Juros podem ser reduzidos após queda no preço dos alimentos; entenda

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A possível redução dos juros no Brasil voltou ao centro do debate econômico após a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmar que os preços dos alimentos devem cair nos próximos 60 dias. Essa queda pode contribuir para a desaceleração da inflação, criando condições para uma possível flexibilização da política monetária no segundo semestre de 2025.

A declaração foi feita durante o evento de comemoração dos 60 anos do Banco Central (BC). Segundo Tebet, a diminuição no custo dos alimentos poderá ser um fator determinante para a revisão da taxa Selic, atualmente uma das mais altas do mundo. No entanto, a ministra ressaltou que qualquer decisão nesse sentido cabe exclusivamente ao Banco Central, que mantém autonomia para definir os rumos da política de juros no país.

A fala da ministra foi um dos momentos mais aplaudidos do evento, demonstrando que a possibilidade de uma redução dos juros desperta grande interesse do setor econômico e financeiro. Ainda assim, Tebet reconheceu que há desafios no cenário global que podem dificultar esse movimento, como a elevação de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, que pode pressionar a inflação brasileira.

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Alimentos como principal fator inflacionário

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Imagem: Andrzej Rostek / shutterstock.com

Nos últimos meses, os preços dos alimentos têm sido um dos principais responsáveis pelo avanço da inflação no Brasil. Segundo o Relatório de Inflação do Banco Central, a inflação ao consumidor continua elevada e deve permanecer acima do intervalo de tolerância da meta, estipulada em 4,5%.

O relatório aponta que os preços dos alimentos no domicílio devem seguir pressionados, apesar da expectativa de moderação em alimentos industrializados. Já os produtos in natura, que apresentaram variações relativamente baixas nos últimos meses, podem registrar aumento nos próximos períodos devido à sazonalidade.

O Banco Central também destacou a existência de mecanismos inerciais na economia brasileira, ou seja, fatores que fazem com que a inflação passada continue influenciando os preços futuros. Isso significa que mesmo com uma queda nos preços dos alimentos nos próximos meses, o impacto sobre a inflação pode não ser imediato.

Fatores que podem levar à queda nos preços dos alimentos

A expectativa de redução nos preços dos alimentos está baseada em diversos fatores. Entre eles, destacam-se:

  • Melhoria na produção agrícola: Com a normalização das condições climáticas, espera-se uma colheita mais robusta de diversos produtos, reduzindo os custos para o consumidor.
  • Diminuição nos custos de transporte: A estabilização dos preços dos combustíveis e melhorias logísticas podem impactar positivamente os preços finais dos produtos.
  • Desaceleração da demanda global: A economia mundial tem mostrado sinais de desaquecimento, o que pode reduzir a pressão sobre commodities agrícolas, levando à queda dos preços no mercado internacional.
  • Políticas de incentivo à produção: O governo tem adotado medidas para incentivar o setor agrícola, o que pode contribuir para o aumento da oferta e consequente redução de preços.

Cenário global e desafios para a economia brasileira

Apesar das expectativas positivas para a inflação, o cenário internacional ainda apresenta desafios que podem afetar a economia brasileira. A elevação de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, mencionada por Tebet, pode impactar o comércio internacional e pressionar os preços no Brasil.

Caso os Estados Unidos adotem políticas protecionistas mais rígidas, o Brasil pode enfrentar dificuldades na exportação de alguns produtos, além de possíveis aumentos nos custos de importação. No entanto, a ministra destacou que a diversificação dos parceiros comerciais e dos produtos exportados pela agroindústria pode minimizar esses efeitos.

Outro fator que pode afetar a inflação e, consequentemente, a política de juros, é a volatilidade do câmbio. Qualquer desvalorização abrupta do real pode encarecer os produtos importados e pressionar os preços internos.

Os impactos dos juros elevados na economia

Preço dos alimentos
Imagem: Adao / Shutterstock.com

A taxa Selic, atualmente em patamares elevados, tem sido um dos principais obstáculos ao crescimento econômico. O alto custo do crédito dificulta a obtenção de financiamento por parte de empresas e consumidores, reduzindo o consumo e os investimentos no país.

A manutenção dos juros altos é justificada pelo Banco Central como uma medida para conter a inflação. No entanto, setores da economia defendem que a Selic elevada tem impactos negativos sobre o mercado de trabalho e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

A possível redução dos juros no segundo semestre de 2025 poderia trazer benefícios como:

  • Maior acesso ao crédito para empresas e consumidores.
  • Estímulo ao consumo e à produção industrial.
  • Redução dos custos da dívida pública, permitindo maior investimento em áreas estratégicas.

No entanto, especialistas alertam que um corte prematuro na taxa Selic pode gerar riscos, como uma possível alta da inflação no médio prazo.

Medidas fiscais e revisão de incentivos

Além da expectativa de redução nos preços dos alimentos, o governo tem discutido medidas fiscais para garantir o equilíbrio das contas públicas e conter a inflação.

Uma das ações mencionadas por Tebet é a revisão dos incentivos fiscais. Atualmente, o governo concede cerca de R$ 600 bilhões em benefícios tributários, e parte dessas renúncias pode ser reavaliada para garantir um melhor direcionamento dos recursos.

A ministra destacou que algumas dessas isenções beneficiam toda a economia, enquanto outras atendem a setores específicos e precisam ser revisadas. O objetivo é garantir um sistema tributário mais justo e eficiente, sem comprometer a competitividade dos setores produtivos.

Imagem: Pla2na / shutterstock.com

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