em plataformas de negociação atingiram seu nível mais baixo em mais de seis anos, totalizando 2,64 milhões de BTC.
A retirada de moedas das exchanges geralmente indica que investidores estão optando por armazenar seus ativos em carteiras privadas, sugerindo uma estratégia de longo prazo e reduzindo a pressão de venda no mercado.
4. Confiança dos investidores institucionais
Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista nos Estados Unidos não registraram saídas líquidas significativas nos últimos dias de março. Esse comportamento indica que os investidores institucionais mantêm uma visão positiva sobre a criptomoeda, mesmo diante das oscilações recentes do mercado.
Além disso, a crescente adoção do Bitcoin por empresas e fundos de investimento reforça a tese de que o ativo está se consolidando como uma reserva de valor digital, com potencial para se valorizar no longo prazo.
Considerações finais
Apesar da volatilidade e das recentes correções no preço do Bitcoin, as métricas analisadas indicam um mercado saudável e com potencial de valorização.
A confiança dos investidores de longo prazo, o aumento da taxa de hash, a redução das reservas em exchanges e a manutenção do interesse institucional reforçam a tese de que o preço atual do Bitcoin pode representar um desconto em relação ao seu verdadeiro valor.
