Internet de graça via satélite no Brasil: entenda como vai funcionar

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A tecnologia Direct to Cell, serviço de internet via satélite da Starlink, empresa de Elon Musk, está prestes a mudar o cenário da conectividade móvel em regiões remotas. A partir de julho de 2025, a tecnologia será liberada gratuitamente em escala global, segundo a própria empresa. A ferramenta, que atualmente está em fase de testes nos Estados Unidos, deve permitir o envio de mensagens e o compartilhamento de localização em áreas sem sinal das operadoras tradicionais, como florestas, desertos e zonas rurais isoladas.

Enquanto nos EUA o serviço será comercializado por US$ 15 mensais (cerca de R$ 86), o lançamento internacional terá uma fase inicial gratuita. A tecnologia já foi considerada uma revolução por especialistas em conectividade e segurança digital e representa o próximo grande passo na integração entre comunicação móvel e satélites de baixa órbita.

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Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

O QUE É O DIRECT TO CELL DA STARLINK?

Internet por satélite diretamente no celular

O Starlink Direct to Cell é um serviço de conectividade via satélite que permite que celulares compatíveis se conectem diretamente à rede Starlink, sem depender de torres terrestres. Isso é possível graças a uma rede de milhares de satélites de órbita baixa, que orbitam a cerca de 550 km da Terra — uma distância muito menor do que os satélites geostacionários usados por outras operadoras.

Parceria com a T-Mobile e planos de expansão

Nos Estados Unidos, a Starlink opera em parceria com a T-Mobile, uma das maiores operadoras do país. No entanto, Elon Musk já declarou que há negociações em andamento com operadoras de outros países, com o objetivo de ampliar o serviço para novas regiões. A expectativa é que, em países como o Brasil, essa expansão ocorra ainda em 2025.

COMO FUNCIONA A CONEXÃO DO CELULAR COM A STARLINK?

Onde funciona

A conectividade só é ativada em áreas sem sinal de operadoras móveis. Ou seja, o Direct to Cell não substitui a rede tradicional nas cidades, mas atua como um complemento em locais remotos, garantindo comunicação onde normalmente não haveria cobertura.

O que é possível fazer

Durante a fase atual do projeto, as funcionalidades ainda são limitadas a emergências, incluindo:

  • Envio de mensagens de texto
  • Compartilhamento de localização por meio do Google
  • Chamadas de emergência (apenas nos EUA, para o número 911)

A Starlink planeja liberar chamadas de voz e navegação na internet ainda em 2025, mas isso dependerá do avanço dos testes e da liberação dos serviços em cada país.

QUAIS CELULARES SÃO COMPATÍVEIS?

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Imagem: Freepik e Canva

Modelos homologados com suporte à tecnologia

A conexão com a rede da Starlink exige aparelhos modernos com suporte a eSIM (chip digital) e antenas capazes de se comunicar com a rede de baixa órbita. Veja abaixo os modelos confirmados:

Apple

  • iPhone 14
  • iPhone 15
  • iPhone 16

Google

  • Pixel 9

Samsung

  • Galaxy A14 em diante
  • Galaxy S21 e posteriores

Motorola

  • Modelos lançados a partir de 2024

A importância do eSIM

O uso do eSIM é um pré-requisito importante, já que permite que os aparelhos se conectem à Starlink de forma remota e digital, sem precisar de chip físico da operadora parceira.

COMO A STARLINK CONSEGUE OFERECER INTERNET EM QUALQUER LUGAR?

Satélites de órbita baixa: a chave da conectividade

Ao contrário dos satélites tradicionais, que orbitam a 36 mil km da Terra, os satélites da Starlink operam a 550 km de altitude, o que reduz drasticamente a latência (tempo de resposta). Essa diferença permite transmissão de dados mais rápida, algo essencial para chamadas de voz, navegação na web e até jogos online.

Uma constelação em constante movimento

A chamada “constelação” de satélites da Starlink conta com mais de 5 mil satélites ativos, e o número segue crescendo. Como esses satélites se movem constantemente, eles garantem que praticamente qualquer ponto do planeta esteja coberto em algum momento do dia.

O QUE MUDA PARA O USUÁRIO COMUM?

Conectividade em áreas remotas

Com a ativação global da Starlink Direct to Cell, pescadores, caminhoneiros, aventureiros, turistas, moradores de áreas isoladas e indígenas poderão contar com um novo tipo de segurança digital. Mesmo sem sinal de operadora, será possível:

  • Pedir ajuda em caso de emergência
  • Avisar sobre localização
  • Trocar mensagens básicas

Impacto social e econômico

A expectativa é que a tecnologia beneficie comunidades inteiras que ainda vivem fora do alcance das redes convencionais. O impacto pode ser particularmente grande em países com grandes áreas rurais ou florestais, como o Brasil, onde milhares de comunidades estão hoje completamente isoladas digitalmente.

E NO BRASIL, COMO VAI FUNCIONAR?

Ainda sem detalhes sobre chamadas de emergência

Até o momento, não há confirmação de como o sistema de chamadas de emergência vai funcionar no Brasil, uma vez que ele depende de integração com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Isso significa que, por enquanto, não será possível ligar para o 190 ou 192, por exemplo, mesmo que a conexão via satélite esteja ativa.

Acesso gratuito em julho

Apesar da limitação inicial, os brasileiros devem ter acesso à tecnologia sem custo a partir de julho, desde que tenham um celular compatível e estejam em uma área sem cobertura de sinal tradicional.

O FUTURO DO DIRECT TO CELL

Chamadas e internet em tempo real

O próximo passo da Starlink é permitir que usuários consigam realizar chamadas de voz, acessar sites, redes sociais e aplicativos diretamente via satélite. Isso transformaria o celular em uma ferramenta verdadeiramente global, sem depender de torres de sinal.

Lançamento de novos satélites

Para isso, a empresa planeja lançar novos satélites com antenas específicas para comunicação de dados e voz. A expectativa é que essas melhorias comecem a operar ainda em 2025, com expansão plena em 2026.

A TECNOLOGIA É SEGURA?

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Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

Opinião de especialistas

De acordo com Eduardo Pinheiro, consultor de segurança digital, celulares comuns ainda não conseguem acessar plenamente os serviços da Starlink, justamente por conta das diferenças de frequência e potência em relação às redes móveis.

Contudo, os modelos compatíveis já contam com recursos iniciais de comunicação via satélite, como já acontece com os modelos recentes do iPhone. A tendência é que essa tecnologia evolua e se torne padrão nos próximos anos, principalmente à medida que novas gerações de dispositivos forem lançadas.

Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

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