Entenda como são definidas as taxas de juros no empréstimo consignado para trabalhadores CLT

Crédito do Trabalhador

O programa “Crédito do Trabalhador” surge como uma nova alternativa de crédito consignado para empregados com carteira assinada, mas sem um teto de juros fixado, diferentemente do consignado para servidores públicos e beneficiários do INSS. A expectativa do governo é que a concorrência entre bancos privados e públicos reduza as taxas de juros oferecidas aos trabalhadores.

Mas, afinal, como essas taxas são definidas? Quais fatores influenciam os valores oferecidos ao trabalhador? Neste artigo, explicamos como funciona essa modalidade de crédito, quais são as taxas praticadas e como os trabalhadores podem acessá-lo.

Como são definidas as taxas de juros no consignado para CLT?

Crédito do Trabalhador
Imagem: Freepik e Canva

Diferentemente dos servidores públicos e aposentados do INSS, que contam com um teto máximo para a taxa de juros, os trabalhadores CLT dependem das condições oferecidas por cada banco. Essa definição ocorre com base em diferentes fatores, como risco de inadimplência, garantias oferecidas pelo trabalhador e concorrência entre instituições financeiras.

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Fatores que influenciam a taxa de juros

1. Perfil do trabalhador

Os bancos avaliam o tempo de trabalho, o salário e o histórico financeiro do trabalhador antes de definir a taxa de juros. Quem tem um histórico de crédito positivo pode receber ofertas mais vantajosas.

2. Garantias oferecidas

O trabalhador pode oferecer até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia. Isso reduz o risco de inadimplência e pode impactar positivamente a taxa de juros aplicada.

3. Concorrência entre bancos

O governo aposta que a concorrência entre as instituições financeiras diminuirá os juros cobrados. Bancos públicos já divulgaram suas taxas, enquanto bancos privados ainda mantêm sigilo sobre suas ofertas.

Quais são as taxas de juros praticadas?

Segundo dados do Banco Central de janeiro deste ano, a taxa média de juros para o consignado pessoal de trabalhadores da iniciativa privada é de 41,2% ao ano. Já no programa “Crédito do Trabalhador”, as taxas divulgadas até o momento variam conforme o banco.

Taxas praticadas por bancos públicos

  • Banco do Brasil: entre 1,46% e 3% ao mês.
  • Caixa Econômica Federal: entre 1,60% e 3,17% ao mês.

Taxas praticadas por bancos privados

Ainda não há divulgação oficial dos principais bancos privados, como Itaú, Bradesco e Santander. Simulações realizadas indicam taxas entre 3,37% e 4,99% ao mês, resultando em valores anuais que podem chegar a 79,38%.

Como solicitar o empréstimo consignado para CLT?

O novo consignado CLT está disponível exclusivamente pela Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). A partir de 25 de abril, a solicitação também poderá ser feita pelos aplicativos dos bancos.

Passo a passo para solicitar

1. Acesse a Carteira de Trabalho Digital

Faça login no aplicativo e vá até a opção de empréstimo consignado.

2. Simule o empréstimo

Utilize a ferramenta de simulação para visualizar as condições disponíveis.

3. Aguarde as ofertas

Os bancos terão um prazo de 24 horas para enviar propostas personalizadas ao trabalhador.

4. Escolha a melhor opção

Compare as taxas de juros e condições antes de aceitar uma proposta.

5. Assine o contrato

Após a aprovação, o valor é depositado na conta do trabalhador e as parcelas são descontadas automaticamente no salário.

Impacto do consignado CLT na economia

Crédito do Trabalhador
Imagem: Freepik e Canva

O programa “Crédito do Trabalhador” movimentou R$ 3,1 bilhões em seus primeiros 13 dias, com mais de 500 mil contratos firmados e um valor médio de R$ 6.284,45 por trabalhador. A projeção da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indica que cerca de 19 milhões de trabalhadores poderão aderir ao crédito consignado, totalizando mais de R$ 120 bilhões em empréstimos nos próximos quatro anos.

Considerações finais

O consignado CLT surge como uma alternativa para trabalhadores que desejam crédito com taxas menores do que as do cartão de crédito ou cheque especial. No entanto, a ausência de um teto de juros pode fazer com que algumas instituições ofereçam condições menos vantajosas. A melhor forma de garantir um bom negócio é comparar ofertas e analisar as condições antes de contratar o crédito. A expectativa do governo é que, com a concorrência entre bancos, as taxas fiquem cada vez mais acessíveis.

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