
A relação entre a sociedade e seus recursos hídricos tem se tornado cada vez mais relevante em debates sobre sustentabilidade e desenvolvimento urbano. Cidades que historicamente se desenvolveram às margens de rios enfrentam desafios únicos, que incluem a gestão da água, prevenção de enchentes e preservação ambiental.
O conceito de “direito ao rio” transcende a simples utilização dos recursos hídricos para englobar aspectos culturais, econômicos, turísticos, ambientais e de lazer. Trata-se de assegurar que as comunidades tenham acesso equitativo e sustentável às águas do rio, mantendo ao mesmo tempo as funções ecológicas essenciais dessas áreas.
Para Blumenau, o rio Itajaí-Açu não é apenas um recurso hídrico vital, mas um elemento central na identidade cultural e histórica da cidade. No entanto, garantir o direito ao rio implica enfrentar desafios significativos, como a urbanização desenfreada e irregular, a poluição e os eventos climáticos extremos.
Os mananciais são fontes de água potável e desempenham um papel crucial na saúde ambiental de uma região. A proteção dessas áreas é fundamental para garantir a qualidade da água, reduzir os riscos de desastres naturais e preservar a biodiversidade. Na rua Bahia, há diversas ocupações irregulares com animais e casas que jogam seus resíduos diretamente no rio, a aproximadamente 500 metros de onde é feita a captação de água do Samae.
É preciso que a prefeitura fiscalize e faça cumprir as leis que protegem as zonas de mananciais, ocupando-as com parques públicos, de forma a integrar o rio à cidade, sendo ele mais um ponto aprazível de lazer para a população.
Além disso, há, na rua Bahia, uma antiga estação de trem, na altura da fábrica da Eisenbahn, que foi invadida e está completamente descaracterizada. Trata-se de um patrimônio cultural da cidade. Em Rio do Sul, estações similares são ocupadas pelo poder público e estão plenamente em uso pela comunidade. Por que não aliar o acesso ao rio com esta atração, recuperando o espaço e licitando para uma cervejaria explorar o local?
É preciso ter coragem para enfrentar os erros e a permissividade das administrações anteriores. Não se pode também alegar que as invasões são uma questão social, pois mais de 70% das ocupações irregulares da rua Bahia são de empresas que colocam placa de publicidade, estacionam carros sobre a calçada e montam desde distribuidoras de gás, bares, Airbnb, oficinas mecânicas, transportadoras e lavações.
A área é passagem de milhares de pessoas por dia que se deslocam para as fábricas da região, sendo uma excelente alternativa para acessar Pomerode, bem como passagem para ir ao Museu do Cristal de Blumenau, Mozart Crystal, e para o Glas Park.
A ocupação desordenada da margem do rio causa espanto e apreensão sobre o futuro para o turista que visita o “Vale Europeu”.
Veja agora mesmo!
Casarão erguido pela família Klitzke é preservada pelos Souza, no Garcia, em Blumenau:
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